domingo, 15 de fevereiro de 2015

Paciência, a fórmula da cura.

Na China antiga, conta-se que certa vez apareceu um jovem extremamente irascível naquelas paragens de plantações de arroz.
Como de costume foi recolhido a um dos templos da comunidade e adotado por um Mestre de grande sabedoria e experimentado na vida.
No primeiro olhar já identificara no rapaz algumas qualidades apesar da dureza de seu coração. Vivia inquieto e alguma coisa parecia perturbar-lhe o semblante. No seu olhar não havia o brilho que se esperava para um jovem de sua idade.
O tempo foi passando, sempre observado de perto por Xinzú, o Mestre.
Certa vez saíram para uma excursão a um vilarejo não muito distante de sua comunidade a fim de visitar algumas pessoas adoentadas. Encontraram uma olaria abandonada e o Mestre convidou o jovem a fabricar tijolos, ensinando-o como recolher o barro, prepará-lo na consistência correta e com as próprias mãos moldar a peça e deixá-la secar ao sol. Não era costume usar fornos para queimar os tijolos.
Naquele dia cada um fez o seu tijolo.
Nessas caminhadas, Xinzú ia levando conhecimento ao rapaz tentando abrandar e burilar seu coração e educar seus pensamentos.
No dia seguinte, foram novamente à olaria e quando chegaram, os tijolos do dia anterior lá não estavam. Resolveram moldar dois tijolos cada um.
Interessante que nesses dias nunca chegaram ao vilarejo que pretendiam alcançar.
Os dias foram passando e a história se repetia. Os tijolos do dia anterior desapareciam misteriosamente e os dois neófitos oleiros fabricavam sempre um a mais do que no dia anterior.
O jovem estava ficando empertigado.
Depois de mais de três luas, quando já fabricavam em torno de 100 peças ao dia, o rapaz parou, olhou para Xinzú e perguntou: Tenho seguido suas orientações e, no entanto ainda não sinalizou qual a finalidade disso tudo.
O Mestre olhou no fundo dos olhos do jovem e falou: siga-me, vamos ao vilarejo que lhe falei há algum tempo.
Chegando ao pequeno ajuntamento de casas, foram recebidos alegremente pelos habitantes do local. Era uma comunidade de seres humanos portadores de hanseníase e estavam todos agradecidos pela oportunidade de levantarem novas pequenas casas com os tijolos fabricados e deixados na olaria.



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Um curso formidável


Ainda hoje nos perguntamos qual o sentido da vida? Qual o objetivo? Onde queremos chegar?
Por que nascemos? Por que crescemos?
Por que vamos nos modificando ao longo dessa curta existência na Terra?
Sexo oposto, união, filhos, parentes, amigos, inimigos...
Trabalho, diversão, doença...
O que Deus quer de nós? Que caminhos nos preparou? Qual a nossa participação nessa grande aventura?

A vida terrena, isto é, a vida de cada um, pode ser comparada a um curso numa escola muito dinâmica. Oferece ao Espírito * (nossa individualidade) que nela se matricula uma programação capaz de fazê-lo chegar ao Pai Criador, de forma eficiente e gradativa, porque nada na natureza ocorre da noite para o dia.
Nesse curso, cada um extrairá dele o que realmente precisa para o enriquecimento do seu currículo.
Cada qual demora o tempo que lhe é devido, em razão do tipo de coisas que precisa aprender, dentro do grande projeto de Deus, chamado eternidade.
O período inicial, a introdução do curso, se chama infância. Todos sabemos que para se conseguir avançar em qualquer curso, a base se faz indispensável. Quem deseja aprender a ler, começa por tomar contato com as vogais, o alfabeto, para depois unir sílabas, palavras e elaborar frases.
A infância é o período em que devem ser trabalhadas as virtudes, os valores, disciplinando as paixões e os maus hábitos. Eis a função básica da estrutura familiar. Normalmente famílias bem estruturadas produzem indivíduos de bem.
Quando a criatura chega à adolescência, adentra o primeiro estágio do curso. Nessa fase, expressará tudo o que a infância tenha fixado de grandezas ou de pequenezes, de belezas ou de feiuras, aos níveis do avanço intelectual e progresso moral, quase sempre. Há indivíduos que renascem com plena consciência da Ética Cósmica e apresentam-se como verdadeiros educadores desde a infância.
Superados os tempos adolescentes, chegará o segundo estágio, o da juventude, onde o indivíduo quer se firmar como cidadão do mundo e pensa saber tudo. Mero engano.
O período da madureza seria o terceiro estágio, onde quase sempre enfrenta os desafios das realizações do casal, da criação e encaminhamento dos filhos e das conquistas profissionais.
E, finalmente, ingressa no quarto estágio, que seria a velhice. Nesse, pesará toda a bagagem de conhecimentos, de desenvolvimentos que haja elaborado através do tempo. As bênçãos de afetos conquistados, as alegrias pela colheita de ternura, júbilos pelas memórias felizes de feitos, saudáveis lembranças ou lamentos por eventual mau aproveitamento das horas.
Cada fase é importante. Tem suas particularidades. Quando a introdução do curso tenha sido bem feita, isto é, a infância bem trabalhada, a adolescência tenha realizado investimentos para a madureza, com boas ações na juventude, o adulto se apresentará equilibrado.
Se tiverem sido mal feitos os estágios precedentes, menos recursos terá o indivíduo adulto para trilhar com segurança a estrada que lhe está assinalada.
Dessa forma, cada período de vida na Terra se torna importante. O objetivo é o crescimento para Deus que, como zeloso Pai, está sempre atento, por meio de Suas Leis (Leis Divinas), aos boletins de aproveitamento dos Seus filhos.
Contemplada desse ponto de vista, a vida deixa de ser um simples desenrolar de dias, cheios de tarefas, correrias e cansaço, para se tornar uma oportunidade excelente de progresso.
E quem quer que se conscientize de que participa de um curso de aperfeiçoamento, entenderá que tudo que ocorre tem uma razão para acontecer.
Então, a dificuldade deixa de ser incômoda para se transformar em chance de testar a capacidade de resolver problemas.
A multiplicidade das tarefas que exige atenção não é problemática de difícil solução, pelo contrário, é motivo de disciplina e aproveitamento do tempo.
A enfermidade deixa de ser vista como infelicitadora para se tornar uma amiga que permite testar a possibilidade de superar limites.
Enfim, tudo, a cada dia, ganha destaque e relevância, pois entra no cômputo da graduação para o progresso individual do ser.
Pensemos nisso.

(*) – Espírito é nossa individualidade, que depois de criado por Deus é eterno. A individualidade é a soma de todo o aprendizado e progresso das diversas personalidades, isto é, encarnações do espírito.


Apresentação modificada do Texto da Redação do Momento Espírita, 
com base no capítulo Estágios da reencarnação na Terra
do livro Desafios da educação, pelo Espírito Camilo, 
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 28.1.2015.



terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Problemas & Soluções

Pessoas são interessantes. Aguardam soluções externas para seus problemas e esquecem que toda solução nasce dentro de nós mesmos.

Aqui a perda de um emprego, ali uma separação de casal, acolá um filho que se perdeu no consumo de drogas.

Culpa-se, naturalmente, o ambiente, as amizades, os amigos incompreensíveis e até mesmo os inimigos. 

Ah! Esses inimigos!

O maior inimigo é o meu próprio “EU”.

Se conseguirmos controlar esse “EU”, todos os problemas estarão em curso de solução.

Muito natural, em razão de nossa pouca madureza espiritual, colecionarmos problemas. Já as soluções... Dependem exclusivamente de nossa capacidade de aprendermos a nos colocar em posição de perceber a solução. Nem sempre é muito fácil.

Esquecemos corriqueiramente ser a imagem e semelhança de Deus e nos lembramos com insistência que somos somente “corpo”.

E esse corpo exige.

Exige conforto.

Exige consumo.

Exige algumas pequenas alucinações.

Exige novidades, constantemente e nem sempre saudáveis.

Exige satisfação, mesmo que rápida.

Permanecemos rodeados de expectativas e chamados passageiros, quando deveríamos ficar mais atentos ao que é duradouro – As coisas do Espírito – que o tempo não corrói.

A solução para cada um de nossos problemas é resultado de um processo demorado e trabalhoso que cresce no âmago do espírito humano.

O ideal é que estivéssemos preparados de pronto.

Primeiro, e mais importante, para não atrairmos problemas e segundo, caso haja necessidade, sermos capazes de formular soluções razoáveis e duradouras, evitando dessa forma o ciclo interminável das quedas.
 
“EU”, não deve ser o problema e sim a solução.





Pena de Morte

Ética, Moral ou simplesmente uma moda da presente situação de nosso mundo? Nem levantaremos, neste momento, a questão dos seres mais inferiores ao homem.

Qualquer abreviação da vivência do corpo físico, ou da presente personalidade, sem a devida “autorização” Divina é um sério comprometimento diante da individualidade espiritual.

A vida é concebida por Deus e somente ele tem o poder de desintegrá-la, devolvendo seus ingredientes excepcionais ao “Todo”, e não o faz.

Explicando melhor: Ninguém tem o direito de abreviar a vida material sem que haja consequências futuras. O ato é da consciência de cada um, entretanto, a colheita é obrigatória.

A individualidade (espírito) foi instituída pelo Amor Divino para participar da grandiosa e misteriosa jornada da consciência de si mesmo em meio a um turbilhão de eventos singulares do Cosmos.

Nesta Terra ainda adormece o espírito da fraternidade entre seus habitantes e, portanto, ocorrências de extermínio de vidas preciosas ainda fazem parte de comunidades não afeitas ao conhecimento da continuidade da vida sutil e eternidade do espírito, sendo naturais e apoiadas em leis locais.

Jesus já adiantava que deveríamos perdoar setenta vezes sete vezes.

A educação do espírito voltada para a Ética Cósmica é ainda alguma coisa que vemos bastante distante na presente época em que vivemos, com leis absolutamente obsoletas e tendenciosas, premiando o orgulho e a vaidade dos seres humanos.

A Pena de Morte é o fim de uma caminhada tortuosa e deficiente da compreensão das Leis Divinas e o mundo não deixará de aplicá-la conquanto mentes e corações endurecidos no erro e na irresponsabilidade se deixarem envolver por soluções fáceis e fracas em seus princípios.

Se nosso espírito não estiver em conformidade com a “VIDA”, pouco nos resta e continuaremos a assistir periodicamente o instinto sobrepujar a razão.

Aplicar a Pena de Morte é equiparar-se a Deus.




segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O que as águas não refletem... na superficialidade não reside.

Quando estava entre nós, Ele costumava contemplar-nos e ao nosso mundo com um olhar de admiração, pois os véus dos anos não velavam Seus olhos, e tudo o que via era claro à luz da juventude.

Embora conhecesse o belo em toda sua profundidade, a paz e a majestade da beleza jamais deixaram de surpreendê-lO, e esteve diante do mundo como o Primeiro Homem estivera diante do primeiro dia.

Nós, com os sentidos já embotados, ficamos à plena luz do dia, mas não vemos.

Aguçamos os ouvidos, mas não ouvimos; estendemos as mãos, mas não chegamos a tocar.

Não vemos o lavrador em seu retorno do campo ao findar o dia; nem ouvimos a flauta do pastor que conduz seu rebanho para o curral; nem estendemos os braços para tocar o pôr do sol, e nossas narinas não mais anseiam pelas rosas...

Não, não veneramos um rei que não tenha um reino; nem ouvimos o som de uma harpa sem que haja uma mão a dedilhar-lhe as cordas; tampouco vemos uma pequena oliveira na criança a brincar em nosso olival.

E é preciso que cada palavra surja dos lábios carnais de uma boca, senão julgamo-nos mudos e surdos.

Na verdade, fitamos, mas não vemos; atentamos, mas não ouvimos; comemos e bebemos, mas não saboreamos.

E é aí que reside a diferença entre nós e Jesus de Nazaré.

Todos os Seus sentidos se renovavam continuamente, e o mundo para Ele era sempre novo.

Para Ele, o balbucio de um bebê não era menor do que o clamor de toda a Humanidade, enquanto para nós nada mais é do que um balbucio.

O que as águas não refletem é que para Ele, a raiz de um botão de flor era um anseio por se aproximar de Deus, enquanto para nós não passa de uma raiz...


Redação do Momento Espírita, com base no cap. Um filósofo, do livro Jesus, 
o Filho do Homem, de Gibran Khalil Gibran, ed. Associação Cultural Internacional Gibran.
Em 10.1.2015.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Alabê de Jerusalém - Os intolerantes - Altay Veloso



“Já que você deu licença pra esse Negro falar”...
Não duvida da cabeça que tem coroa ou cocar
Nenhuma auréola resiste ao tempo sem se apagar
Se não tiver a serviço de Deus ou de um Orixá.
Nego velho vem de longe, minha crença tem estrada
Moço exijo respeito a sua voz é malcriada
Não seja tão leviano, respeite minha Aruanda
Tem quase cinco mil anos de existência minha Banda.
E às vezes corações que crêem em Deus, são mais duros que os ateus. 
E jogam pedra sobre as catedrais dos meus deuses Yorubás. 
Não sabem que a nossa terra é uma casa na aldeia, religiões na Terra são archotes que clareiam.
Num canto da casa quem com fervor procura ajuda tem o archote de Buda pra iluminar sua fé,
Lá onde a terra pouco verdeia, pra não se perder na areia, tem que ter lá na candeia a chama de Maomé.
Ah essa nossa terra é uma casa na aldeia, religiões na Terra são archotes que clareiam. (Clareia Zambi clareia...).
Assisto com muita tristeza a pena da aspereza dilacerando a beleza de uma linda sinfonia. A aguarrás de juízes, ciumentos inflexíveis, descolorindo os matizes de uma linda pintura, só porque não gostam da assinatura!
Mas vai como uma bailarina, com a inocência de menina, dançando em volta do sol, a Grande Mãe Terra. Enquanto muitas nações, governos, religiões ensaiam a dança da guerra.
Ah na verdade a bola azul quase nunca foi amada; é sempre penalizada. Tem um trabalho enorme, dedicação e talento para preparar a mistura, juntar os seus elementos para dar forma às criaturas, e elas depois de paridas, desconhecem a matriarca e dizem mal agradecidas: que a carne é fraca.
E quando o planeta gera um Avatár, um iluminado assim como o Nazareno, tem logo quem se apresenta com conhecimento profundo e diz: não é desse mundo, só pode ser extraterreno.
Ah, é difícil entender porque é que o homem, até hoje, cospe no prato que come. Algumas religiões, não sei por qual motivo, dizem que a Terra é um território com vocação pra purgatório, não passa de sanatório... E que nós só seremos felizes longe dela, bem distante, lá onde os delirantes chamam de paraíso.
Olha, eu vou dizer na minha simples observação dia após dia, me perdoem a liberdade, mas religião de verdade mais parecida com a que Jesus queria, talvez seja a ecologia. Pra ela não tem fronteira e só reza um mandamento: preservação das espécies com urgência, sem adiamento.
Hoje, ela pensa nas plantas, nos rios, no mar, nos bichos. Amanhã, com certeza, com a mesma dedicação e capricho, pensará com muito cuidado nos meninos abandonados.

Ah, se ela tivesse mais força para sustentar sua zanga, evitaria com certeza a fome cruel de Ruanda. Ainda era uma menina quando a impertinência sangrou com a bola de fogo a pobre Hiroshima. Mas ela cresce, se instala como uma prece no coração das crianças,tenho muitas esperanças...
Eu tenho toda a certeza que o nosso planeta um dia mesmo cansado, exausto, terá toda a garantia e guardado por uma geração vigia, nunca mais verá a espada fria do Holocausto.
A intolerância eu repito, é a mais triste das doenças, não tem dó, não tem clemência. Deixa tantas cicatrizes nas pessoas, nos países, até as religiões, guardiãs da Luz Celeste, abandonam seus archotes para empunhar cassetete. E o que na verdade refresca o rosto de Deus, é um leque, que tem uma haste de Calvino e outra de Alan Kardec. Na outra haste, a brisa, que vêm das terras de Shiva, é uma dos franciscanos é outra dos beduínos. Não precisa ir muito longe... Jesus nasce entre os rabinos.
É nego velho tá cansado, chegou entusiasmado pra cumprir o prometido,
agora to meio perdido, mas fica por conta da idade, tá me faltando memória, já não falo coisa com coisa, perdi o fio da história, ah me desculpa minha gente, mas Alabê vai embora...
"As águas de Ocanaã banharam o seu corpo
O Ébano de Daomé do meu fez o seu porto
Nas bodas de Canaã o Xangô provou o vinho
O desejo de Iansã me colocou no seu caminho
Seus ancestrais de Ifé e os meus da Palestina
Pediram juntos à Javé, que abrisse as cortinas
Pra que ouvisse seu tambor soando através dos tempos
O meu fio condutor foi teu amor, teu sentimento
Alabê sábia é a Natureza minha face indefesa
Você não pode ver,mas se a intolerância diz
minha nobre blasfema
Ai meu amor serena,quero te ver feliz”.
Ah minha bela Judite amor da minha vida onde estás???
"Por obra de Ocanaã estou nesse momento na mansão de Iansã
sou hóspede dos ventos
Por conta do nosso amor a estrela da Galiléia pos os raios de Xangô nos candelabros da Judéia."
To com os olhos cheios d'água!!!
"Alabê sábia é a Natureza minha face indefesa
Você não pode ver, mas se a intolerância diz
minha nobre blasfema
Ai meu amor serena, quero te ver feliz."
Judite! Meus olhos encheram d'água pra apagar essa chama da intolerância insana que com soberba e com frieza nos homens coloca venda pra que não vejam a beleza
das diferenças entre nós.
"Odoyá Yemanjá... Opará... Mogbá... Eparrêy... Saluba Nanã... Ora yê yê...”.
São os anéis da Oxum, as contas de Yemanjá, a serenidade de Nanã, a valentia de Oyá
Benditas sejam essas moças Deusas da natureza, que tiveram a gentileza de cuidar de Oxalá, uma dando seu ventre essa é a mais sagrada, Vai perpetuar seu nome. Saudação: Ora yê yê ô...Saluba Nanã saluba... Bendito esse seu destino que preparou sua carne pra ser avó do Menino, e essa vida um bom começo é a educação de DEUS.
"Oxalá, Jesus orai por nós, por nós...”.
Olha a voz de Yemanjá sofrendo a dor do exílio, ela que cuidou dos filhos quando abriu o mar vermelho é hoje apenas sereia no reflexo do espelho.
Estala Yansã, e instala sua ventania na escrita da cabala, sua luz é um poema nos olhos de Madalena.
Do olho d'água nasce um rio tão admirável e fecundo,
Não há nenhum paralelo na história do nosso mundo quanto a saga das mulheres que cuidaram de Jesus, Áh... talvez seja por isso que Jerusalém não dorme
ela também é mulher,é mãe,são obrigações enormes,doa vida,ergue a cruz e sofre de febre intensa quem de Deus teve a licença prá conviver com a presença da treva e da luz.
Treva que sempre consome toda doçura dos homens...
A escuridão dá medo...
Semeia desassossego e ela é cruel é voraz,chegou pra roubar a vida,chegou bem as escondidas,bota sua voz suicida nos lábios de Caifaz...."


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Transição Planetária II

Um assunto deveras instigante.

O que podemos imaginar como seres inteligentes é que Deus na sua infinita Sabedoria estaria cometendo uma imensa injustiça em permitir que um mundo extremamente coeso e independente como nosso planeta Terra pudesse ter sido criado para abrigar essa nossa forma de vida completamente alienada aos princípios cósmicos estabelecidos pela Divindade.

A par de nosso mundo físico, nesse momento, outros há que demandam uma visão mais aguçada, espiritualmente falando, que interage em todos os seus aspectos com a matéria mais densa de nosso orbe.

Essa interação que se faz em todas as frequências e energias colocadas em movimento pelo Criador, inclusive aquelas que sendo totalmente desconhecidas, moldam nossos espíritos e que seguem leis específicas somente de posse de Deus e seus emissários mais próximos, age de forma a manter o equilíbrio da vida em todos os seus sentidos.

É da Lei do Progresso que nada no Universo "dorme". Tudo é movimento.

Entretanto, há a Lei da Justiça que reserva a cada um segundo suas obras, e mais,  há a Lei do Direito que impede que os seres mais preparados estacionem em razão das más escolhas de companheiros de viagem.

Seguindo essa linha de raciocínio encontraremos aqueles seres que não se compactuam com essas leis e causam danos àqueles que desejam seguir em frente e participar de um desenvolvimento que leve a humanidade à felicidade.

Creio que para tudo há um limite e aplicação das Leis Divinas, Luz dos Mundos, não podem ser indefinidamente postergadas pois estariam, caso contrário, privilegiando uns a favor dos outros, o que é inconcebível em se falando de Deus.

Transições Planetárias ocorrem frequentemente e é fenômeno corriqueiro no Universo Cósmico.

Ocorrem por transbordamento das energias físicas e psico-energias criadas pelos seres que gravitam em determinado orbe, levando-o a modificações nas suas estruturas internas e externas, turbilhonando toda vida a ele aderida.

O descaso dos indivíduos que habitam as moradas criadas para o desenvolvimento espiritual dos seres, vampirizando todo o seu potencial de vida, cria condições para que haja esses estremecimentos físicos e psíquicos que podem ser constatados pelos mais atentos, nesse exato momento, em nosso planeta natal.

As mensagens de João, no Apocalipse, a par das diversas interpretações, nos levam à reflexões de como se dará o expurgo, tanto da densa psicosfera astral como também das almas empedernidas.

Fica à escolha do estudioso.

Penso que, todos nós que já temos a capacidade de reconhecer todo o Poder e Bondade do Criador, assim como aqueles que não o conhecem por incapacidade intelectiva individual, seremos provados, reprovados e aprovados, de acordo com, única e exclusivamente, a apresentação do nosso estado de espírito no momento do transbordamento das energias psico-energéticas refreadas durante milênios na gravidade de nossa morada atual.





sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ciúme Destruidor

A vida corria sem atropelos para Rui e Andréia.
Rui representante de uma grande indústria farmacêutica localizada na cidade de São Paulo e Andréia professora concursada, lecionava em escola pública estadual.
Haviam resolvido que filhos somente após estabilidade financeira.
Andréia seguia uma rotina até certo ponto entediante, porém as vantagens de ser concursada lhe garantia uma vida confortável e sem sobressaltos.
Rui, devido sua profissão, muito viajava e se ausentava por dois ou três dias da semana em viagens ao interior do estado.
Isto começou a interferir no emocional de Andréia, não vigiando seus pensamentos chegou mesmo a desconfiar das atitudes e das viagens do marido.
Começou a desconfiar de Rui, seu marido, pensando que havia se interessado por outra mulher.
Andréia olhava para ele e se sentia traída. Toda vez que Rui chegava em horário mais adiantado, mesmo que dissesse que fora o trânsito complicado ou uma reunião de última hora, ela pensava: Demorou por causa da outra. Devem ter se encontrado hoje. Por isso se atrasou.
Infelizmente a paz tão desejada ficou comprometida. Ele chegava cansado, e ela deixando-se levar pelo mal-humor procurava todos os motivos para reclamar.
Por vezes, ela surpreendia Rui um tanto dispersivo. Pensamento distante. Era o suficiente para pensar consigo mesma: Olhe só como está pensativo! Aposto que está pensando nela.
Finalmente, um dia, ela resolveu tirar tudo a limpo e surpreendê-lo.
Aguardou a oportunidade no dia em que Rui estava na cidade e esperou-o na saída do trabalho. Ele pegou o carro, andou algumas quadras e adentrou o shopping. Ela o viu quando ele escolheu uma pequena joia na joalheria onde mesmo haviam adquirido as alianças do casamento. Pronto foi a conta...
Mau caráter pensou ela. Gastando com outra.
Aquilo a deixou de tal forma desconcertada, que começou a chorar. Foi para casa e se jogou na cama.
Chorou muito.
Pouco depois, ela ouviu a porta abrir e seu marido chegar. Escutou os passos dele na escada, subindo até o quarto do casal, onde ela estava.
Mal o viu adentrar o quarto, ela se sentou na cama, os olhos vermelhos de chorar, os cabelos em desalinho e desabafou:
Eu vi tudo. Você não pode negar. Comprou uma joia para ela e logo na mesma joalheria de nossas alianças! Você me traiu. Traiu o nosso amor.
Alterada, ela se levantou e avançou na direção dele. Para sua surpresa, verificou que ele trazia em sua mão uma caixinha com o logotipo da referida joalheria.
Um pouco chateado, ofertando o presente a ela, ele falou:
Andréia, hoje é dia do nosso aniversário de casamento. Você não lembrou?

*   *   *
O ciúme desperta o que há de pior de nós e cria quadros exagerados, fomentando desconfiança. Atestado de insegurança destrói o relacionamento pelo clima de tensão que cria a todo o momento.
Cultivador da infelicidade, o ciúme altera a correta visão dos fatos, aumentando a importância de pequenos atrasos, desejos não atendidos, esquecimentos de datas e compromissos a dois.
Criando azedume, envenena a alma e desassossega o pensamento.
Colocando óculos escuros na visão mental, tudo faz parecer sombrio, devastador.
Uma distração é tida à conta de desinteresse. O atraso para um encontro é considerado desrespeito.
Fora da realidade sempre, o ciúme provoca cenas desastrosas e desgastantes, em situações onde uma leve indagação ou uma conversa a dois, com toda a certeza, resolveria.
*   *   *
Nunca deixemos que o ciúme nos atormente. Ele é o responsável pela devastação de corações e de lares.
Se nos sentimos inseguros, fortifiquemos a relação a dois com diálogos mais profundos, com saídas para um passeio ao luar ou um final de semana a sós.
Se o outro estiver, verdadeiramente, permitindo que a relação esfrie, que o amor amorne, providenciemos o melhor para o estreitamento dos laços afetivos, guardando a certeza de que é nos pequenos gestos que a relação se fortalece.
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Com base no capítulo 48 do livro
“Para que minha vida se transforme”
de Maria Salete e Wilma Ruggeri – Editora Verus.