segunda-feira, 10 de abril de 2017

Crônica - Alienação por escolha.



As pessoas me parecem um pouco alienadas quando se trata de verificar suas próprias vidas e as condições em que vivem. Exigem tratamento diferenciado quando na realidade estão imersas num cadinho de igualdade com os párias da sociedade, tanto ética quanto moralmente. Exigem tratamento de saúde de primeiro mundo quando sequer realizaram durante toda sua vida uma única contribuição para assegurar uma condição física adequada, inclusive para sua família, e acreditam que dinheiro cai do céu sem esforço de ninguém. Outro dia em "bela" reportagem de uma emissora nada convencional e seguramente mal intencionada, monta um circo com uma jovem mãe e sua filha num Posto de Saúde reclamando do atendimento e pasmem, a jovem mãe de cabelos com reflexos, unhas gigantescas, tatuada, sapato de salto e roupa de marca, além de um celular de R$2.500,00 no bolso. Faça um favor a si mesma e vá ver se Papai Noel está lá na esquina! Exigem segurança quando não contribuem para melhorar sua própria condição de segurança, circulando e se distraindo nos becos e pocilgas dos centros urbanos e convivendo em guetos onde subsistem pessoas da pior qualidade. Famintos por drogas alimentam o abatedouro de vítimas subnutridas intelectualmente e ávidas por um minuto de sucesso garantido. Subtraem do país, de todas as formas, o futuro de seus próprios filhos. Muito provavelmente pensam que nada do que pensam e de como agem influi no todo, aliás, fico em dúvida se realmente chegam a pensar em alguma coisa ou simplesmente vão tocando a vida como naquela musiquinha bem conhecida: "Em fevereiro, em fevereiro, tem carnaval, tem carnaval, tenho um fusca e um violão, sou Flamengo e tenho uma nega chamada Tereza." Acreditam que o esforço do outro lhe trará o pão de cada dia. Um país não nasce por acaso e sim pelo comportamento de todo seu povo disciplinado e esforçado, lutando pela liberdade com responsabilidade, direito com deveres e felicidade com igualdade.



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