sábado, 31 de dezembro de 2016

2017


Que todos os habitantes desta Terra tenham um 2017 muito melhor que os anos anteriores.

Para tanto é interessante adotar algumas regras novas para uma boa convivência com o nosso planeta. E com certeza ele irá agradecer, assim como todos nós, uma vez que, somos todos membros de uma mesma família chamada Terra.

Todos nós adoramos estabelecer novas metas para cada ano que se inicia não é verdade?

Algumas atitudes poderiam ser tomadas para que esta nossa convivência fosse mais harmônica e feliz e com um final realmente mais feliz.

Poderíamos por exemplo deixar de trocar de celular todos os anos, apesar de termos os recursos necessários para tanto. Poderíamos deixar de comprar um carro novo e adquirir uma bicicleta.

Poderíamos deixar de ser consumidores vorazes para sermos consumidores complacentes!

Outras coisinhas que poderíamos fazer para tornar nossa convivência muito melhor é atentar para o que fazemos no dia a dia e que não percebemos o quanto estamos interferindo na vida das outras pessoas, apesar de nem notarmos que o fazemos.

Por exemplo, você que gosta de fumar, veja onde deposita os restos de seu cigarro para que outro não tenha que recolhê-lo e depositá-lo no lugar adequado.  Está certo, você já está condenado pelos venenos do fumo industrializado, mas não é necessário contaminar a natureza. Você que vai ao banheiro do Shopping e me parece até por vingança, usa três metros do papel higiênico numa espécie de rancor contra as árvores. Pelo amor de Deus! Não faça isso, tenha consciência da vida.

Outra coisa que poderíamos fazer e que não custa absolutamente nada. Você acendeu as luzes, apaga. Você abriu uma porta, feche. Você utilizou alguma ferramenta, limpe-a e guarde-a no local de onde tirou. Você pediu alguma coisa emprestada do vizinho, devolva-a com sobras. Recolha seus pratos onde for almoçar, até por educação.

Não fale impropérios em ambientes sagrados. Lembre-se que a casa dos outros é o santuário dos moradores do local. Não ofendê-los deve ser uma regra. Uma necessidade de bom relacionamento. Não seremos acusados pelo que entra pela nossa boca e sim pelo que sai.

Saber comportar-se em qualquer ambiente sabemos ser difícil e para alguns até uma utopia, um sonho distante não sonhado, uma quimera. Mas é extremamente necessário e de bom gosto se alinhar com os costumes do lugar.

Você que vai a igreja, qualquer que seja, tenha respeito. Vista uma roupa adequada. Não vá de shorts ou decote, nem de chinelo de dedos. Tenha compaixão por si mesmo e pelos demais frequentadores.

Tenha dó dos Santos!

Devolva o troco que recebeu a mais. Ajude aos necessitados de toda ordem. Não espere que outros iniciem um comportamento mais disciplinado. Tome jeito na vida!

O mundo está necessitando de mais ordem, de mais disciplina ecológica, de mais amor. A Terra não é infinita de recursos e de possibilidades de vida. Quando agredida, o retorno é imediato, mesmo que não se note os efeitos da agressão ela está lá fomentando desordem nas entranhas fisiológicas e psíquicas do planeta. Não se engane, reaja! Fuja daqueles que pregam o "quanto mais melhor".

Pare um pouco e pense no que anda fazendo e consumindo. Será necessário tudo isso? Ou podemos passar sem muita dessas parafernálias escravizantes dos tempos modernos? É preciso realmente esse consumo desenfreado de tudo e inclusive de alimentos? Ou é possível sermos mais comedidos e conscientes?

A Terra aí está e foi deixada para nós por aqueles que nos antecederam. O que estamos deixando para nossos filhos e netos? Já analisamos profundamente esta questão?

2017 está chegando e é tempo de novas considerações sobre nossa vida e sua relação com a Terra e com todos os demais participantes desta grande viagem Cósmica. Nossas atitudes do momento dirão no futuro o que éramos e como tratávamos nosso querido planeta!

Desperte enquanto ainda é tempo!


Ah! Quase esqueço... Se você rezou em 2016, reze também em 2017 e bastante! Desinteressadamente. Reze por entendimento, por harmonia e principalmente por uma PAZ duradoura!



Escolhas...






sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Propósitos espirituais.


A realização dos propósitos do espírito não se confunde em nenhum momento com a manutenção tão necessária do corpo físico, apesar de interdependentes.

É possível desistir espontaneamente do passado atávico e assumir posturas  mais adequadas ao despertar dos pensamentos modernos. Não dos pensamentos difundidos pela mídia que paga pesados tributos ao passado sombrio.

É importante prestar atenção especial às peculiaridades espirituais quando imerso no corpo somático. Não devemos nos entregar a uma necessidade imediata e sim a uma necessidade perene que é o de armazenar atributos não transitórios.

Uma visão mais abrangente, mais empolgante, é mais uma questão de esclarecimento e amadurecimento da alma e não uma simples revolução dos imaturos.

Novas ideias a respeito da vida surgem em todas as regiões do planeta como que uma difusão mental de elevada estatura, chamando o homem a refletir com maior profundidade as razões de sua existência e sua perpetuação. Esses movimentos, vale lembrar, são cíclicos e invariavelmente trazem propostas que de alguma forma estremecem as velhas bases, entretanto, são minuciosamente colocadas à disposição daquelas mentes preparadas para auferir novos conceitos.

Difícil acreditar que, mesmo imerso o homem em pesado fardo, tenha a necessidade de perpetuar uma forma viciante e degradante de si próprio caminhando em círculos e não em espirais ascendentes.

Felizmente, podemos apreciar inequívoca inovação nas relações interpessoais em alguns núcleos bem expressivos, que buscam uma convivência embasada em premissas mais amistosas e parelhas onde se enfatiza a necessidade do todo em detrimento do particular.

O tempo, felizmente, traz novidades e objetivos diferentes, atitudes diferentes.

Os pensamentos fluem de forma mais distributiva e imparcial.

É necessário ser competitivo? Ser o melhor? Ser dominante?

Ou é muito mais agradável ser o companheiro, o amigo, ser aquele que auxilia, que ajuda, que acompanha, que levanta e que anima.

Por que das informações sigilosas dos conglomerados corporativos que de corporativo só no nome e para alguns?

As comunidades modernas exigem que as informações sejam claras e objetivas. Não há mais espaço para segredinhos e patentes!

Nós somos parte de uma humanidade, interdependente.

Ou caminhamos solidários ou não subsistiremos aos descalabros perpetrados por mentes antiquadas gananciosas de poder, de dinheiro, de tudo, como se "Deuses" fossem e passam destruindo a natureza e tudo mais que nela existe, incluindo primordialmente o homem comum.

Pobreza não é sentir falta de bens materiais e sim de bens espirituais!

O desapego começa dentro de nós mesmos. Menos cobrança, menos necessidades, menos horário! Mais participação, mais honestidade, mais alegria, mais felicidade!

O que gera o sofrimento senão o querer mais?

Onde está o problema de ganhar menos e sobreviver mais? Ser mais feliz com aquilo que temos? Ser mais fraterno e menos consumidor?

Esquecemos que estamos somente de passagem e nada levamos desse mundo a não ser nossos valores internos e a eterna satisfação de haver progredido espiritualmente.


Pensemos nisso...



Oportunidade...






segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O homem novo.


O mundo necessita de silêncio. O homem necessita de silêncio. Nestes anos passados nos acostumamos a conviver com uma enormidade de sons estridentes e sem nexo, e que sem nos apercebemos, criamos uma civilização barulhenta e sem rumo. Os corações gritam, as mães gritam, os refugiados gritam, a população grita, os filhos gritam, a ecologia grita, a falta de humanidade grita!

Muitos falam e poucos ouvem quando deveria ser exatamente o inverso já que possuímos dois ouvidos e somente uma boca.

A natureza grita sufocada pelos detritos industrias. Os homens gritam imersos num turbilhão de pensamentos nefastos e destrutivos. A Terra grita pela intemperança e ganância de seus habitantes. Os anjos gritam e os homens não escutam!

Aquele ditado que diz: Pelo amor ou pela dor, abre uma escolha e faz um convite ao livre-arbítrio, entretanto, verificamos que a escolha determinante se faz pela dor. É a dor da incompreensão, é a dor da solidão, é a dor da insatisfação, é a dor do desamor!

Há de ter uma escolha mais amigável para a humanidade!

Vemos com satisfação que uma nova geração de pessoas preocupadas mais com a convivência do que com a indiferença está tomando grande espaço nos confins desse nosso planeta. É uma mentalidade nova que surge das cinzas dos pensamentos antiquados e deletérios produzidos por uma sociedade estruturada em parâmetros de produtividade e paranoia.

Uma doença chamada "sucesso a qualquer custo desde que atenda aos desígnios dos detentores do poder e dinheiro" é questionada e exige-se uma mudança de rumos onde a participação e distribuição da produção material, intelectual e espiritual atenda aos princípios da obtenção da felicidade desde que embasadas na ética, na moral, no entendimento coletivo, na distribuição igualitária do conhecimento e principalmente na harmonia, capacidade e prioridades de todos.

Utopia? Não, não é utopia. Quem desejar imergir nesse novo mundo que esteja preparado para ouvir mais seu coração que seu bolso, mais seus pensamentos que o ruído dos motores, mais seus sonhos do que os anúncios da mídia, mais sua substância do que a ilusão do mundo!

Será no interior de você mesmo que descobrirá uma nova sensação de alegria e conforto. Será dentro de você mesmo que descobrirá o quanto andamos em círculos a procura do nada. Será dentro de você mesmo que surgirá um novo ideal, mais perfeito, mais humano, mais alentador. Será dentro de você mesmo que uma luz totalmente diferente daquela que está acostumado, uma luz interna, irá iluminar sua estrada e uma nova fase de crescimento e, trará uma esperança verdadeira e concreta de desígnios mais amenos e temperados.

Nosso planeta está, assim como todos os que o habitam, no rumo da colisão dos novos com os velhos conceitos de existência e, para nosso alento, dirigidos por inteligências superiores, novas perspectivas existenciais nos esperam, mais elevadas, mais felizes e mais harmonizadas com o plano divino, que tudo cria, que tudo vê e que tudo determina!

Pensemos nisso.



Silêncio...






quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Allan Kardec e os Druidas - Parte 2 - Visão Celta do Mundo


Relembrando... Os celtas dominavam diversas áreas do conhecimento humano, como a fitoterapia, a agricultura, a tecelagem, a mineração, a cerâmica, a pecuária, a metalurgia e a astronomia. No campo artístico, cultivavam a música, a poesia, a escultura, a ourivesaria e a joalheria e a filosofia religiosa dos celtas era muito avançada. Acreditavam numa Divindade única e seus cerimoniais eram realizados ao ar livre, nos campos e florestas, debaixo de grandes carvalhos.

Costumeiramente analisamos o mundo, que apesar de ser esférico, de forma quadrada, retangular, triangular e através de inúmeras formas, fórmulas, conceitos, premissas e outras tantas quantidades de indicações assertivas que necessitam de comprovação científica, caso contrário, não cabe na civilização moderna.

Esqueçamos por alguns instantes nosso século XXI e voltemos a um passado recente onde não havia absolutamente nada em termos do conhecimento científico cartesiano e muito menos dos postulados mecânicos do arranjo universal.

A suprema tarefa não era, para eles, domar as forças naturais da Criação, botar um cabresto na Terra; era penetrar plenamente o mistério do destino humano e deixar-se embriagar por ele.¹

A noção de conhecimento dos celtas era desprovida de análises objetivas do nosso tempo quando perguntamos "como?" "por que?" "de que forma?" e sim buscar respostas em outra dimensão que escapa ao classicismo em três dimensões, ao tempo e ao espaço. Buscava a beleza pura sem questionamentos, procurava o âmago da existência, os sentimentos interiores e suas conseqüências, a vida simples dentro de uma realidade natural.

Seguindo o raciocínio, convido vocês neste momento a navegar sem preconceitos, na beleza, na suavidade e na desenvoltura do sentimento Celta e suas relações com a natureza e com Deus, sorvendo as letras divinamente dedilhadas nesta Benção Celta:

"Que a estrada se abra à sua frente,
Que o vento sopre levemente às suas costas,

Que o sol brilhe morno e suave em sua face,

Que a chuva caia de mansinho em seus campos.
E , até que nos encontremos novamente,
Que DEUS lhe guarde na palma de suas mãos."  


Percebam que não há tempo nem espaço. Há sentimentos, eventos naturais e Deus!

O povo Celta era essencialmente livre. Os habitantes das florestas célticas viviam a vida, sentiam a natureza, agradeciam a Deus, amanheciam com o sol e adormeciam com a lua. Corriam com o vento e fluíam com a água. Sentiam prazer na vida, não temiam a morte, seguiam em frente...

1 A Civilização dos Celtas - Olivier Launay - Editions Ferni - 1978







segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Allan Kardec e os Druidas - Parte 1 - Introdução


Os druidas eram os sacerdotes do povo celta, uma etnia que habitava várias extensões da antiga Europa.

Essa área compreendia Portugal e Espanha a oeste, a Cordilheira dos Cárpatos a leste, a Bélgica ao norte e a Itália ao sul, passando pela Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, França, Dinamarca, Suíça, Áustria e Alemanha.



Os druidas não limitavam sua ação à religião, acumulando a função de juízes, professores, médicos, conselheiros militares e guardiões da cultura céltica. O cargo não era exclusivo dos homens, pois também existiam druidesas.

Viviam integrados na comunidade e podiam se casar. Estimulavam os homens a combater o mal e a praticar bravuras e as mulheres a serem o ponto de união entre o céu e a terra. Júlio César os perseguiu duramente porque insuflavam a resistência ao domínio romano. Segundo o próprio Imperador, foi na Gália que ele viveu a mais árdua de suas campanhas.

Os celtas dominavam diversas áreas do conhecimento humano, como a fitoterapia, a agricultura, a tecelagem, a mineração, a cerâmica, a pecuária, a metalurgia e a astronomia. Inventaram a roda de madeira, o barril e a carroça.

No campo artístico, cultivavam a música, a poesia, a escultura, a ourivesaria e a joalheria.

O que unia os povoados, vencendo as grandes distâncias que os separavam, não era a obediência a um único rei, mas a língua, a arte e a religião.

A filosofia religiosa dos celtas era muito avançada.

Acreditavam numa Divindade única, que podia ser cultuada como homem (Deus ou o céu) ou mulher (Deusa ou a terra). Como não admitiam templos, seus cerimoniais eram realizados ao ar livre, nos campos e florestas, debaixo de grandes carvalhos.

Os celtas não eram reencarnacionistas do mesmo modo que são os espíritas. Para os celtas, a alma era imortal e podia viver muitas vidas, sim, mas não havia o conceito de carma, recompensas ou punições como no espiritismo cristão. Para os celtas não havia um julgamento e nem uma ênfase na necessidade de fazer reparações ao reencarnar. A ênfase era em passar por novas experiências e o impulso da alma não era o dever imposto por um carma, mas sim o desejo e a necessidade natural de reviver até entrar em sintonia com o mundo dos deuses - lugar perfeito em si.

Além disso, criam no livre-arbítrio, na lei de causa e efeito, na evolução espiritual, na inexistência de penas eternas, nas esferas espirituais, na existência de elementais (duendes, fadas, gnomos, etc.) e na proteção dos Espíritos superiores.

Um celta não morria, pois a morte era apenas um ponto no meio da estrada.

Um aspecto negativo da história: os druidas proibiram a palavra escrita como instrumento de preservação da história céltica, por temerem que textos escritos caíssem em mãos escusas.

Por isso, todo o conhecimento desse povo era transmitido oralmente e se perdeu muito no decorrer dos séculos.

A Gália nos tempos de Júlio César (58 a.C.)


Com a queda do grande chefe Vercingetórix, no ano de 52 a.C., toda a Gália acabou rendendo-se, pouco a pouco, aos exércitos romanos, mais treinados e portadores de armas mais leves e manejáveis. No final do Século I a.C., todos os domínios celtas, exceto a Irlanda e a Escócia, estavam submetidos a Roma. A falta de unificação política, geográfica e militar das tribos também colaborou para o sucesso de Júlio César.




Com a forte repressão política aos druidas, movida pelo Imperador, a cultura céltica foi perdendo sua força e, no final do Século I d.C., a quase totalidade dos celtas estava "romanizada" ou misturada à multidão de povos que invadiu o continente europeu.

O druidismo passou então a ser uma prática fechada e esotérica. Isso, porém, não impediu que muitos druidas aceitassem as ideias de Jesus de Nazaré, quando o Cristianismo primitivo chegou à Europa. No entanto, o nascente Catolicismo romano não aceitou esse sincretismo e ajudou a perseguir os sacerdotes celtas. Pode-se dizer que o desaparecimento dos druidas é diretamente proporcional ao crescimento e fortalecimento da Igreja Católica.

Como os grandes druidas eram conhecidos como as serpentes da sabedoria, São Patrício regozijava-se de ter acabado com as "serpentes" da Bretanha.

A vitória final teria sido de Roma se não existisse a reencarnação.
Utilizando-se desse mecanismo natural, o druida Allan Kardec renasceu no Século XIX para dar continuidade ao seu trabalho no campo científico, filosófico e religioso.

O local escolhido foi a cidade de Lyon, na atual França, antiga Gália, no ano de 1804. Seu novo nome seria Hippolyte Léon Denizard Rivail. Educado na Suíça, mudou-se, depois, para Paris, capital cultural do mundo.

Durante muitos anos, o ex-druida dedicou-se ao estudo e prática da Educação. Todavia, aos 50 anos, atraído pelos fantasmagóricos fenômenos que invadiram o globo, sua atenção voltou-se integralmente para as questões transcendentais da vida.

Convencido que os estranhos acontecimentos eram produzidos por espíritos, Rivail começou a fazer-lhes várias perguntas sobre as causas e características das coisas. Desse material saiu sua primeira obra sobre o assunto, O Livro dos Espíritos, lançada em 18 de abril de 1857. Estava inaugurada a nova filosofia espiritualista, que ele chamou de Espiritismo.

Já sabendo que era um druida reencarnado, através da revelação do Espírito Zéfiro, Rivail preferiu assinar o Livro com seu antigo nome celta, a fim de separar seu trabalho de educador do de autor espírita. Fechava-se, assim, um ciclo palingenético*pessoal e histórico.

O espírito Kardec/Rivail completava sua tarefa de condutor de almas e as grandes teses druídicas ressurgiam no bojo da novel Doutrina Espírita. Tudo sobre o mesmo solo gaulês. E eis aí uma questão a ser levada em consideração: Por que dentro do mesmo solo gaulês?

Esses fatos, porém, não aconteceram sem a resistência de uma velha inimiga dos druidas. Os mandatários da Igreja Católica tentaram denegrir o Espiritismo de várias maneiras, o que, dentro de um contexto maior, auxiliou na divulgação das Obras de Kardec.

O Espiritismo prega a liberdade do ser frente a si mesmo podendo agir de acordo com seu livre arbítrio e herdando as consequências de seus atos, deixando de permanecer sob o jugo dos pseudo-detentores do Reino de Deus. A reencarnação é fator de progresso do espírito, eliminando de vez a ideia das penas eternas.

Hoje em dia, os modernos druidas não possuem necessariamente etnia celta, da mesma forma que não é necessário ser hebreu para seguir o judaísmo ou cristianismo, e nem hindu para seguir o budismo.

Léon Denis (1846 - 1927), contemporâneo de Kardec, enfatiza em sua Obra "Le Génie Celtique et le Monde Invisible" - "O Gênio Celta e o Mundo invisível" - "Que os celtas se destacaram dentre todos os povos europeus por suas crenças espirituais. Convictos da imortalidade e da reencarnação, iam para as batalhas como para uma festa, sem temer a morte, que sabiam não existir. Seus sacerdotes, os druidas, possuíam conhecimentos iniciáticos elevados sobre a evolução da alma, os planos da existência, os astros e o Cosmo, que coincidem com a tradição da Sabedoria Oculta, inclusive na concepção do Deus único e da Lei do Carma. Não por acaso povoaram a Gália, e nela deixaram as sementes profundas dessas crenças, as energias imponderáveis de seus ritos sagrados, e a tradição mediúnica de suas sacerdotisas afeitas ao contato com o Além. Era a preparação para a futura chegada do espiritismo, cujos primeiros seguidores foram, na França, os antigos adeptos da doutrina céltica, que já traziam na alma a convicção das Leis Eternas que a doutrina dos espíritos veio restabelecer. Também por isso o Codificador adotou seu antigo nome druídico Allan Kardec - o druida-chefe, pontífice máximo de um povo."


(*) - Palingenesia - "palin" (de novo) e "gênesis" (geração) -  o que quer dizer ‘regresso à vida depois da morte’, ou seja, ‘de novo em geração’. É o espírito ‘em nova geração’, isto é, a mesma identidade espiritual em nova reencarnação.  



                                                                                                                                                                        

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

André Luiz e o Umbral.


Por que André Luiz* ficou oito anos no Umbral, se, aparentemente, ele não fez nada de tão grave?

Em Nosso Lar é narrada a passagem de André Luiz pelo umbral, no qual permaneceu por oito anos e foi chamado por outros espíritos que lá também habitavam de suicida.
Lembremo-nos de que o Umbral é uma estrutura plasmada e mantida pelos pensamentos das criaturas que para lá são transportadas pela semelhança psico-vibratória de mentes em desequilíbrio.
Depreende-se de sua própria narrativa que ele era considerado um suicida inconsciente, pois, mesmo sem o propósito de tirar a própria vida, a teve encurtada pela falta de cuidado com a sua saúde física e moral. O livro deixa perceber que ele era dado aos prazeres enquanto encarnado.
A partir disso, alguns acham que ele bebia muito, ou que fumava e bebia, ou que bebia e comia muito, ou que, além dessas coisas, era chegado às companhias femininas sem muito discernimento. Talvez de tudo um pouco, lembrando que tudo isso era plenamente aceitável para os padrões sociais da época. Não nos cabe julgar sua postura.
Seja como for, ao longo da série é possível perceber que André Luiz era mais do que um simples homem do seu tempo, e se não demonstrou isso quando encarnado, sua vida deve ter sido frustrante. 
Fica claro que André Luiz demorou-se oito anos no umbral principalmente pelo vazio em que transformou a sua passagem pela matéria, desperdiçando as oportunidades recebidas. Nascido em um lar de classe média, tendo recebido boa educação e bons estudos, fez da sua vida uma vidinha comum, sem emoções ou sobressaltos, sem nada de realmente construtivo e útil.
A julgar pela sua inteligência e boa vontade demonstrados nas suas narrações, teria muito o que oferecer aos que conviveram com ele.
É isso o que a maioria de nós faz. Quase todos recebemos boas oportunidades. Mesmo as dificuldades enfrentadas são às vezes grandes vantagens, por nos proporcionar ver as coisas por ângulos diferentes, por forjar o nosso caráter e por nos proteger de facilidades que nos enfraqueceriam o aspecto moral.
E o que fazemos das oportunidades recebidas? O que oferecemos de nós mesmos aos outros? Mal cuidamos da família, às vezes nem da família, ou nem de nós mesmos… E temos as velhas desculpas da incompreensão, ou da pobreza, ou da falta de apoio, ou da falta de condições ideais.
Não é para isso que reencarnamos. Não é para nos arrastarmos cheios de queixumes e revoltas que recebemos a dádiva preciosa da reencarnação. Não é para passar contando os dias para que o domingo chegue e desmaiar em frente à televisão que nós ganhamos a oportunidade de um novo corpo físico.
Temos muito o que fazer, temos muito a oferecer, a contribuir, a dar de nós mesmos. E a aprender, e a ensinar, e a amar e perdoar. E compreender, e crescer e ajudar a crescer. É possível. Tudo isso é possível. E não é tão difícil quanto possa parecer a quem nunca tentou. Nascemos bebês, moles e frágeis, e um dia temos que tentar nos equilibrar sobre as pernas, e dar um passinho à frente do outro. É um grande desafio, que nós só conseguimos porque tentamos.
Não sabemos com certeza o que André Luiz fez ou deixou de fazer com o seu corpo. Particularmente, acredito que devemos ter o máximo de cuidado com o corpo, que é o nosso veículo de manifestação na matéria.
Mas podemos asseverar que se ele tivesse tido uma vida mais plena, construtiva e útil, sua passagem pelo umbral teria sido bem mais curta.

Pensemos nisso...

 * "Não se conhece verdadeiramente a identidade da última encarnação de André Luiz, o que não interfere em nada no conteúdo altamente verdadeiro, conciso, esclarecedor, profundo e informativo de suas mensagens, entretanto, alguns indícios de escritores respeitáveis nos levam a crer tratar-se de Carlos Chagas que faleceu em 1934. Lembrando que a obra Nosso Lar foi publicada em 1944 com psicografia de Chico Xavier. Outras hipóteses possíveis e também não confirmadas é de que possa ter sido Oswaldo Cruz que desencarnou em 1917 ou Faustino Esposel que desencarnou em 1931, sendo este último, talvez, o mais coerente, pois, quando André Luiz chegou ao Nosso Lar lhe teriam dito que se tratava de agosto de 1939, decorridos em torno de oito anos após seu passamento físico."


Texto base de Ana  Maria Teodoro Massuci



quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O primeiro Mandamento.


Em recente estudo, intentamos refletir sobre a profundidade do primeiro Mandamento: " Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento", acrescido do segundo: "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo"!

Com certeza é fundamental para o equilíbrio do Cosmos, e mais precisamente da Ética Cósmica, haver um ordenamento das coisas de forma que sua estrutura permaneça inalterada ou que siga certas regras muito bem definidas frente às mesmas origens.  

Esta última pequena frase acrescida ao primeiro Mandamento é de uma sutileza diáfana e permite uma reflexão sobre o papel do Espírito na Criação Divina.

Quem é o próximo mais próximo de nós? Quais são as nossas responsabilidades para com ele?

São perguntas que parecem de uma clareza pura, entretanto, é muito mais do que isso.

Quem a não ser nós mesmos é o próximo mais próximo?

Nesse enfoque, nossa responsabilidade é acrescida de uma imensa gama de novos conceitos que até então nos pareciam simples e casuais: "Amor ao próximo"!

Vejam que surge após essa afirmação um novo universo de questões a serem esmiuçadas e tratadas uma a uma como preciosidades.

Evidente que todos fomos criados para um fim e os meios, os instrumentos, os passos, os processos, as proposições, os caminhos, os conceitos e tudo mais para um final feliz, maravilhosamente depende somente de um serzinho chamado "EU"!

E nesse ponto verificamos a necessidade de bem cuidar e de bem guardar o corpo físico que é a ferramenta de aprimoramento do espírito aqui nesta Terra, sem resvalar na egolatria. Buscamos a elevação e não a introspecção deletéria do pior dos defeitos.

É desejável que as pessoas se abstenham de abusar de substâncias que contaminam os órgãos físicos, sobrecarregando-os desnecessariamente e forçando-os a uma aceleração na troca de fluídos energéticos vitalizadores, desgastando o veículo denso prematuramente.

Impreterível para atingir o objetivo de pleno desenvolvimento e crescimento, os bons pensamentos, os argumentos de elevado teor, as atitudes de tolerância, a serenidade e principalmente a simplicidade, sentimentos do espírito que trarão o bem estar ao corpo somático fazendo com que os fluídos da manutenção do equilíbrio físico tenham a necessária alimentação e distribuição no decorrer da existência menos sutil.

Para auxílio de caráter permanente e efetivo aos próximos, é interessante estarmos de bem com a nossa personalidade física atual que é o próximo mais próximo.

Estejamos atentos aos deveres que primeiramente devemos dedicar ao nosso corpo físico para bem desempenhar a tarefa de efetivamente sermos um no todo e todo em um!

Tudo é possível mas nem tudo nos é lícito!


Pensemos nisso...