Dia há que
observando o céu, bate uma saudade inexplicável e profunda.
A alma alça voo e paira junto às
nuvens abraçando lembranças que fluem do coração e se precipitam na mente.
Misterioso sentimento, qual corredeiras
em desfiladeiros infindáveis, desliza sorrateiro através dos desvios e atalhos
das recordações do passado e vislumbres do futuro.
Lentamente, como que névoa se
dissipando, aparecem silhuetas indefiníveis carregadas de luzes e sombras.
Serão meras especulações do
coração, ou há algo de matéria densa agitando-se à frente de nossa visão?
As verdades somente serão
verdades se compartilhadas pela razão, entretanto, mesmo a razão é controversa
diante da presente evolução do ser.
Indo até onde nossa imaginação
possui o discernimento de ir, a profundidade é rasa e as especulações são
fartas. Nada parece ser o que é e o que é não parece ser.
Alinhavando os contornos do
fenômeno atmosférico, acompanhando curvas côncavas e convexas, além de picos e
vales, crenças e mitos ganham formas e volume, alertando nosso espírito para as
coisas mais sutis e leves.
Ainda assim, teimamos em tentar
descrever os sentimentos e emoções através de pequenos textos, ou ainda nas
corredeiras dos poemas. Palavras faladas em nada se comparam com as palavras
sentidas.
Esperança, o mais elevado
sentimento do homem, surge nos momentos de extrema fragilidade como último
recurso de socorro às almas imantadas aos processos de negação de nossa origem
Divina e eterna.
Necessário é renascer das reminiscências
do passado para caminhar rumo ao desconhecido e misterioso processo da vida.
O homem, indivíduo singular, com identidade
própria, roça de leve as verdades reais e significativas, conquistando no evo
dos tempos a propriedade definitiva de Filho de Deus.
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