terça-feira, 16 de outubro de 2012

Âncoras


Lançamos nossas âncoras¹ nas águas dos mares da vida quando nos apegamos ao remorso, aos sentimentos de perda, aos problemas emocionais não solucionados, às feridas não cicatrizadas, às mentalizações de culpa e outras amarras fortemente ligadas às ressonâncias do passado.

Lançamos âncora quando não perdoamos o amigo que em hora amarga nos ofendeu gratuitamente, trazendo sérios prejuízos para nosso fígado.

Lançamos âncora quando deixamos que a semente da discórdia envenene nosso coração fazendo-o palpitar descompassadamente sem que possamos recorrer à razão.

Lançamos âncora quando de posse da razão arrastamos à humilhação o nosso irmão menor sem a instrução e o discernimento de defesa.

Todas as nossas ações são idealizadas na mente.

Se estiver de posse de elevados anseios, produz a alegria de viver, a serenidade e o trabalho frutífero.

O pensamento ordenado e saudável, dirigido exclusivamente para o bem, trás ao indivíduo indutor, a satisfação e o regozijo do dever cumprido, elevando as vibrações do ambiente e envolvendo a todos que o rodeiam, trazendo sentimentos de paz e harmonia.

Se estiver de posse de pensamentos doentios, produz a escuridão, a podridão e obras nefastas.

Este emaranhado de ocorrências sombrias, essencialmente produzidos na mente desajustada, trás consequências ao corpo físico e aos demais corpos sutis do indivíduo, levando às vezes dezenas ou centenas de anos terrestres para entrar em processo de amadurecimento e dissolução da egrégora assim cristalizada.

Âncoras servem sim para apoio seguro, para arrimo e para estabilidade quando manipuladas por mãos confiáveis que dominam o ofício e as utilizam com a finalidade de levantar os espíritos caídos e desvalidos.

O ferro e o aço com que construíres a tua âncora conterão os agregados e os elementos que te dispuseres a associar e, serão forjados na individualização dos teus pensamentos. Cuide para que alcancem a melhor combinação dos elementos mais puros da tua consciência.

A escolha é livre, porém a colheita é compulsória!


  1. Âncora: Dispositivo de ferro ou aço preso a uma embarcação por um cabo ou corrente e lançado nas águas para manter o barco parado em determinado lugar, por meio de unhas que se cravam no fundo.



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