quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Gandhi e nossos valores.


- Certa vez... Gandhi convidado a se pronunciar no Parlamento Britânico compareceu com seu traje indiano de costume, e de acordo com suas tendências, ao que foi impedido de adentrar pois não trajava a tradicional vestimenta ocidental para o evento - um terno, retornando à Índia sem discursar. Solucionada a crise, novamente convidado, Gandhi enviou somente um terno.

Interessante notar como nossos valores são calcados na aparência externa e não no conteúdo. Valoriza-se muito mais uma marca do que a índole. Cultiva-se o consumo aparente em detrimento do cerne inteligente dos indivíduos, acostumados que somos a ver de nosso modo superficial e desconhecer qualquer tipo de expressão mais profunda, coerente e inteligente. Insistimos em nos olhar no espelho a cada encontro com uma outra pessoa, questionando suas convicções e cultura com naturalidade e desenvoltura de um hipopótamo. Nada contra os hipos, ademais, são talvez mais realistas que nós os humanos.

- Tecia suas próprias roupas em um tear improvisado e clamava à população de seu país para o mesmo fazer, evitando assim a dependência externa, além de incentivar o amor ao trabalho elevando a auto-estima.

Como nos libertar das amarras dos mitos e crenças se não trabalhamos o princípio , a origem de nossos medos e frustrações. Estimar a si mesmo de forma madura e consciente é a regra para adentrar em um mundo mais feliz e coerente, analisando sempre a conduta diante dos apelos nem sempre éticos e bem intencionados da esfera das informações e conhecimentos que chegam em múltiplas formas e concepções e nem sempre confiáveis e aproveitáveis. Nada e ninguém nasce pronto, perfeito e nesse caso, nós os humanos, plenos de consciência.

- Deixou de comer açúcar puro após certa mãe levar seu filho até ele e pedir-lhe que explicasse ao menino que o açúcar era prejudicial à saúde, quando ele próprio ingeria tal produto e somente orientou a criança uma semana após sua própria dieta de açúcar.

O exemplo sustenta a educação e assim tem sido desde evos tempos da humanidade e proposta inequívoca de filósofos, profetas e educadores. Enganamo-nos todas as vezes que demonstramos algo que não pregamos. Grandes teorias e pensamentos sofreram a ação da gravidade da lógica e da coerência e despencaram dos livros e das brochuras. Muitas vezes ingerimos conhecimentos julgados de vanguarda quando na verdade não passam no crivo da inteligência e da consistência.

Os olhos que veem nem sempre são aqueles que enxergam, nem tampouco a inteligência que emite conceitos é aquela que domina os mistérios da vida!

Pensemos nisso...





Nenhum comentário:

Postar um comentário