terça-feira, 19 de março de 2013

Aruanda - Estudo 19 - Capítulo 10 - Goécia - Parte 3


Aruanda - Estudo 18 - Capítulo 10 - Goécia - Parte 2


Aruanda - Estudo 17 - Capítulo 10 - Goécia - Parte 1


O Goécia, ou Goétia, é um dos cinco livros principais do Legemeton, ou seja, as Chaves de Salomão "O Mago".
'Goécia do bárbaro: "Arte gritada", devido aos antigos evocadores, que tinham de gritar os nomes sagrados durante os rituais. O sistema tem como base a invocação de 72 entidades que são arquétipos da subconsciência do magista e que devem ser trazidos à tona para que seja feita a absorção e equilíbrio destas forças ocultas e sombrias de sua psique.
Muito confundida com magia negra por parte de magistas que não praticam o sistema salomônico, isto se deve ao fato do pouco ou nenhum conhecimento dos demais livros e do sistema que submete o aspirante a rigorosos treinamentos anteriores para que ele não sucumba aos desejos materias e carnais. As entidades encontradas nos livros foram através do cristianismo denominadas demônios, o que não é verdadeiro se comparado ao ponto de vista histórico, onde as entidades foram deuses cultuados no passado por diversas culturas.
O Goécia é uma chave de libertação do magista de seus aspectos sombrios recalcados em sua psique, que cedo ou tarde tendem a aflorar se não forem trabalhados. A tradução do exemplar para o inglês se deu através de Macgregor Mathers e Crowley, o que tornou mais acessível aos outros magistas as práticas e o entendimento do sistema.

sábado, 16 de março de 2013

Especial – Exemplo de Trabalho de Exu / Guardião


Carlos se dirige a um Centro de Umbanda aconselhado por um amigo, pois a sua vida está bastante complicada. Sua mãe vive doente, já tendo ido a diversos médicos sem sucesso na cura. O seu pai foi demitido da empresa que trabalhava há mais de 25 anos e vive deprimido e chorando pelos cantos. Ele mesmo desempregado há três anos, vê o seu filho adoecer sem condições de comprar os medicamentos. A sua esposa, única ainda empregada, apresenta sérios indícios de fadiga mental e física.

Ao chegar ao centro lhe informam que é dia de consulta com Preto Velho. O seu amigo Cláudio, vai explicando a rotina da casa e como ele deve agir e pedir na hora da consulta.

Chega finalmente a sua vez de se consultar, o seu pensamento está coberto de dúvidas, achando que estava chegando ao fundo do poço ao se dirigir a um terreiro de “macumba”, falar com uma pessoa que nunca viu antes na vida e abrir o seu coração, suas dúvidas e temores.

Num primeiro momento acha graça da posição do médium todo curvado e do jeito de falar, não consegue se aquietar, mas o Preto Velho vai aos pouquinhos ministrando alguns passes e por fim Carlos começa a se abrir.

O Preto Velho a tudo ouve, manifestando de tempos em tempos palavras encorajadoras para o aflito Carlos. Carlos não entende o porquê, mas enquanto ele fala, o Preto Velho vai estalando os dedos em volta dele, olha discretamente para o copo d’água ao lado da vela, joga para cima a fumaça de seu cachimbo, e assim vai firmando e passando as informações para os guardiões que pertencem a egrégora da Casa, que através dos Exus de trabalho partem com a velocidade do pensamento para a casa de Carlos.

Em dado momento, o Preto Velho que está “preso” ao corpo carnal do médium e conseqüentemente com sua visão limitada, utiliza alguns elementos magísticos e ritualísticos para proporcionar alívio ao Carlos.

Diz no final da consulta que irá trabalhar para ele e toda a sua família, dá algumas recomendações sobre como rezar e elevar o pensamento a Deus e se despedem.

Carlos tem alguma sensação de alívio, sente-se mais leve e confiante, mas ao mesmo tempo não acredita que meia dúzia de estalar de dedos vai “resolver” o seu problema... Incrédulo, mas não tão fraco retorna a sua casa sem nem imaginar que a batalha está apenas começando.

O Preto Velho ao ver Carlos se levantar e ir embora sabe que a essa altura toda a egrégora da Casa já está se preparando para a batalha, e, apesar de ainda estar preso ao corpo do médium pelo processo de incorporação, pôde perceber que será grande.

Mas ainda há o que ser feito em terra... Precisa descarregar o seu aparelho e o terreiro. Terminado o sarava ele parte indo se unir com os outros membros da egrégora.

Com o término dos trabalhos, os médiuns começam a ir embora e no Terreiro de Umbanda se faz silêncio. Mas um silêncio apenas aos ouvidos humanos, pois os sons ali emitidos estão numa freqüência diferente dos sons conhecidos nessa Terra.

E os médiuns pensam: “A gira terminou.” Não meus caros, a “gira” está apenas começando. A egrégora da Casa está reunida dentro do terreiro aguardando o retorno dos Exus de Trabalhos com as informações reais de cada consulta que foi realizada.

Os Exus vão retornando, um a um. O Mentor da Casa assiste e faz intervenções quanto às deliberações do Alto, e os Chefes de Linha estabelecem o famoso “quem vai fazer o que”. Tudo isso ocorre em ambiente absolutamente harmônico e organizado.

Exus, Caboclos e Pretos Velhos trocam impressões a respeito dos problemas apresentados e deliberam.

Mas, voltando ao nosso amigo Carlos. (Nesse momento vou dar nomes fictícios também as entidades envolvidas nesse trabalho. Digamos que o Preto Velho que atendeu Carlos chama-se Pai Benedito e o Exu de Trabalho chamado por ele foi Exu Marabô).

Quando Exu Marabô retorna com as informações a respeito do que encontrou na casa de Carlos, o diálogo que se dá é o seguinte:

Marabô: É Pai Benedito, a situação lá está bem complicada.

Pai Benedito: Eu já suspeitava. O que você viu?

Marabô: A casa do moço Carlos foi totalmente absorvida por uma rede de energia que tem seres bem grotescos mantendo-a firme. Segui buscando a origem dessa rede e me deparei com uma construção logo acima da casa. Adentrando ao recinto vi uma inteligência poderosa por trás disso, mas sem nenhuma relação direta com nenhum dos envolvidos. Buscando entender a “trama” continuei procurando o porque daquilo e encontrei uma mulher bastante dementada, com um aparelho acoplado em sua nuca e pude “ler” seus pensamentos e “sentir” seus desejos que eram de vingança para com o pai carnal do moço Carlos. Vi também que eles ainda não sabem que o moço Carlos veio aqui no terreiro. Bem, em resumo: A inteligência envolveu essa pobre infeliz e prometendo-lhe “devolver” o pai do moço Carlos pra ela e suga suas energias que é retro-alimentada pelo sentimento de culpa que o pai do moço Carlos tem. Parece que foi uma aventura dele na juventude, só não me preocupei em saber se desta ou de outra vida, pois achei que os dados que tinha já eram suficientes para podermos trabalhar.

Pai Benedito: Sim, sim... Mais do que suficientes! Não estamos aqui para julgar ninguém. Isso cabe ao Pai. Bem, nesse caso teremos que destruir essa construção, mas precisamos primeiro recuperar a moça, e já que o pai de Carlos está involuntariamente retroalimentando a construção, precisaremos de recursos para auxiliar os familiares também.

Assim, Pai Benedito se dirige ao Caboclo Flecha Dourada, responsável pela corrente de desobsessão daquele terreiro e expõe a situação. Imediatamente o Caboclo determina que a Pomba Gira Figueira irá utilizar os seus elementos magísticos para que a equipe de resgate da Casa recupere a moça e quem mais tenha condições de tratamento e a “equipe de força” destrua a construção e todos os equipamentos dentro dela.

Tarefas distribuídas, eles partem para a construção. Caboclos, Pretos Velhos e Exus guardam certa distância da construção e observam a Pomba Gira Figueira assumir uma configuração praticamente transparente. Ao chegar perto da construção percebe-se sair de sua boca uma espécie de fumaça enegrecida que começa a tomar conta do ambiente.

Logo atrás dela, homens empurram uma espécie de carrinho, que lembram os carrinhos usados em minas de escavação de carvão. Conforme a Sra. Figueira vai entrando no ambiente tomado por essa fumaça negra, os seres que lá estão caem em profundo sono, sendo resgatados pelos homens e colocados dentro dos carrinhos. A ação dela é rápida.

Ninguém percebe a sua presença. Quando todos são resgatados, a Sra. Figueira começa a manipular a energia dos instrumentos dentro da construção mudando sua forma, plasmando outras energias e transformando os instrumentos em bombas autodestrutivas. Finalmente sai da construção e os Exus que compõe a “tropa de choque” ou “equipe de força” passam a detonar a bomba e a destruir a construção e a malha que envolve a construção material na Terra e a prender os seres grotescos que dão sustentação a malha no ponto da construção material.

Caboclos e Pretos Velhos começam a tratar ali mesmo as inteligências retiradas da construção, colocando-os em macas e direcionando aos locais adequados aos tratamentos que irão receber, sob os olhos atentos dos Exus Guardiões, Amparadores e de Trabalho.

Outros partem para a construção material e começam o trabalho individualizado entre os membros da família. Exus fazem o trabalho de limpeza e descarga, resgatando os “perdidos”, para serem encaminhados para os trabalhos de desobsessão da Casa de Umbanda, abrindo espaço e dando condições vibratórias para o trabalho dos Caboclos e Pretos Velhos que é o de inspirar pensamentos de perdão ao pai de Carlos, de esperança no próprio Carlos, saúde e bons eflúvios na esposa e mãe de Carlos. Através de passes magnéticos Caboclos e Pretos Velhos transformam o campo vibratório da casa e cuidam de seus moradores.

Enquanto tudo isso ocorre a casa dorme, e todos são tratados em espírito.

Enquanto isso os médiuns daquele terreiro também dormem em suas casas, mas alguns estão doando ectoplasma, auxiliando nos trabalhos de transmutação energética. Uns participando ativamente e outros observando e aprendendo, através do processo de desdobramento, assistem a boa parte dos trabalhos.

Após o trabalho realizado o Mentor da Casa sorri.

Todos estão conscientes que de agora em diante é de acordo com o merecimento de cada um, de cada membro dessa família, tudo dependerá do quanto cada um irá lutar para melhorar, mas agora sem as “amarras” ou interferência do Astral Inferior.

A Umbanda através de uma ação conjunta dos componentes da egrégora de uma Casa de Umbanda pôde proporcionar alívio, conforto e libertação aos membros da família e auxílio aos irmãos perdidos nas trevas da ignorância, do ódio, do rancor, do remorso e da culpa.

Mesmo que Carlos nunca mais volte ao terreiro para agradecer a melhora, ou que nunca desperte para a ajuda que recebeu, mesmo que o pai de Carlos nunca se perdoe, a Umbanda se fez presente em Caridade e Amor!

Com sinceridade, após ler tudo isso você ainda acha que Exu é o Diabo?

Acha que importa ficarmos discutindo se Exu, a Umbanda e seus Orixás vieram da Atlântida, da África ou do quintal da sua casa?

Se ainda resta alguma dúvida eu afirmo a minha certeza: a Umbanda nasceu do Coração de Zambi em Sua Infinita Misericórdia por nós!




Especial - Exus e Guardiões



Iassan Ayporê Pery – Dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery.

Umbanda é religião e Candomblé é culto. Essas linhas são absolutamente distintas e, guardam muito mais diferenças que semelhanças.

É o mesmo que comparar a religião Católica com a Evangélica.

Os nomes de alguns Orixás são os mesmos, mas o entendimento do que seja e, principalmente a forma de culto a esses Orixás é absolutamente diferente.

Com Exu não poderia ser diferente. O Candomblé o entende como sendo Orixá ou ainda nas palavras de Pierre Verger:

“Exu é a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros (Umbanda não é culto afro-brasileiro) e também a mais conhecida. Há, antes de tudo, a discussão: se Exu é um Orixá ou apenas uma entidade diferente, que ficaria entre a classificação de Orixá e Ser Humano. Sem dúvida, ele trafega tanto pelo mundo material, onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural, onde trafegam Orixás, entidades afins e as Almas dos mortos (eguns).

”Como a nossa discussão não diz respeito às interpretações do Candomblé, visto se tratar de outra linha de atividades vamos nos ater à Umbanda onde Exu não é Orixá. Não é Orixá porque Orixá é energia emanada de Zambi (Deus), representada na terra através das Forças da Natureza.

Orixá é potencia de Luz.

Origens

A título de curiosidade apenas, ressalto que existem várias correntes que afirmam diferentes origens para a palavra Exu:

"A primeira corrente afirma que a palavra Exu seria uma corruptela ou distorção dos nomes Esseiá/Essuiá, significando lado oposto ou outro lado da margem, nomenclatura dada a espíritos desgarrados que foram arrebanhados para a Lemúria, continente que teria existido no planeta Terra.

A Segunda corrente assevera que o nome Exu seria uma variante do termo Yrshu, nome do filho mais moço do imperador Ugra, na Índia antiga. Yrshu, aspirando ao poder, rebelou-se contra os ensinamentos e preceitos preconizados pelos Magos Brancos do império. Foi totalmente dominado e banido com seus seguidores do território indiano. Daí adveio a relação Yrshu / Exu, como sinônimo de povo banido, expatriado.

A terceira corrente afirma que o nome Exu é de origem africana e quer dizer Esfera.

“Saliente-se que entre os hebreus encontramos o termo Exud, originário do sânscrito, significando também povo banido.” (Retirado do site de Jurema de Oxalá)

Como disse anteriormente, é apenas a título de curiosidade, pois nada disso interfere no trabalho de Exu nos terreiros de Umbanda.

Mitos

Interessante esclarecer alguns pontos que são mitos dentro da Umbanda. Mitos que foram criados por pessoas que não entendiam o verdadeiro trabalho de Exu na Umbanda, aliás, não entendiam o verdadeiro trabalho da Umbanda.

A Umbanda em sua dinâmica básica lida com espíritos dos mais variados graus de evolução. As entidades, guias e mentores que se apresentam nos terreiros exercem um trabalho incansável contra as forças trevosas.

A origem de qualquer coisa em uma religião tem a ver com a função dela dentro da mesma.

Na Umbanda a origem de Exu está em função da necessidade de existirem guardiões, encaminhadores e combatentes das forças trevosas. Trabalho básico da Umbanda. Por isso se diz que “Sem Exu não se faz nada”. Não porque Exu não deixa, porque é vingador, traíra ou voluntarioso como querem fazer pensar algumas lendas sobre Exu, mas sim porque não há como combater forças trevosas sem defesa e proteção.

Então pode vir a pergunta: “Então nossos guias (caboclos e pretos velhos) não nos protegem e defendem?”

Claro que protegem e defendem, entretanto cabe a Exu o primeiro combate, o combate direto contra as energias que circulam no Astral Inferior. Esta é a especialidade de Exu, pois conhece profundamente os caminhos e trilhas desse ambiente energético. É a sua função primeira, assim como a dos Caboclos e Pretos Velhos é a de nos orientar e aconselhar.

Tudo na Umbanda é organizado, coerente e lógico. Tendo isso em mente, um segundo mito a ser desfeito diz respeito à confiabilidade de Exu. Como disse anteriormente, Exu não é traíra! Qual a lógica de Orixá e entidades de luz o colocar como guardião, defensor se ele fosse “subornável”, se ele não fosse confiável?

Seguindo o mesmo raciocínio outro mito que não tem base alguma é: “Exu tanto faz o mal quanto faz o bem e depende de quem pede. Nós é que somos os maus na história”. Não existe “defesa” pior para Exu do que esta, pois se trata de outra incoerência! Se uma criança sabe diferenciar o bem do mal, como Exu, conhecedor de segredos de magia, manipulador de magia, defensor, combatente de forças trevosas possa ser tão incoerente a ponto de não diferenciar o bem e do mal e o que é pior trair a confiança de Caboclos e Pretos Velhos? E ainda por cima não ter nenhum tipo de aspiração evolutiva, ou seja, ficar sempre entregue a mercê de nossa vontade nunca aspirando evoluir?

Aí vem outra pergunta: “Mas eu fui num terreiro e disseram que o trabalho contra mim foi feito por um Tranca Ruas”.

Resposta: o trabalho foi feito por um obsessor se passando por Tranca Ruas. Aliás, obsessor se passa por tudo, inclusive por enviado de Orixá, como Caboclo e Preto Velho.

E por que isso acontece? Por causa de médiuns invigilantes. Médiuns pouco compromissados com o Astral Superior, médiuns e dirigentes mal informados e despreparados. Médiuns e dirigentes que buscam os terreiros de Umbanda para satisfazer as suas baixas aspirações, como válvulas de escape para fazerem “incorporados” o que não tem coragem de fazer de “cara limpa”! Médiuns de moral duvidosa que gritam, xingam, bebem, dançam de maneira grotesca para uma casa religiosa e imputam a Exu esses desvarios. Caso estejam realmente incorporados estão na realidade é sofrendo a incorporação de kiumbas (que são espíritos moralmente atrofiados ou que buscam apenas tumultuar o ambiente).

Nunca um Exu ou Pomba Gira de verdade irá se prestar a um papel desses.

Outro ponto que gera muita confusão diz respeito à incorporação de Exu, pois já ouvi a pergunta: “Se ele é guardião, quando está incorporado não está “guardando” nada.” Novamente a lógica e a coerência devem falar mais alto do que a ignorância e a incredibilidade.

O Exu Guardião não é o que incorpora nos terreiros. Os que incorporam são Exus de Trabalho (como eu costumo chamar), de defesa pessoal do médium. Esses Exus também participam dos trabalhos junto aos Exus Guardiões e Amparadores no combate as forças do Astral Inferior, mas os Exus de Trabalho tem outro tipo de compromisso que é com a Banda do médium e para com a Casa a qual o médium está. Por isso respeitam o templo religioso e não induz o médium a embriaguez, algazarra ou a comportamentos chulos e deselegantes.

São espíritos de luz em busca de evolução. Que estão altamente compromissados com as esferas superiores, com os guias e protetores do médium e com toda a egrégora de luz da Casa na qual o médium está inserido.

Trabalhando diretamente com esta egrégora eles auxiliam no combate e encaminhamento dos espíritos que são atraídos pela corrente de desobsessão do terreiro que fazem parte. A exemplo de Nossa Casa os Exus de Trabalho de cada médium participam diretamente dos trabalhos realizados pela Corrente de Desobsessão e Cura de Caboclo Pena Branca.

Entretanto, cabe lembrar, que o estágio evolutivo de Exu de Trabalho está abaixo de Caboclos e Pretos Velhos. Isso não significa que não sejam evoluídos apenas, encontram-se num estágio abaixo. Sua energia é mais densa.

Conseqüentemente a sua vibração ou energia de incorporação está mais próxima (ou mais similar) a vibração de terra, exigindo do médium um nível de elevação diferenciado do que quando vai incorporar um Caboclo ou Preto Velho ou até mesmo outro enviado de Orixá. Ou seja, quando o médium se prepara para a incorporação, ele tem que se concentrar e elevar a sua própria vibração, enquanto a entidade incorporante baixa a sua. Quanto mais evoluída for a entidade incorporante, mais sutil é a sua energia e mais exigirá do médium concentração e elevação para a incorporação.

Outro aspecto a ressaltar é que esse estágio evolutivo não impede Exu de trabalhar conjunta e harmoniosamente com entidades mais evoluídas, até porque além de trabalharem sob as suas ordens, ou seja, sob as ordens de enviados de Orixá, a questão “hierarquia” é muito bem resolvida no Astral Superior. Lá não existem “disputas” pelo “poder” ou se questiona quem “manda”.

Todos estão conscientes de seus papéis e do trabalho que precisa ser realizado, além de trabalharem com um mesmo objetivo, a Caridade!

A palavra de ordem de Exu é “compromisso”! Por tudo isso ele não é e nem nunca foi traidor ou do “mal”.

Sobre a Incorporação de Exu

Exu e Pomba Gira quando incorporados em seus médiuns, podem se apresentar de duas maneiras básicas: alegres ou sérios. Mas mesmo na alegria não há desrespeito ou comportamentos inadequados a um templo religioso.

E ainda vou mais longe, e o que vou dizer agora visa justamente desmistificar outro mito ligado a Exu. Quando o Exu é deselegante o médium também o é, só que disfarça quando não está “incorporado”. Esse médium invigilante e portador de moral duvidosa ao receber a energia de incorporação de Exu (que começa a se dar através da aproximação do mesmo), por ser uma energia bastante similar a nossa e justamente por estar mais próxima a crosta terrestre, onde o combate com o Astral Inferior se dá, passa a dar vazão aos seus sentimentos menores, influenciando e interferindo diretamente na incorporação do Exu, que assiste a tudo desconsoladamente. Transferindo para Exu sentimentos e comportamentos que são seus. Isso não chega a ser mistificação, ou seja, fingimento, porque existe a energia de Exu ao lado ou perto do médium.

A mistificação envolve o fingimento puro e simples, sem envolvimento de energia ou proximidade de entidade alguma. Mas trata-se de animismo.

A incorporação de Exu e Pomba Gira envolve a manipulação energética de chacras inferiores, e o que acontece no caso descrito acima é que o médium deliberadamente utiliza mal essa energia. Digo deliberadamente, porque isso envolve intenção moral e mau aproveitamento da energia de Exu.

Com a continuidade da insistência do médium em se utilizar dessa energia para a manifestação de seus desejos e aspectos menores, em pouco tempo há a queda do médium... O Exu se afasta e fica o que? Kiumba que assume o nome do Exu e aumenta os desvarios... E o médium não percebe porque no fundo usa a influência do Kiumba (aliás, um usa o outro) para brigar com a mulher, encher a cara de cachaça, falar palavrão, fazer pedidos de oferendas nas encruzilhadas da vida, matança de animais e outras aberrações.

Cabe à direção da Casa coibir veementemente esses comportamentos no seu nascedouro, ou seja, no médium e assim que começam acontecer, chamando-o à realidade, orientando e desestimulando atitudes desse tipo. Tentando recuperar o médium. Mas se for o caso não deve pestanejar em tomar medidas drásticas para a solução do problema.

Sobre a capacidade de manipulação energética de Exu

Voltando a questão energética de Exu, já falamos que ele é um grande manipulador de energias, transfigurando-se em formas diferenciadas de acordo com o ambiente em que está.

Observamos Exus se apresentando aos obsessores que irão combater em configuração que desperte medo e/ou respeito. Ele não poderia se apresentar a um “inimigo” como se fosse uma linda Cinderela... Isso não assustaria ninguém, então ele assume sim formas rudes, entretanto ele o faz por estratégia e não por serem deformados, e muito menos eles têm chifres, rabos e pés de bode como são tão mal retratados nessas imagens que encontramos em casas de artigos religiosos.

Como Exu manipula energias para assumir outra configuração “física”? Em primeiro lugar há que se dizer que a forma original de Exu é humana, nada tem de partes de animais, porque os espíritos que compõe a falange de Exu são espíritos como nós, muitos são contemporâneos inclusive.

Então Exu tem dois braços, duas pernas, uma cabeça, dois olhos, enfim... Assim como nós. Foram homens e mulheres normais das mais variadas profissões.

Em primeiro lugar em função do trabalho que irá executar ou da “batalha” que irá travar, os Exus estudam o ambiente que irão adentrar, em seguida vibrando numa faixa bem acima do meio que irá desenvolver as atividades, estudam os seus “adversários”, suas intenções, seus planos, seus graus de compreensão, seus medos, etc.

Estabelece uma estratégia e assume a configuração que irá atingir o ponto fraco da maioria do grupo que irá combater.

Lembrando que Exu não trabalha sozinho, isso é feito em agrupamentos sob a supervisão direta de um enviado de Orixá.

Com isto vemos outra capacidade de Exu, vibrar em faixas diferentes de energia. E detalhe importantíssimo: tudo isso sem a necessidade de sacrifícios de animais e despachos em encruzilhadas, porque quem “recebe” tudo isso é Kiumba!

Lembrando ainda que isso dentro do Ritual de Umbanda!

Aruanda - Estudo 16 - Capítulo 9 - Sete, o Guardião das Sombras


segunda-feira, 4 de março de 2013

Elementais - Outras interpretações


Robson Pinheiro / Espírito Joseph Gleber – Obra: Além da Matéria – Uma ponte entre ciência e espiritualidade.

Elementais Artificiais

Ao se falar em criações mentais, contaminações fluídicas e formas-pensamento, não poderíamos deixar de abordar um tema tão importante como a atuação de elementais em vários aspectos da vida psíquica. Esses seres são muitas vezes contatados pelos médiuns e sensitivos de todas as épocas e têm um papel preponderante na vida dos seres pensantes. Muitas vezes, encontra-se na gênese de certos problemas a atuação de forças elementais artificiais ou naturais, que podem ser confundidas com entidades pensantes do reino humano.

Durante certos períodos da história do homem na Terra, o mundo conheceu a atuação de magos do pensamento, cientistas da mente ou magos negros. Principalmente na época recuada da Atlântida, do Egito e da Mesopotâmia, certas forças ocultas foram manipuladas no mundo com objetivos contrários ao progresso. Ainda na atualidade se conhecem certas lendas e contos relativos a maldições em lugares considerados sagradas. Essas antigas maldições, que na realidade são p produto da manipulação de certos elementais, causaram grande comoção nos meios científicos e no mundo esotérico-religioso, devido ao desconhecimento a respeito do assunto.

Elementais Naturais

Chamamos assim aqueles seres mais conhecidos como espíritos da natureza. São princípios inteligentes em processo de individualização e despertamento da consciência. Os seres que estagnaram por longos períodos nos reinos da natureza que antecedem o tronco humano, mas que ainda não tiveram ingresso, pela reencarnação, na humanidade, se agrupam de acordo com suas afinidades. São elementais porque estruturaram uma espécie de corpo ectoplásmico, de natureza híbrida, com elementos da dimensão mental.

Trazem na aparência certa semelhança com o ser humano, porém guardam traços muito estreitos com o elemento natural com o qual se afinizam.

Esses seres não têm consciência e noções de moral, ética ou razão. Estão em fase de aprendizado no grande laboratório da natureza, ensaiando nas experiências que antecedem o seu ingresso na fase humana.

Essa primeira oportunidade de experienciar a realidade humana não ocorre na Terra. Para esses ensaios dos seres elementais no reino dos homens, existem mundos apropriados, já que terão de passar por uma elaboração do princípio inteligente, de suas formas e roupagens fluídicas e mentais e, naturalmente, pelo despertamento da razão. Coordenando esse processo delicado de transição, encontra-se Jesus. Esses seres acordarão um dia sob a presença do Mestre – e somente dele – que os auxiliará na posse da razão, evento que selará definitivamente seu ingresso no reino humano.

Até que ocorra esse avanço evolutivo, os elementais permanecem vinculados aos elementos naturais, como matas, cachoeiras, mares e outros reinos, sempre conduzidos pelas mãos sábias de entidades mais esclarecidas. Nos fenômenos naturais, milhões e milhões de seres participam como elementos divinos a serviço do progresso do mundo.


Leni W. Saviscki – Vovó Benta – Obra: Natureza – Onde reinam os orixás.

Quanto aos elementais ou espíritos da natureza, estes são naturalmente puros, sem discernimento do bem e do mal, desprovidos que são do senso intelectual humano, agindo apenas sob a ação da sintonia com os elementos da Natureza. Predominam neles a inocência e a ingenuidade cristalinas e por isso estão prontos a servir, acorrem solícitos ao nosso chamamento, desejosos de executar nossas ordens. Desta forma muitos magos os utilizam em tarefas menos dignas, ou a serviço de interesses mesquinhos e aviltantes, retirando-os de seu habitat natural. Claro que a lei de ação e reação tornará tais pessoas responsáveis por aquilo que os elementais fizerem de errado, enganados por eles. O que refluirá inevitavelmente em prejuízo do mandante.

Os humanos materializados não acreditam na existência dos seres da natureza justamente porque alegam não serem visíveis. A invisibilidade desses seres é explicada pelo fato de serem formas etéricas, habitantes de planos energéticos com múltiplas graduações, não perceptíveis aos olhos humanos.


Carlos A. Baccelli / Espírito Paulino Garcia – Obra: Espíritos Elementais.

Os Espíritos Superiores que participaram da Codificação informam que elementais, ou seja, as criaturas de natureza mais primitiva que a nossa, se reúnem em “massas inumeráveis” e se transformam nos agentes das Leis que regulam certos fenômenos do mundo físico: as chuvas, a reprodução das espécies, as nevascas, os terremotos.

Os elementais também agem, digamos, como executores da Vontade Divina, que, por sua vez, se determina através de seus Ministros em todos os quadrantes do Universo; o verme que se arrasta no subsolo está cumprindo a trajetória que lhes foi assinalada... Somos, sim, intermediários uns dos outros. 

Todavia cabe uma ressalva: não nos esqueçamos de que, mesmo entre os animais, nossos irmãos inferiores da escala, iremos encontrar uns de índole mais dócil do que outros.

Entidades elementais com base nas emanações do pensamento das criaturas encarnadas têm provocado os transtornos ambientes que assolam a Humanidade. Seres de índole negativa que, a serviço das trevas organizadas, sem suspeitarem que, no fundo, concorrem para a obra de aperfeiçoamento da Criação, pretendem, manipulando os fenômenos atmosféricos, precipitar acontecimentos que induzam o homem à guerra.

Existem seres elementais dotados de melhor sentimento que muitos homens encarnados.



sábado, 2 de março de 2013

O Homem e a oportunidade de progresso espiritual.


 O Homem, ser completo e dotado de inteligência, em nada alterou seu jeito de caminhar no último milhão de anos. Continua observando o sexo oposto, lutando pela sobrevivência e usando a força para impor sua cultura.

Ficamos sim mais sofisticados! Nessa época bisbilhotamos a vida alheia com parafernálias eletrônicas e nos ocultamos com endereços falsos na web.

Continuamos exatamente os mesmos! Nosso umbigo ainda é nosso rei.

Onde erramos? Caminhamos à esquerda quando deveríamos caminhar à direita?

Nossos olhos acostumaram-se em demasia aos preceitos dos mais antigos e esqueceram-se de que são livres e desimpedidos para observar novos horizontes.

Poderíamos estar voando, no entanto vagamos sobre o solo dessa Terra tentando nos desvencilhar dos vícios e defeitos, num ir e vir sem começo nem fim.

O tempo de mudanças é sempre o hoje!

Abrigamos no íntimo a possibilidade e a vontade do reinício.

Um reinício mais efetivo, direcionado e consciente!

Absolutamente ninguém poderá tomar o rastro do outro como amostra de sucesso.

Cada um de nós grava na pedra de seu espírito palavras indestrutíveis e nos ares de seus pensamentos sons inalteráveis, inflexíveis e permanentes.

O espírito humano, semente do Divino, hospede a mágica do descobrimento de si próprio e a energia progressista incessante que o leva em direção à luz, ao entendimento e ao conhecimento do Universo!

Na grande escada, o degrau imediatamente superior aparece quando se está pronto para transformá-lo em apoio para seguir adiante.

Nada nessa existência se perde ou se apresenta ausente de sentido.

O progresso espiritual do homem é lento e as oportunidades de amadurecimento aparecem quando o ser está preparado para se lançar à frente sem o receio de retornar ou estacionar indefinidamente.

O Homem é herdeiro de si mesmo!