Te alimentei por determinado tempo e lhe ensinei toda a minha sabedoria e do alto de tua morada vislumbrava o céu e o chão que iria um dia te recolher.
No início, na sua juventude, o vento, o frio, o sol e
a chuva pouco te incomodavam, mas nada é para sempre, tudo tem seu princípio e
fim.
Quando desprendida de tua ligação materna, flutuou nos
ares do Conhecimento Cósmico, solitária, tomando direções aleatórias e mal
definidas, levada pelos fluxos incessantes da vida.
Ocultando suas possibilidades de entendimento se
deixou levar pelas forças da natureza, ora para baixo, ora para cima, ora para
os lados.
Após o desarme das amarras físicas, uma sensação de
abandono evidenciou-se e a gelidez percorreu as nervuras de seu ser. A seiva
não mais percorria suas veias alimentares e o colorido esvaia-se lentamente.
Agora, de baixo para cima, o fundo verde de diversos
tons se distanciava rapidamente e a sensação de vazio crescia à medida que
aquela terra se aproximava.
Pequenos seres despediram-se de antemão, seguindo
caminhos e tarefas independentes e igualmente consideráveis.
O choro abafado e imperceptível aos capilares
auditivos das almas humanas, fremiam nos sensíveis corações dos despertos do
amanhã.
O Sol se fora e a Lua chegara.
As pequeninas criaturas preparadas para o esvaziamento
de vida e o “Apocalipse” trabalhavam arduamente para a efetivação dos desígnios
da existência.
E assim acomodaram-na afetuosamente no último reduto,
no solo sagrado da “Mãe Terra”.
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