terça-feira, 5 de maio de 2020

Laurence - Republicando



Lá pelos anos 50, milênio passado, nascia na cidade de São Paulo, um menino ainda sem pretensões e muito menos conhecedor dos corredores da vida.

Muito cedo para a capital paranaense foi mudado e devido a pouca idade nada lhe foi perguntado.

Cresceu naquelas paragens de fala cantada ouvindo as Gralhas Azuis multiplicar os pinheirais de Araucária.

Escotismo... Ah! Que tempo interessante no convívio com a natureza e íamos todos acampando em gramados e pequenas matas desconhecidas desbravando nossas próprias capacidades e amenidades e porque não algumas perversidades.

Cidade cosmopolita que ainda guardava os costumes do interior, hoje toda a vida de infância em museus de toda sorte se acomodou.

Bela cidade que para trás ficou e novamente sem ser consultado para São José dos Campos foi mudado e dos amigos de infância feliz lembranças ainda guardo sem mágoa e nem irritação.

Dedos no piano quis dar andamento, mas, no entanto, professora à altura não se encontrou e para lá ficou. Uma pena...

Hoje em dia até penso em enfrentar novamente, não com os dedinhos de antigamente, aquele patamar branco e preto e quem sabe de lá tirar acordes esquecidos nas camadas mais profundas de minha breve convivência com o instrumento.

Mudança de ares, diz a crença popular, fazem bem para o espírito, quem sabe..., a história é contada através de fatos consumados e nunca sonhados.

O tempo foi passando, o menino foi crescendo, a timidez envolvendo, as experiências acontecendo, o ferro foi modelando e a vida ensinando.

Nem tudo ocorrendo da forma mais feliz, mas é Deus que traça os contornos do homem, e surpresas aparecendo e se todas de uma vez só ocorressem, me salve Nossa Senhora... Já teria ido embora desse mundo há muito tempo e sem demora.

Muitas coisas ainda podem ser contadas sem que corado fique, mas uma coisa deve ficar para a eternidade e que fique bem guardada nos corações dos amigos de jornada que as lições aprendidas nunca são lições acabadas e que continuam a ser forjadas nas mentes dos inquietos e despertos.

Hoje, observando o caminho num olhar de soslaio, percebo os rastros de luz e sombra por onde meus pés passaram. Mais luz que sombras para agradecimento de minha alma.

Em alguns momentos, medo arrepiava minha nuca e forças estavam quase faltando quando Deus, o escritor dos caminhos, por graça ou pena, auxilio mandava em forma indefinida para verificar se aquele que já tinha sido menino, caminhar conseguiria sem tropeços ou surpresas, tomando novamente as rédeas da vida sem sufoco ou apreensão.

Se soubesse o homem de suas reais possibilidades e habilidades, ainda nesse tempo de vivência, muito mais fáceis e planos seriam os desafios colocados por vontade escolhida nos terrenos de sua vida.

E nesse molho todo sem querer e de repente aparece Elisabeth... Parte da história a ser contada de uma forma diferente para que nada fique pendente, propositadamente mais para frente.

Bom... Já vou indo porque a história não pára e para cada palavra decifrada surgem muitas outras que na mente vêm revelar que momentos vividos, vão e voltam com facilidade, num jogo de tempo muito peculiar e o que hoje é realidade amanhã será emoção.

Bom dia...

Postura...