Vezes
sem conta, fico imaginando, se as pessoas não estão carregando uma carga além
de suas forças e capacidade, e nesse momento de reflexão, me dou conta de que
poderiam, com certeza, fazer um descarte de problemas, aflições e memórias que
de uma forma ou de outra trazem um peso enorme na agitada vida que o homem
moderno construiu para si mesmo.
Por
que não conseguimos expandir nossas consciências e tornar nossas vidas mais
leves e menos espinhosas?
Fico
imaginando também como a espiritualidade fraterna nos vê. Acredito que possamos
parecer carroças carregadas de bugigangas e muitas quinquilharias sem a menor
utilidade, rangendo nossos sofrimentos autoinfligidos. Mas continuamos a
carregar vida a fora sem saber o porquê e por onde.
As pessoas
estão imersas na roda da existência como pequenos mecanismos de um relógio onde
não é possível se retirar qualquer de suas partes sem que se note sua ausência
como imprescindível para a sequência da marcha.
Será
o tempo assim tão massacrante? O que é o tempo senão uma forma de representação
de um encadeamento de eventos? Eles acontecerão com ou sem você. É necessário ter
paciência e compreensão para que os minutos não sejam verdadeiros pesadelos.
Em
muitas ocasiões é possível observar que “pesos” estão sendo carregados e não há
a percepção de que lá estão por um costume que temos de carregá-los sem
propósito, nos fazendo sofrer e cansar. Vivemos cansados e sem saber a causa
determinante desse sofrimento.
Vejam:
Alguns carregam o peso da culpa e do arrependimento. Outros o remorso de
atitudes desregradas. Mais além, alguns carregam o fardo das reclamações e das
doenças.
Por
que assim fazemos? Porventura, nos sentimos melhor carregados de autopiedade?
Utilizamos esses artifícios para nos desculpar das faltas e dos erros?
O que
passou não volta a não ser que queiramos guardar essas caixinhas de
perturbações no fundo de nossos corações e deixá-las por lá, criando mofo,
poeira e “cheiro” desagradável, interferindo em nossas vidas de forma
destrutiva, exigindo forças e energias para estocá-las que poderiam ser canalizadas
para solução dos problemas e elevar nossa autoestima.
Mais...
Tomar para si as dores e problemas dos outros quando não nos dizem respeito e
que, independente do que façamos não serão resolvidos, é uma forma rápida e
eficiente de envolver e escoar nossas melhores fontes de energia que sabemos
não serem inesgotáveis tanto físicas quanto emocionais. Nesses casos, moderação
é bom e aconselhável.
Cada
um de nós sabe onde pisa, onde pisou e quiçá onde pisará. Não se faz necessário
qualquer ação de nossa parte para evitar-lhes tropeços e conflitos, mesmo porque,
são aprendizados indispensáveis para a evolução espiritual do “ser” e
possivelmente estaremos desrespeitando seu livre-arbítrio e a sua individualidade.
Cada
um (es) colhe o que planta.
Vamos
manter a consciência desperta, vívida, e não nos deixarmos consumir pelo
desalento ou por qualquer outro sentimento de incapacidade. A vida física é um
imenso campo de oportunidades de progresso e evolução e não carecemos de cargas
supérfluas e desnecessárias.
Pensemos
nisso...
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