domingo, 30 de setembro de 2018

Tempo na Terra.



O tempo na Terra passa despercebido para a maioria de nós. Não há por onde escapar. Aqui estamos e aqui ficaremos por muito tempo, enquanto não aprendermos a considerar nosso tempo na Terra como uma preciosidade. E nesse momento lembro-me de Emmanuel solicitando ao Chico sua presença para continuidade do trabalho conjunto, pois já havia passado duas horas em colóquio familiar.

Evidente que não somos nenhum Chico, mas é interessante tomarmos como exemplo a solicitação de Emmanuel a Chico.

Percebam que, considerando a evolução espiritual de cada um de nós, quanto mais esclarecidos somos, mais valioso o tempo e maior a responsabilidade pelos nossos atos, palavras e pensamentos.

Vejamos, pois:

1. Qual a praticidade de frequentarmos certo templo religioso, nos comportarmos como anjos nas suas dependências e nos entregarmos a exageros fora dele tornando-nos um peso para os demais frequentadores?

2. Onde esperamos chegar não refletindo sobre nossas ações diárias quando nos ensinam a ter um comportamento ameno e temperado no trato com outras pessoas? E da ecologia?

3. Que tipo de retorno nos aguarda quando semeamos a discórdia, a maledicência e a animosidade entre nossos pares de jornada?

4. O que esperamos para nossas vidas quando frequentamos ambientes viciados, de baixo padrão vibratório, de pensamentos tormentosos e onde reina ações reprováveis?

5. Por que não colocamos nosso livre arbítrio trabalhando a nosso favor ao invés de nos deixarmos levar, sem reflexão, pelas delícias do mundo físico?

Não é uma questão de não frequentar certos tipos de ambiente. Se puder, não os freqüente. Se não puder, não se deixe contaminar pelos excessos. É sempre bom controlar os excessos. Agir sob o domínio dos sentimentos e não da razão, é um grande passo para desastres em nossas vidas.

A grande chaga atual da humanidade é a maliciosa sutileza do flerte sem conseqüências, da volúpia sem pudor, da sensualidade sem responsabilidade. Recomendo cuidado.

O passado não pode ser modificado, mas o futuro depende exclusivamente das nossas ações do presente. E sempre é tempo de recomeçar.

Certa vez, perguntaram ao Dalai Lama: “O que mais te surpreende na humanidade?”

E ele respondeu:

“Os homens... Porque perdem a saúde (eu diria, física e espiritual) para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... E morrem como se nunca tivessem vivido.” (Entendo que dinheiro, neste caso, pode ser sinônimo das aquisições terrestres de qualquer espécie e natureza, em demasia).

O que Dalai quis enfatizar é essa incoerência do homem diante de sua vida na Terra.

Precisamos VIVER, com letras maiúsculas, e não vegetar sobre o mundo. Sentir a vida fluir em nós. Fazer parte de nós. Não é alguma coisa externa ao homem. Precisamos construir nossa felicidade em bases mais naturais e humanas, e não em artificiosidades ilusórias e passageiras.

O tempo na Terra é uma dádiva Divina para nosso aprimoramento espiritual e não uma pá para cavar um fosso onde estaremos escondendo nossas imperfeições.

A juventude, a beleza do corpo físico, a disposição exacerbada, não podem ser e não devem ser empecilhos para nosso desenvolvimento físico e metafísico. O tempo passa e as lembranças ficam. Que sejam sempre boas lembranças.

Errar é humano, entretanto, perpetuar-se no erro é um ato de pouca inteligência, no mínimo.

Pensemos nisso...