ETMOLOGIA – Batismo – Do grego bapto e baptismos – Significa ablução
(lavagem do corpo ou de parte dele), imersão, banho. É o nome que designa os
ritos de iniciação em diferentes religiões e crenças. O ritual do batismo era
uma prática muito difundida na Palestina. Provinha dos antigos mistérios da Grécia,
do Egito, dos Essênios, dos Celtas, dos Druidas e de muitas outras culturas.
ORIGEM – João Batista nada mais fazia do que
usar esta prática para ajudar as pessoas a se modificarem. Usava a água em
adultos, certo de que estes teriam compreensão apara o arrependimento. Este ato
“folclórico”, simples e puro, foi
transformado no culto cristão num processo “mágico”
de purificação da alma, destinado a lavar a mancha do pecado original de Adão e
Eva impregnada nas almas das crianças recém-nascidas.
NÃO BATIZAVAM CRIANÇAS –
Na época só os
adultos eram batizados, porque eles tinham do que se arrepender e podiam
analisar o certo e o errado para se renovarem moralmente. A Igreja Católica
Romana, com a falsa justificativa de “não
ir para o céu”, adotou a prática de batizar a criança tão cedo quanto
possível, ante a possibilidade de morrer prematuramente com a mácula do
original pecado, o que seria desastroso para ela. Essa interpretação do batismo
de João é uma grande injustiça.
Imaginemos Chico Xavier, Gandhi, Buda e outros grandes da
humanidade, chegando ao mundo espiritual e alguém os recebendo e dizendo: Vocês
fizeram muita caridade e seguiram a vontade de Deus, mas não poderão entrar no
reino do céu porque não foram batizados.
Onde estaria a justiça de Deus? Segundo Jesus: “A cada um
segundo as suas obras” ou cada um prestará contas de si para Deus, ou seja,
cada um é responsável pelos seus atos, cada um receberá por aquilo que fez...
seja batizado ou não!
Crenças devem ser respeitadas. Cada um deve proceder de
acordo com a sua consciência.
O que não podemos é nos deixar influenciar por determinadas
posições que não passam pelo crivo da razão.
O COSTUME – João no seu ritual do batismo,
imersão nas águas do Rio Jordão, ressaltava ser indispensável o arrependimento,
o reconhecimento dos deslizes do passado para receber as benções que o
mensageiro divino traria. Não devemos nos esquecer de que até aquele momento
Jesus ainda não havia iniciado sua vida messiânica.
A imersão era precedida de uma confissão pública e da
profissão de fé do iniciado, que se dispunha à renovação, combatendo as
próprias mazelas (reforma íntima). O batismo, portanto, era tão somente um
divisor de águas, o marco de uma vida nova. A partir daquele momento o
convertido dispunha-se a ser outra pessoa.
Quando perguntavam a João: “O que devemos fazer?” Ele
respondia: “Produzir frutos sinceros de arrependimentos... Aquele que tem duas
túnicas dê uma ao outro que nenhuma possui... E quem tem o que comer, divida
com o que passa fome”.
O costume de batizar não tem origem no cristianismo, pois nos
relatos de diferentes seitas de povos da Antiguidade encontramos referências a
banhos purificadores, aspersões e imersões que preparavam os crentes para o
culto às suas divindades.
Foi João quem deu início à prática do batismo entre
os Judeus de modo popular. Ele mergulhava o indivíduo nas águas do Rio Jordão,
num ato simbólico de batismo, para anunciar a vinda do Cristo e convidar o povo
a se arrepender dos seus pecados e, se propor a uma renovação moral. É o que
fica evidente em passagens como estas: “Arrependei-vos, fazei penitência,
porque é chagado o reino dos céus”; “Eu na verdade, vos batizo com a água para
vos trazer à penitência; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu,
cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo e
com o fogo”. João Batista deixava claro que Jesus batizaria as pessoas não mais
com água, mas com o Espírito Santo e com o fogo.
O batismo de água empregado por João era simbólico,
significando o arrependimento dos erros; o batismo de fogo simboliza o esforço
para se melhorar; o de espírito santo simboliza alcançar a sintonia e o
intercâmbio sutil com a espiritualidade superior.
PORTANTO, o batismo de fogo, pelo qual Jesus se
mostrava ansioso, não era outra coisa senão a luta que os belos e nobres ideais
do cristianismo precisou enfrentar, e continua enfrentando, para que os
privilégios, a tirania e o fanatismo venham a desaparecer da face da Terra,
cedendo lugar a uma ordem social fundada na justiça, na liberdade e na
concórdia.
Ainda, o batismo do Espírito Santo é a assistência, a
inspiração dos Espíritos Purificados, concedidos pelo Cristo, em nome do
Senhor, aos homens, que então as recebem mediunicamente e mesmo se comunica com
aqueles Espíritos nas condições e na proporção dos tipos de mediunidade que lhe
são outorgados.
Os discípulos receberam o batismo do Espírito Santo no dia de
Pentecostes, no Cenáculo de Jerusalém, onde, segundo os Atos dos Apóstolos,
pela primeira vez, se registrou esse grandioso fato histórico do Cristianismo,
em que houve derrame do Espírito na forma de línguas de fogo sobre os
Apóstolos.
EMMANUEL nos trás: “Os espiritistas sinceros,
isto é, todo aquele que acredita que somos espíritos encarnados, na sagrada
missão de paternidade, devem compreender que ao batismo, aludido no Evangelho,
é o da invocação das bênçãos divinas para quantos a eles se reúnem no intuito
santificante da família”.
“O espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu
coração ao Pai de Misericórdia, para que os seus esforços sejam santificados no
instituto familiar, compreendendo por toda a vida, na renúncia e no sacrifício,
em favor da perfeita cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da
dedicação”.
"A renovação da alma
pertence àqueles que ouviram os ensinamentos do Mestre Divino, e que exercitam
através da prática. Pois, muitos recebem notícias do Evangelho, todos os dias,
mas somente os que ouvem e praticam estarão transformados”.
ALLAN KARDEC nos trás: “Reconhece-se o espírita, pelo esforço que
ele faz para melhorar-se”; “O
espírita deve ser hoje melhor do que foi ontem, e ser amanhã melhor do que foi
hoje”. Este deve ser o batismo de fogo dos espíritas.
BATIZAR UMA CRIANÇA OU ADULTO
NO MEU CONCEITO, QUANTO ESPIRITISTA, ESOTÉRICO E CRISTÃO, NOS LEMBRA:
De nossa RESPONSABILIDADE
no intuito de fazer chegar ao indivíduo o que lhe é proveitoso para incorporar
à sua vida espiritual os ensinamentos que lhe
propiciarão caminhar em direção à perfeição.
De nossa CORAGEM
para incutir as mudanças interiores que devem acontecer ao largo do tempo, com
a vigilância indispensável à produção de fatores elevados para o
desenvolvimento intelecto-moral do batizado.
De nossa COERÊNCIA
quanto aos ensinamentos proferidos de maneira ser sempre sim, sim e não,
não. A dubiedade trás insegurança.
De nossa ÉTICA para
evidenciar que o mal com o bem se vence e que todas as coisas são lícitas, mas
nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Fazer com que se reconheça como um verdadeiro cristão pela
edificação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações.
De nosso COMPROMISSO no sentido de
informar o que diz respeito a cada um e no esforço que deve ser envidado em
favor da construção do próprio futuro. Elucidar as situações dolorosas,
explicando as suas causas e oferecendo os instrumentos para sua erradicação,
com a consequente edificação de dias felizes e proveitosos.
De nossa SIMPLICIDADE como exemplo de
culto às amizades genuínas, ao amor desinteressado, à serenidade do espírito, à
paz nas relações humanas, levando-o à alegria de viver.
De nosso AMOR nos ensinamentos que
sugerem harmonia e abrandamento dos instintos desequilibrados e inferiores.
Amor como combustível que acende a chama da vida e promove o incentivo ao
trabalho desinteressado. Amor renovando a vida. Amor incentivando a brandura e
amenizando o ódio. Amor promovendo o esclarecimento e alimentando a esperança.
Amor gerando entendimento e defendendo a vida.
Finalmente que o Batismo possa fazer de cada um de nós Seres
Divinos merecedores de créditos e possamos ser chamados “Filhos e Herdeiros de
Deus, à sua Imagem e Semelhança”.
Que Jesus guie nossos passos hoje e sempre, pois ele é o
Caminho, a Verdade e a Vida.
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