O jovem rapaz fazia os últimos
preparativos para a viagem que se avizinhava.
Ficaria distante da família, do país, na busca de novos desafios
profissionais.
Estava às portas de iniciar uma nova fase da vida, na qual precisaria se
afastar do lar e consequentemente dos pais, dos irmãos e dos amigos.
Pela primeira vez, pensava ele, estaria sozinho, dono de si e de seu
destino.
Os vinte e poucos anos davam-lhe o combustível para correr em busca dos
sonhos e das aventuras, no desejo natural de se descobrir e descobrir a vida.
Certo dia, o avô o chamou, pois queria ter com ele uma conversa antes de
partir.
Recebido entre abraços e brincadeiras carinhosas, o velho senhor o
convidou a ouvi-lo, pois tinha um último conselho a lhe dar antes da viagem.
O jovem, afeito aos cuidados naturais do avô, imaginou que seriam as
falas de sempre, aqueles conselhos para se cuidar, mandar notícias, e outras
coisas do gênero.
Sentou-se e esperou. Contudo, com o peso da sabedoria que os anos lhe
possibilitavam, o avô o olhou, profundamente, nos olhos e lhe disse:
Meu
filho, por onde quer que você vá, não importam os caminhos e possibilidades que
a vida lhe oferte, lembre-se de nunca perder o endereço de sua casa.
O rapaz achou, a princípio, que se tratava de alguma brincadeira, ou
mesmo que o juízo do avô falhara por alguns instantes. Afinal, como ele iria
esquecer o nome da rua, o número da casa que lhe fora lar por toda a vida?
Como
assim, vovô, perder o endereço de casa? O senhor acha que eu não vou me lembrar
de onde moro?
Depois de uma pausa natural, o ancião explicou:
Meu
filho, muitos serão os convites que lhe chegarão. E cada convite, será uma
bifurcação na estrada de sua vida. Você terá a opção de ir para um lado ou para
outro.
Terá
sempre a chance de dizer sim ou de dizer não. A sua resposta, para cada
convite é que definirá o rumo de sua caminhada, o destino que você estará
construindo para si mesmo.
Assim,
quando tiver dúvidas, quando se perguntar se vale a pena isso ou aquilo,
lembre-se do endereço de sua casa.
Lembre-se
dos valores com que foi educado. Lembre-se de que é aqui que você aprendeu a
ser honesto, honrado, solidário com o próximo, a ser uma pessoa de bem.
As
propostas que o afastarem da sua casa, tenha certeza, não valerão à pena.
Não
importa se possam acenar com sucesso, conquistas, dinheiro ou reconhecimento
social.
Escutando as valiosas palavras do avô, o jovem, emocionado, o
abraçou, guardando na alma a lição.
Os valores recebidos no lar deverão nos acompanhar vida afora, aonde
quer que nos conduzam nossos passos e nas mais diversas circunstâncias,
sorria-nos o sucesso ou as momentâneas nuvens do fracasso.
Os conselhos dos que nos antecederam na jornada reencarnatória devem nos
merecer acurada reflexão, uma vez que, tendo experienciado determinadas lutas,
eles têm, além do peso natural dos anos, a própria vivência a lhes guiar as
palavras.
Pensemos nisso. Fiquemos atentos às ponderações dos que nos querem bem e
somente desejam que sejamos felizes nesta vida, sob a bandeira da honestidade e
da dignidade.
Redação
do Momento Espírita. Em 7.8.2014.
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