Admirando
uma pintura, fiquei a analisar seu conteúdo e o enorme esforço do artista em
representar na tela o que a natureza lhe permitia retratar.
Aqui
uma vegetação mais espessa. Mais ao centro uma corredeira de águas tranquilas.
Pedras.
No céu
azul algumas nuvens e muitos outros detalhes, todos absolutamente inertes.
Não
havia sons, aromas, névoas, somente aqueles rabiscos imóveis e insensíveis. Apesar
da bela representação..., ali não havia vida!
Minhas
mãos tocaram aquela tela à procura de algo mais e nada sentiram. Definitivamente
nada!
Como é
possível sermos transportados a esse estado de espírito e ainda nos
confortarmos com essas roupagens?
Porque
nos esforçamos tanto na procura de ilusões? De fantasias?
O
artista apresenta uma miragem e aceitamos como verdade, apesar de plana e inanimada.
Assim
é com os homens.
Preferem
viver de utopias, devaneios, sonhos e aparências a sentir o perfume das flores!
Somos
eternas miragens dissimuladas em detalhes planos e inodoros.
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