“Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação
e os mundos felizes; a alma que se arrepende neles encontra a calma e o
repouso, acabando de se depurar. Sem dúvida, nesses mundos, o homem está ainda
sujeito às leis que regem a matéria...” (Cap. III, item 17 - ESE).
Regenerados são todos aqueles que aprenderam a compartilhar deste mundo,
contribuindo sempre para a sua manutenção e continuação, e ao mesmo tempo, por
perceberem que recebem à medida que doam; sustentam com êxito esse fenômeno de “trocas incessantes”. São os homens que
descobriram que todos estão ligados por inúmeras formas de vida, desde o micro
ao macrocosmo, e os ciclos da natureza é que vitalizam igualmente plantas,
animais e eles próprios, portanto, respeitam, cooperam e produzem, não pensando
somente em si mesmos, mas na coletividade em geral.
Nesse ponto lembramos
trecho da Oração de São Francisco de Assis:
Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar
que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado.
Sabem que ao mesmo tempo, sozinhos ou juntos, somos todos viajantes
pelas estradas da vida universal, em busca de crescimento e perfeição. (Não há escapatória, um dia seremos seres
Angélicos).
Voltaram-se para si mesmos e descortinaram a presença divina em sua
intimidade e, portanto, agora não buscam mais somente a exterioridade da vida,
mas sim, a abundância da vida íntima, fazendo quase sempre uma jornada cósmica
para dentro do seu universo interior, na intimidade da própria alma.
Regenerados são os seres humanos que notaram que não podem modificar o
mundo dos outros, mas o mundo em si. Que os indivíduos, lugares e ambientes,
não podem ser mudados, e que as únicas coisas possíveis de serem alteradas são
suas atitudes pessoais, reações e atos relacionados a esses mesmos indivíduos,
lugares e ambientes de sua vida.
Conseguiram angariar sabedoria em decorrência das vivências anteriores.
Diferenciam o que lhes cabe fazer e, por conseguinte, o que são deveres dos
outros, e quais são os seus. Só fazem, portanto, autojulgamento, deixando a
cada um fazer a sua própria avaliação.
Na realidade, trazem certas competências e destrezas alicerçadas no
poder de observação, por já possuírem uma considerável “coleta de dados”. São
consideradas criaturas sábias, por terem constantemente “insight”, isto é, compreensões súbitas frente a decisões e
resoluções da vida. (Através das múltiplas
encarnações adquirimos experiência, conhecimento, entendimento e finalmente
sabedoria. Acredito, ainda, que obtemos acesso ao conhecimento Universal
proporcionalmente ao nosso amadurecimento espiritual para que saibamos
aproveitar esse conhecimento).
São eles homens que adquiriram a
habilidade de resolver suas dificuldades com recursos novos e criativos, usando
maneiras inovadoras de solucionar e concluir os acontecimentos de seu
cotidiano. Reconhecem que a vida é uma sucessão de ocorrências
interdependentes, por possuírem a capacidade de observar as relações
existenciais, sempre lançando mão dos fatos passados, e entrelaçando-os aos
fatos presentes, chegando à profunda compreensão das situações e seus problemas.
Descortinaram horizontes novos, porque
reservaram no cotidiano, algum tempo para se conhecerem melhor, anotando
sensações e pensamentos a fim de esclarecer para eles próprios, o porquê de
sentimentos desconexos, emoções variáveis e ações contraditórias, ajudando-os,
assim, a viverem de uma forma mais serena e previsível.
Obtiveram informações íntimas,
surpreendentes, pois conseguiram constatar como realmente são.
Desmancharam máscaras, que inicialmente
lhe davam certo conforto e segurança, porque eles mesmos reconheceram que elas
lhes aprisionavam por entre grilhões e opressões.
Aprenderam que não vale a pena
representar inúmeros papéis, como se a vida fosse um grande teatro, mas,
sobretudo assumir sua própria missão na Terra porque constataram que, cada um
tem uma cota própria de contribuição perante à criação, e que, não nasce no
planeta nenhuma criatura cuja tarefa não esteja determinada.
Regenerados são os reabilitados perante
as verdades eternas. Adotaram Jesus como “Sábio
dos Sábios” e, por seguirem Seus passos, fazem sempre o seu melhor.
Reconheceram que o erro nunca será motivo de abatimento e paralisação e, sim,
aprendizado adquirido, portanto, seguem adiante pacientes consigo mesmos, e com
os outros, ganhando cada vez mais autonomia e discernimento perante as leis de
amor que regem o Universo.
Observações do autor do estudo em segoe print
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