Está rindo do quê?
Cansei de ser artista
e nem tenho intenção para tal feito. Atentos olhos me espreitam, uns sorrateiros
outros oportunistas. Apinhocados em cantos estreitos na sutileza, disfarçados e mal-intencionados.
As soleiras não mentem...
Diz-se que
"Folhas não caem sem que Deus Saiba"!
Que será desta
humanidade? Ou perde a vergonha ou endireita! Passos e mais passos cuidadosamente
pensados e imaginados. Nada despercebido.
Sou o que os olhos me
acham...
Sou o que a
imaginação constrói...
Sou o que os
pensamentos floreiam...
Divina invenção ou
coisa do abestado?
De meu lado também
vejo, imagino e penso: quem me observa? Estará atento ou sou mais um perdido
nessa multidão de pés, braços e pernas?
A ética do homem
nasce da própria desconfiança.
Sou, quem não é?
Caridade, usura,
pecado, recado, amontoado...?
Extensão da
curiosidade ou precaução?
Nem tudo que se vê é
real e nem tudo que é real se vê. Por detrás de olhos tristes, alegria. Por detrás
dos defeitos, grandes feitos. Por detrás das fantasias, grandes verdades.
Entro no jogo e
também me arrisco a olhar através dos olhos mecânicos e eletrônicos, anencéfalos
de nascimento. Me despiram diante da humanidade. Rasgaram, destroçaram e
deturparam meu corpo. Desnudaram meu espírito... Nada ficou somente para mim.
Sou um agregado de formas e pensamentos alheios.
"Kolynos ou
Colgate"? "Espresso ou Cappuccino"? "Preto ou Marrom"?
Estou ficando paranoico e até consultando os amigos dos olhos virtuais do lado
de lá para comer, tomar, comprar e vestir!
Possível é, e graças
a Deus pelo menos uma dessas geringonças está fora de combate e já me sinto
mais aliviado podendo exercer meu direito de humano. Por enquanto...
Mas afinal quem sou
eu? Um ego desfigurado ou uma essência vilipendiada?
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