Relembrando...
Os celtas dominavam diversas áreas do conhecimento humano, como a fitoterapia,
a agricultura, a tecelagem, a mineração, a cerâmica, a pecuária, a metalurgia e
a astronomia. No campo artístico, cultivavam a música, a poesia, a escultura, a
ourivesaria e a joalheria e a filosofia religiosa dos celtas era muito
avançada. Acreditavam numa Divindade única e seus cerimoniais eram realizados
ao ar livre, nos campos e florestas, debaixo de grandes carvalhos.
Costumeiramente
analisamos o mundo, que apesar de ser esférico, de forma quadrada, retangular,
triangular e através de inúmeras formas, fórmulas, conceitos, premissas e
outras tantas quantidades de indicações assertivas que necessitam de
comprovação científica, caso contrário, não cabe na civilização moderna.
Esqueçamos
por alguns instantes nosso século XXI e voltemos a um passado recente onde não
havia absolutamente nada em termos do conhecimento científico cartesiano e
muito menos dos postulados mecânicos do arranjo universal.
A suprema tarefa não era, para
eles, domar as forças naturais da Criação, botar um cabresto na Terra; era
penetrar plenamente o mistério do destino humano e deixar-se embriagar por ele.¹
A noção de
conhecimento dos celtas era desprovida de análises objetivas do nosso tempo quando
perguntamos "como?" "por que?" "de que forma?" e
sim buscar respostas em outra dimensão que escapa ao classicismo em três
dimensões, ao tempo e ao espaço. Buscava a beleza pura sem questionamentos,
procurava o âmago da existência, os sentimentos interiores e suas conseqüências,
a vida simples dentro de uma realidade natural.
Seguindo o raciocínio, convido vocês neste momento a navegar sem preconceitos, na beleza, na suavidade e na desenvoltura
do sentimento Celta e suas relações com a natureza e com Deus, sorvendo as letras
divinamente dedilhadas nesta Benção Celta:
"Que a estrada
se abra à sua frente,
Que o vento sopre levemente às suas costas,
Que o sol brilhe
morno e suave em sua face,
Que a chuva caia de mansinho em seus campos.
E , até que nos encontremos novamente,
Que DEUS lhe guarde na palma de suas mãos."
Percebam que não
há tempo nem espaço. Há sentimentos, eventos naturais e Deus!
O povo Celta
era essencialmente livre. Os habitantes das florestas célticas viviam a vida, sentiam
a natureza, agradeciam a Deus, amanheciam com o sol e adormeciam com a lua. Corriam
com o vento e fluíam com a água. Sentiam prazer na vida, não temiam a morte, seguiam
em frente...
1
A Civilização dos Celtas - Olivier Launay - Editions Ferni - 1978
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