sábado, 1 de dezembro de 2012

O Triunfo do Meste - Vida atual



Pergunta (página 114) – No atual momento existencial da humanidade, qual o tipo de obsessão que se destaca, em sua arquitetura psíquica?

Ramatís – Sem dúvida, pela atual busca desenfreada de prazeres, na ilusão de viver num mundo “epicurístico” na matéria, as influências obsessivas potencializam os deleites mundanos, estimulando e ampliando o campo sensório-cognitivo das sensações e gozos estremados, em sua urgência de plena satisfação. Enxameiam nos dois planos de existência os obsediados, de um lado, e obsessores, de outro, escravos dos vícios de tudo aquilo que dá prazer: gula, sexo, bebida, poder, beleza, dinheiro, vaidade. A etiologia das obsessões baseadas nos prazeres mundanos mantém-se pelo mecanismo de ressonância, pois o espírito desencarnado se satisfaz pelas sensações e gozos sentidos pelo corpo físico do encarnado.

Aliás, rotineiramente, os encarnados telegrafam para o lado de cá descrevendo os seus recalques, insatisfações e desejos mais ocultos, estabelecendo sintonia por afinidade com os desocupados do Além-túmulo sedentos de se “encostarem” num corpo físico. A obsessão sustenta a fascinação e leva o espírito obsessor a se “profissionalizar”, cuidando com requintes de delicadeza do seu caneco, piteira, copo ou genitália vivos para os seus prazeres. O encarnado obsediado é mimado e adulado em suas mais íntimas aspirações sensórias e exigências de gozo corpóreos. Pelas facilidades de tecnologia disponível, da mídia ostensiva, dos confortos da vida moderna, aliados aos valores transitórios e fugazes de uma sociedade anestesiada pelos excessos de estímulos sensoriais, ampliam-se enormemente as obsessões coletivas arquitetadas na satisfação desregrada dos prazeres de corpos ocos e obesos, encharcados pelos mais diversos tipos de estímulos, bebidas, drogas e quitutes saborosos com os irmãos menores retalhados, que as inteligências das sombras conseguem arquitetar.


Fonte – O Triunfo do Mestre – Norberto Peixoto – Espírito Ramatís.



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