Pergunta (página 114) – No atual momento existencial da humanidade, qual o tipo de
obsessão que se destaca, em sua arquitetura psíquica?
Ramatís – Sem dúvida, pela atual
busca desenfreada de prazeres, na ilusão de viver num mundo “epicurístico” na
matéria, as influências obsessivas potencializam os deleites mundanos,
estimulando e ampliando o campo sensório-cognitivo das sensações e gozos estremados,
em sua urgência de plena satisfação. Enxameiam nos dois planos de existência os
obsediados, de um lado, e obsessores, de outro, escravos dos vícios de tudo aquilo
que dá prazer: gula, sexo, bebida, poder, beleza, dinheiro, vaidade. A
etiologia das obsessões baseadas nos prazeres mundanos mantém-se pelo mecanismo
de ressonância, pois o espírito desencarnado se satisfaz pelas sensações e
gozos sentidos pelo corpo físico do encarnado.
Aliás, rotineiramente, os
encarnados telegrafam para o lado de cá descrevendo os seus recalques,
insatisfações e desejos mais ocultos, estabelecendo sintonia por afinidade com
os desocupados do Além-túmulo sedentos de se “encostarem” num corpo físico. A
obsessão sustenta a fascinação e leva o espírito obsessor a se “profissionalizar”,
cuidando com requintes de delicadeza do seu caneco, piteira, copo ou genitália
vivos para os seus prazeres. O encarnado obsediado é mimado e adulado em suas
mais íntimas aspirações sensórias e exigências de gozo corpóreos. Pelas
facilidades de tecnologia disponível, da mídia ostensiva, dos confortos da vida
moderna, aliados aos valores transitórios e fugazes de uma sociedade
anestesiada pelos excessos de estímulos sensoriais, ampliam-se enormemente as
obsessões coletivas arquitetadas na satisfação desregrada dos prazeres de
corpos ocos e obesos, encharcados pelos mais diversos tipos de estímulos,
bebidas, drogas e quitutes saborosos com os irmãos menores retalhados, que as
inteligências das sombras conseguem arquitetar.
Fonte – O Triunfo do Mestre – Norberto Peixoto – Espírito Ramatís.
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