- Certa vez... Gandhi
convidado a se pronunciar no Parlamento Britânico compareceu com seu traje
indiano de costume, e de acordo com suas tendências, ao que foi impedido de
adentrar pois não trajava a tradicional vestimenta ocidental para o evento - um
terno, retornando à Índia sem discursar. Solucionada a crise, novamente convidado,
Gandhi enviou somente um terno.
Interessante notar como
nossos valores são calcados na aparência externa e não no conteúdo. Valoriza-se
muito mais uma marca do que a índole. Cultiva-se o consumo aparente em
detrimento do cerne inteligente dos indivíduos, acostumados que somos a ver de
nosso modo superficial e desconhecer qualquer tipo de expressão mais profunda,
coerente e inteligente. Insistimos em nos olhar no espelho a cada encontro com
uma outra pessoa, questionando suas convicções e cultura com naturalidade e
desenvoltura de um hipopótamo. Nada contra os hipos, ademais, são talvez mais
realistas que nós os humanos.
- Tecia suas próprias
roupas em um tear improvisado e clamava à população de seu país para o mesmo
fazer, evitando assim a dependência externa, além de incentivar o amor ao
trabalho elevando a auto-estima.
Como nos libertar das
amarras dos mitos e crenças se não trabalhamos o princípio , a origem de nossos
medos e frustrações. Estimar a si mesmo de forma madura e consciente é a regra
para adentrar em um mundo mais feliz e coerente, analisando sempre a conduta
diante dos apelos nem sempre éticos e bem intencionados da esfera das informações
e conhecimentos que chegam em múltiplas formas e concepções e nem sempre confiáveis
e aproveitáveis. Nada e ninguém nasce pronto, perfeito e nesse caso, nós os
humanos, plenos de consciência.
- Deixou de comer açúcar
puro após certa mãe levar seu filho até ele e pedir-lhe que explicasse ao menino
que o açúcar era prejudicial à saúde, quando ele próprio ingeria tal produto e
somente orientou a criança uma semana após sua própria dieta de açúcar.
O exemplo sustenta a
educação e assim tem sido desde evos tempos da humanidade e proposta inequívoca
de filósofos, profetas e educadores. Enganamo-nos todas as vezes que demonstramos
algo que não pregamos. Grandes teorias e pensamentos sofreram a ação da
gravidade da lógica e da coerência e despencaram dos livros e das brochuras.
Muitas vezes ingerimos conhecimentos julgados de vanguarda quando na verdade
não passam no crivo da inteligência e da consistência.
Os olhos que veem nem
sempre são aqueles que enxergam, nem tampouco a inteligência que emite
conceitos é aquela que domina os mistérios da vida!
Pensemos nisso...
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