quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Batismo

ETMOLOGIA – Batismo – Do grego bapto e baptismos – Significa ablução (lavagem do corpo ou de parte dele), imersão, banho. É o nome que designa os ritos de iniciação em diferentes religiões e crenças. O ritual do batismo era uma prática muito difundida na Palestina. Provinha dos antigos mistérios da Grécia, do Egito, dos Essênios, dos Celtas, dos Druidas e de muitas outras culturas.

ORIGEM – João Batista nada mais fazia do que usar esta prática para ajudar as pessoas a se modificarem. Usava a água em adultos, certo de que estes teriam compreensão apara o arrependimento. Este ato “folclórico”, simples e puro, foi transformado no culto cristão num processo “mágico” de purificação da alma, destinado a lavar a mancha do pecado original de Adão e Eva impregnada nas almas das crianças recém-nascidas.

NÃO BATIZAVAM CRIANÇAS – Na época só os adultos eram batizados, porque eles tinham do que se arrepender e podiam analisar o certo e o errado para se renovarem moralmente. A Igreja Católica Romana, com a falsa justificativa de “não ir para o céu”, adotou a prática de batizar a criança tão cedo quanto possível, ante a possibilidade de morrer prematuramente com a mácula do original pecado, o que seria desastroso para ela. Essa interpretação do batismo de João é uma grande injustiça.

Imaginemos Chico Xavier, Gandhi, Buda e outros grandes da humanidade, chegando ao mundo espiritual e alguém os recebendo e dizendo: Vocês fizeram muita caridade e seguiram a vontade de Deus, mas não poderão entrar no reino do céu porque não foram batizados.

Onde estaria a justiça de Deus? Segundo Jesus: “A cada um segundo as suas obras” ou cada um prestará contas de si para Deus, ou seja, cada um é responsável pelos seus atos, cada um receberá por aquilo que fez... seja batizado ou não!

Crenças devem ser respeitadas. Cada um deve proceder de acordo com a sua consciência.

O que não podemos é nos deixar influenciar por determinadas posições que não passam pelo crivo da razão.

O COSTUME – João no seu ritual do batismo, imersão nas águas do Rio Jordão, ressaltava ser indispensável o arrependimento, o reconhecimento dos deslizes do passado para receber as benções que o mensageiro divino traria. Não devemos nos esquecer de que até aquele momento Jesus ainda não havia iniciado sua vida messiânica.

A imersão era precedida de uma confissão pública e da profissão de fé do iniciado, que se dispunha à renovação, combatendo as próprias mazelas (reforma íntima). O batismo, portanto, era tão somente um divisor de águas, o marco de uma vida nova. A partir daquele momento o convertido dispunha-se a ser outra pessoa.

Quando perguntavam a João: “O que devemos fazer?” Ele respondia: “Produzir frutos sinceros de arrependimentos... Aquele que tem duas túnicas dê uma ao outro que nenhuma possui... E quem tem o que comer, divida com o que passa fome”.

O costume de batizar não tem origem no cristianismo, pois nos relatos de diferentes seitas de povos da Antiguidade encontramos referências a banhos purificadores, aspersões e imersões que preparavam os crentes para o culto às suas divindades. 

Foi João quem deu início à prática do batismo entre os Judeus de modo popular. Ele mergulhava o indivíduo nas águas do Rio Jordão, num ato simbólico de batismo, para anunciar a vinda do Cristo e convidar o povo a se arrepender dos seus pecados e, se propor a uma renovação moral. É o que fica evidente em passagens como estas: “Arrependei-vos, fazei penitência, porque é chagado o reino dos céus”; “Eu na verdade, vos batizo com a água para vos trazer à penitência; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo”. João Batista deixava claro que Jesus batizaria as pessoas não mais com água, mas com o Espírito Santo e com o fogo.

O batismo de água empregado por João era simbólico, significando o arrependimento dos erros; o batismo de fogo simboliza o esforço para se melhorar; o de espírito santo simboliza alcançar a sintonia e o intercâmbio sutil com a espiritualidade superior.

PORTANTO, o batismo de fogo, pelo qual Jesus se mostrava ansioso, não era outra coisa senão a luta que os belos e nobres ideais do cristianismo precisou enfrentar, e continua enfrentando, para que os privilégios, a tirania e o fanatismo venham a desaparecer da face da Terra, cedendo lugar a uma ordem social fundada na justiça, na liberdade e na concórdia.

Ainda, o batismo do Espírito Santo é a assistência, a inspiração dos Espíritos Purificados, concedidos pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens, que então as recebem mediunicamente e mesmo se comunica com aqueles Espíritos nas condições e na proporção dos tipos de mediunidade que lhe são outorgados.

Os discípulos receberam o batismo do Espírito Santo no dia de Pentecostes, no Cenáculo de Jerusalém, onde, segundo os Atos dos Apóstolos, pela primeira vez, se registrou esse grandioso fato histórico do Cristianismo, em que houve derrame do Espírito na forma de línguas de fogo sobre os Apóstolos.

EMMANUEL nos trás: “Os espiritistas sinceros, isto é, todo aquele que acredita que somos espíritos encarnados, na sagrada missão de paternidade, devem compreender que ao batismo, aludido no Evangelho, é o da invocação das bênçãos divinas para quantos a eles se reúnem no intuito santificante da família”.

“O espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de Misericórdia, para que os seus esforços sejam santificados no instituto familiar, compreendendo por toda a vida, na renúncia e no sacrifício, em favor da perfeita cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da dedicação”.

"A renovação da alma pertence àqueles que ouviram os ensinamentos do Mestre Divino, e que exercitam através da prática. Pois, muitos recebem notícias do Evangelho, todos os dias, mas somente os que ouvem e praticam estarão transformados”.

ALLAN KARDEC nos trás: “Reconhece-se o espírita, pelo esforço que ele faz para melhorar-se”; “O espírita deve ser hoje melhor do que foi ontem, e ser amanhã melhor do que foi hoje”. Este deve ser o batismo de fogo dos espíritas.

BATIZAR UMA CRIANÇA OU ADULTO NO MEU CONCEITO, QUANTO ESPIRITISTA, ESOTÉRICO E CRISTÃO, NOS LEMBRA:

De nossa RESPONSABILIDADE no intuito de fazer chegar ao indivíduo o que lhe é proveitoso para incorporar à sua vida espiritual os ensinamentos que lhe propiciarão caminhar em direção à perfeição.

De nossa CORAGEM para incutir as mudanças interiores que devem acontecer ao largo do tempo, com a vigilância indispensável à produção de fatores elevados para o desenvolvimento intelecto-moral do batizado.

De nossa COERÊNCIA quanto aos ensinamentos proferidos de maneira ser sempre sim, sim e não, não. A dubiedade trás insegurança.

De nossa ÉTICA para evidenciar que o mal com o bem se vence e que todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Fazer com que se reconheça como um verdadeiro cristão pela edificação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações.

De nosso COMPROMISSO no sentido de informar o que diz respeito a cada um e no esforço que deve ser envidado em favor da construção do próprio futuro. Elucidar as situações dolorosas, explicando as suas causas e oferecendo os instrumentos para sua erradicação, com a consequente edificação de dias felizes e proveitosos.

De nossa SIMPLICIDADE como exemplo de culto às amizades genuínas, ao amor desinteressado, à serenidade do espírito, à paz nas relações humanas, levando-o à alegria de viver.

De nosso AMOR nos ensinamentos que sugerem harmonia e abrandamento dos instintos desequilibrados e inferiores. Amor como combustível que acende a chama da vida e promove o incentivo ao trabalho desinteressado. Amor renovando a vida. Amor incentivando a brandura e amenizando o ódio. Amor promovendo o esclarecimento e alimentando a esperança. Amor gerando entendimento e defendendo a vida.

Finalmente que o Batismo possa fazer de cada um de nós Seres Divinos merecedores de créditos e possamos ser chamados “Filhos e Herdeiros de Deus, à sua Imagem e Semelhança”.


Que Jesus guie nossos passos hoje e sempre, pois ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.



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