quinta-feira, 30 de março de 2017

Crônica - O homem e seu tempo na Terra.



O homem passa pela Terra mas a Terra não passa pelo homem. Creio que a perspectiva divina para a criação do homem e o ter colocado sobre essa terra com certeza foi calcada de que haveria de se encontrar, no decorrer do tempo, uma convivência mais amistosa entre essa raça inteligente e seus irmãos menores e pouco menos inteligentes, e tudo mais. As formas biológicas terráqueas exigem para sua sobrevivência física elementos que reponham o desgaste do carbono, do oxigênio e de combinações de prótons, nêutrons, elétrons, isso tudo fornecido por esta única Terra, por enquanto. Perdeu-se o rumo da história em algum momento e numa sanha devoradora e o ser dominante tornou-se carnívoro inconteste devastando todos e tudo que a sua vista alcança, como se nós não fizéssemos parte da vida ecológica planetária. E no momento, nos colocamos a desbravar os confins do nosso sistema solar e mais ainda, colonizar novas "Terras"! O que a humanidade terrestre tem a oferecer aos mundos vizinhos senão a destruição de si mesmo e tudo mais que vislumbra? Não estamos sós, graças a Deus. Na dependência exclusiva do homem a Terra já teria encontrado um fim catastrófico e pouco amigável para sua sobrevivência. O homem passa pela Terra mas a Terra não passa pelo homem. Este homem constará dos registros históricos do planeta Terra, assim como muitas outras civilizações biológicas que de passagem já utilizaram de seus recursos para progredir e desenvolver uma inteligência mais abrangente e solidária. Esta Terra com seus bilhões de anos de convivência pacífica e silenciosa continuará a flutuar na matéria escura por outros bilhões de anos servindo de cais para os marinheiros que de posse de um bilhete de viagem acreditam na eternidade passageira de suas curtas vidas insignificantes.



terça-feira, 28 de março de 2017

Como despertar a espiritualidade nos outros? (Autoria de Gustavo Tanaka)


Imagine o seguinte cenário.

Você e uns 10 amigos foram viajar juntos. Alugaram uma casa.

Chegaram, passaram o dia juntos e foram dormir. Cada um no seu quarto.

No dia seguinte, algumas pessoas acordaram bem cedo. outras ainda estão dormindo.

Você acha que essas pessoas que acordaram mais cedo são mais evoluídas que os que ainda estão dormindo?

Elas apenas acordaram mais cedo. Talvez tenham acordado mais cedo porque têm o hábito de acordar cedo. Ou porque estavam descansadas. Ou porque dormiram muito mal. Ou porque o quarto em que estavam tinha muita claridade.

Elas não são melhores que ninguém.

Agora o que aconteceria se elas tentassem acordas os demais?

Eles iriam se irritar, iriam se incomodar, iriam brigar, não iriam descansar o tempo que precisavam.

E eles não são menos evoluídos. Você não sabe o que se passou com eles. Talvez tenham tido uma semana difícil. Podem estar com o sono acumulado. Podem ter ido dormir bem mais tarde que os que acordaram cedo.

O que os que acordaram mais cedo devem fazer então?

Apenas seguir seu dia.

Começam a fazer o café da manhã, limpar a casa, preparar a programação do dia. Começam a organizar o que querem fazer.

Podem pensar nos outros e deixar o café da manhã pronto pata todo mundo e já pensar nas possibilidades do dia para consultar os demais quando acordarem.

Assim, quando o outro acordar, vai se sentir cuidado. Vai sentir que está entre amigos. Vai sentir que aquela viagem é a viagem que, de fato, gostaria de fazer. Vai sentir que está no lugar certo.

A vida desses que acordaram mais tarde pode ficar um pouco mais fácil se aqueles que acordaram mais cedo prepararem o cenário...

E é assim que vejo o despertar da espiritualidade.

Talvez você sofra por enxergar um mundo que as pessoas ao seu redor não enxerguem.
Talvez você queira muito que as pessoas próximas de você vivam a mesma coisa que você vive.

Talvez você queira que elas se abram pra algo maior.

Mas elas ainda estão dormindo.

E se você tentar acordá-las, você vão brigar.

Deixe essas pessoas onde elas estão.

Continue seu trabalho sem querer trazer ninguém junto. Faça a sua parte e cuide da casa. Cuide do seu entorno e do que lhe é possível fazer.

E lembre-se de que você não é mais evoluído que ninguém. Estamos todos no mesmo jogo. Apenas acordamos mais cedo...

E daqui a pouco, todo mundo vais acordar. Sem exceção.

Quando o sol começa a bater forte, a luz entra nos quartos e não tem como continuar dormindo.

E é isso que está acontecendo agora.


A luz vem vindo com força. Logo logo todo mundo acorda. E quando eles acordarem, a gente já vai ter feito um monte de coisas pra facilitar a vida deles e nos divertirmos juntos nessa viagem...



quinta-feira, 23 de março de 2017

Caminhando.


Caminhando por alguns trechos de minha vida verifico que nem sempre me dei conta das reais pretensões de meu espírito.

A visão atual, mais ponderada e aguçada, me possibilita refletir com maior profundidade os diversos aspectos que no exato momento das ocorrências, submetidos ao peso das emoções e sentimentos conexos aos fatos, me impediam de observar com nitidez e claridade o retrato, sem as garatujas do imperfeito e inacabado rascunho.

A maturidade do espírito é incontestável e mostra a necessidade de repetirmos por diversas vezes as mesmas lições para podermos avaliar os diversos ângulos de que dispomos para moldar de forma inequívoca, à nossa mente em formação, a verdade, mesmo que aparente.

Essa reflexão nos aponta uma outra verdade, a de que o tempo se torna estático quando não há lembranças. Se não pensamos e não movimentos nossos neurônios, mesmo os mais sutis, não há vida! O que é o tempo senão o precipitar dos acontecimentos e a possibilidade de aferirmos nossa capacidade de realizarmos um trabalho e transformar uma ideia em algo palpável? Nossos pensamentos são criações, e voltamos a pensar nos fatos ocorridos no passado em outro tempo. Neste tempo.

A possibilidade real de que dispõe o espírito humano de relembrar, sem culpas ou arrependimentos, as experiências e vivências levadas pelas águas do tempo, sem o envolvimento emocional e sem a "temperatura" que as envolvia, nos trás a certeza de que, inseridos na rede da vida, somos os responsáveis por todos os ensaios que somados um a um escrevem a história única e essencial de cada um de nós.

Sentado sobre essa quantidade imensa de folhas, preenchidas pacientemente de ensinamentos e sentimentos, erros e acertos, lágrimas e sorrisos, noto que as decisões interferiram, muitas vezes positivamente e outras nem tanto, na condução do meu destino, mas que não posso ficar imaginando como seria se assim não fosse. Uma linha circular não apresenta um início e um fim, simplesmente existe.

É notável a sabedoria do Incriado. Quanto mais avançamos, mais longe estamos do objetivo. Quanto mais nos aproximamos, maior a distância a ser percorrida. O espaço é amplificado quanto maior a velocidade que impulsionamos aos nossos pensamentos.

A realidade é tão ou mais relativa quanto maior nossa certeza de que existe um tempo onde o espaço está paralisado ou um espaço onde o tempo não tem significado.

Somos o que somos. Ponto final... Por enquanto.




quarta-feira, 15 de março de 2017

O Eco.

Tudo que lançamos ao espaço retorna em algum momento à sua origem. Pode ocorrer no mesmo instante ou em 10.000 anos. A realidade é que somos interdependentes de todo o Universo e a importância desse fato afeta nossa vida do mesmo modo que a viscosidade de um fluido afeta sua velocidade de escoamento. Há uma correlação direta entre causa e efeito, origem e destino, ação e consequência.

Já ouvimos falar de Leis Universais, expressamente limitadas ao nosso entendimento, entretanto, por um processo de educação que menospreza nossa individualidade potencial, nos deixamos envolver inconscientemente nesse torvelinho de idas e vindas reencarnatórias, perdendo a preciosa oportunidade de utilizar nossa força interior na sua intensidade máxima,  no intuito de abrir e iluminar os caminhos rumo a eternidade, isto por desconhecê-la em sua totalidade.

Quando lançamos ao espaço um "grito psíquico", ele ecoa em todas as direções do espaço, desviando ou penetrando infinitamente nos confins do Universo, levando consigo um apelo, uma angústia, uma felicidade, um amor, e tudo mais que faz parte da história de cada um de nós.

Pode resvalar em mentes despertas ou contidas numa somatória de emoções de todas as matizes, criando uma Egrégora que pende para a tristeza ou para a felicidade, para a concentração ou distribuição, para a involução ou evolução. A verdade é que escrevemos nosso próprio destino.

A vida nos propicia a oportunidade de desenvolver nossas capacidades espirituais desde que estejamos libertos do "eu" egocêntrico e lesivo. Há de ter soluções mais amigáveis para o destino de nossa humanidade.

Ao nosso redor surge uma nova forma de viver e enxergar esse viver. Vibrações harmoniosas e disciplinadas fluem sobre nós a cada instante, trazendo uma energia libertadora do "ontem" e imprimindo algo ainda inusitado para nós.

Notem que o tempo passa rápido, os eventos se precipitam uns sobre os outros, as informações se multiplicam e expandem em todas as direções atingindo a todos os seres de todos os reinos, independentemente de sua inteligência ou discernimento.

Este Eco é cíclico e gera a certeza de que tudo neste Universo conhecido são reverberações do passado, presentes na memória das criações eternas. Diria que o "Som da Concepção" respira edificação e ruína, geração e extermínio, fertilização e esterilização, num ir e vir incansável da luz e das sombras, do calor e do frio, da vida e da sobrevida.


Temos a oportunidade de presenciar uma alteração da frequência intrínseca de nosso planeta e tudo mais que palpita conjunta e interdependentemente, isenta de qualquer preconceito ou preferência, mudando a estrutura interna da matéria densa ou sutil.

Novos tempos, mais luminosos, mais esclarecedores batem à nossa porta e aqueles que não se deixarem desanimar e se engajarem espontaneamente às novas leis, com certeza estarão preparados para conviver com esta nova etapa de transição, expurgando de vez os malefícios do esgotamento do paradigma atual de sobrevivência individualista e pródigo em dilapidar o patrimônio ecológico de nosso orbe.