Não é uma construção, não há
tijolos ou concreto, janelas ou telhado. Não é uma casa e tampouco um palacete.
Simplesmente um lar para
descansar...
Os cansados da vida e da
morte buscam... Buscam um olhar, um sorriso, um abraço... e um lar.
Um lar para descansar das
agruras, das ofensas, das mágoas e dos amores perdidos também.
Procuram um lar para
descansar sua mente, seu espírito, seu corpo ferido.
Um doce lar iluminado onde
não há dissabores, desavenças e tampouco fome.
Um lar em qualquer lugar e
lugar nenhum. Um lar ameno e agradável para descansar.
O olhar corre do sofrimento,
da dor e do apego. Corre da mania de dobrar-se por um punhado de migalhas, por
um punhado de agrado e procura...
Um lar de braços abertos, de
cobertor na mão e carinho no olhar...
Simplesmente um lar para
descansar...
Por que nos penalizamos
tanto? Por que nos cobramos tanto? E parece que quanto mais perto estamos, mais
se afasta de nós impingindo nova derrota.
A alma cansada de tanta
luta, desanimada dos arranhões dos farpados golpes da vida, tonteando entre o
vazio e o sombrio, procura... Procura um lar para descansar...
Felicidade... Ah! A
felicidade...
As cartas foram lançadas. As
flechas passam zunindo. As palavras passam ferindo...
Os cansados da vida e da
morte... Buscam um olhar, um sorriso, um abraço... e um lar.
Um lar de aconchego, um lar
meloso, gostoso e acolhedor...
Para agasalhar seus corações doídos, maltratados
e dilacerados pelas pancadas dos caminhos...
Águas serenas não tardam e
mansamente deslizam sob os pés calejados dos perdidos andarilhos dos cursos e
refluxos das auroras e dos crepúsculos...
A noite chega e lá se vai o
Sol deitar do outro lado do mundo...
E procuram somente um lar
para descansar...
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