Dr. Marcos Araújo, conceituado médico
cardiologista de pequena cidade do interior, acabara de receber um transplante
de fígado.
Filho único de família abastada fora
adotado ainda recém-nascido quando do falecimento de sua mãe devido ao
complicado parto a que se submeteu. Os recursos eram escassos e a gestação
transcorreu sem o amparo da saúde pública.
Cursou medicina e ainda jovem casou-se
com Cláudia e logo perceberam que seriam pais de gêmeos. A alegria tomou conta
de seus corações.
A vida transcorria e como de costume,
antes do atendimento habitual no consultório, dirigia-se ao Hospital para
visita aos pacientes internados, e todas as manhãs aquela jovem senhora o
esperava a porta de entrada e lhe oferecia pães feitos em casa.
Marcos acreditava fazer o bem e tinha
até uma caderneta junto àquela senhora sorridente e pagava-lhe de 15 em 15 dias
pelos pães que levava para casa.
Os anos foram passando e a rotina
diária permanecia intocada.
Até então desfrutara de vida
confortável junto à esposa e filhos.
Contudo, o mal foi constatado e somente
um transplante de fígado afigurou-se inevitável e única solução para o
restabelecimento físico do Dr. Marcos.
No Hospital a pesquisa por doadores
correu célere e rapidamente encontrou-se doador compatível.
Após breve restabelecimento hospitalar,
agora, encontrava-se Marcos junto à sua família em seu lar quando lhe ocorreu
conhecer o doador que propiciou seu restabelecimento e por consequência retornar
às suas atividades médicas, as quais dedicava verdadeira paixão.
Significava muito para ele e fez
questão de receber em sua casa aquele que, num ato de verdadeira humanidade,
lhe devolvera a possibilidade e a vontade de viver mais saudável e útil.
Paulo, seu amigo, se encarregou de
levar o doador à sua residência na data combinada e levou consigo a ficha
contendo todos os dados pertinentes ao caso para exame mais acurado do
médico-paciente..
Paulo apresentou Vera, a doadora, que
por obra do acaso, tratava-se da mesma senhora de quem Marcos todos os dias
adquiria os pães, logo cedo, à porta do Hospital. Abraçaram-se como nunca
haviam feito e Marcos ao passar as vistas pela ficha de atendimento quase
desmaiou de tamanho susto: “Não é
possível? Não pode ser? Ele e Vera haviam nascido na mesma data e no mesmo
hospital e o nome da mãe de ambos era exatamente o mesmo”. Acabara de descobrir
que possuía uma irmã gêmea!
Tanto tempo se passou e aqueles dois
espíritos encarnados, irmãos biológicos, cada um com suas missões específicas,
encontravam-se dia a dia sem perceber que Deus oferece a cada um de nós o lugar
certo e o momento certo, caso estejamos imbuídos de boa vontade, atender ao
chamado pré-estabelecido no plano espiritual.
*.*.*
Fazer o bem sem saber a quem!
A caridade é o único caminho que
liberta o espírito das amarras de si mesmo.
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