Quando
observamos um vitral notamos que é constituído de muitos pedacinhos de diversos
materiais, uns mais opacos, outros mais translúcidos. Assim é também a vida
onde passamos por momentos mais obscuros e outros mais iluminados. Cada uma de
nossas experiências pode ser representada por uma peça colada no vidro de base
e a cola por sua vez representa nossa esperança e nossa fé na vida e resistirá
de acordo com a força e a energia que utilizamos e que somos portadores para segurá-las
no lugar.
Há
vitrais curvos, planos, de diversas formas geométricas, de cores
monocromáticas, de policromáticas, entretanto, cada uma delas têm vida própria
e representa o momento exato de exteriorização das emoções e sentimentos do
artista. Assim também podemos dizer que nossa alma é produto de nossas mãos e
somos responsáveis pela apresentação final da obra, e não há possibilidade
alguma de transferir a autoria da peça.
Quantas
e quantas pessoas, umas de talento e outras nem tanto, demonstram avidez para
manusear esse vitral propondo alterações e mesmo reformas, interferindo no
andamento normal dos acontecimentos preciosos que moldam e dão a forma natural
de cada individualidade. Não devemos deixar tocarem em nossa construção
interior e nem mesmo na pavimentação de nossa estrada. Podemos sim, ouvir, ver,
analisar, refletir e utilizar somente o que for de proveito para a modelagem de
nosso vitral. Assim se tornam únicos e insubstituíveis, reproduzindo naturalmente
nossa imagem original e pura.
Delegar
a busca de materiais a outros é subverter o ordenamento Divino quanto à
necessidade do crescimento baseado na vivência e experiência de cada indivíduo.
Se utilizarmos insumos que nos são estranhos, nossa obra não representará
exatamente o momento que vivemos e o vitral que estamos construindo.
Uns
dirão - que material grosseiro! Outros - que maravilha! Estas opiniões são de
pessoas que não participaram de nossos encontros e desencontros da vida e,
portanto, apesar de podermos classificá-las como úteis, devemos ser
parcimoniosos quanto a estas críticas e considerá-las, talvez, munidos de
conhecimento e sabedoria, acrescentar algo de bom à nossa obra. O que não nos
servir, melhor descartar e rápido.
Interessante
é que quando acendermos nossa luz interior, tudo fique iluminado e assim possamos
mostrar a verdadeira face de nossa essência.
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