sábado, 27 de agosto de 2016

Caminhando com os monges tibetanos.


Num lapso de tempo diminuto, em movimento na calçada pública e em pleno dia, acercaram-se monges com vestimentas alaranjadas, nas mãos Rosários Budistas* de contas dispostas à sua maneira peculiar, cores e acabamentos singulares. Olhos mais alongados que semi-serrados, capilares curtos ou rentes, sandálias de um couro desconhecido, rápido se deslocavam num terreno plano de terra, vegetação rara e rasteira, árvores retorcidas, brisa suave e temperatura amena, apressados e sorrindo em busca de alguma coisa que não pude apreender com os olhos do espírito.

Era um empréstimo de ectoplasma ou um breve atendimento energético?

Perpassava em minha mente em velocidade alucinante inúmeras idéias e perspectivas.

Imaginar em algum momento que tal ocorreria é forçar minhas experiências extra-corpóreas extemporâneas e limitadas. Visualização extra-consciente? Ocorreu e é inesquecível. Quando menos se espera...

O que se passa companheiros da transversalidade do mundo? Imergiram ou emergiram do passado ou do futuro? Ou nesta dimensão não há tempo nem espaço?

Intempestivamente da mesma forma que surgiram... esvaneceram num pestanejar da consciência. Todas as vezes que a razão sobrepõe a "miragem" e tenta desvendar o indesvendável, puff!

O sabor da vida é apreciado em pequenos acontecimentos que ao acaso surgem sem qualquer aviso ou sinal e ficam guardados em nossa memória até nos seus pequenos detalhes, e retornando ao consciente revelam quase que os mesmos sentimentos, aromas e emoções primárias e originais do momento mágico que trazem em si algumas interpretações mas não certezas.

E ininterruptamente prosseguimos a arranhar as memórias numa intrigante busca de respostas com algum significado que atendesse às expectativas deste espectador involuntário para um fato que deve ser muito corriqueiro em outras paragens mais desenvolvidas espiritualmente, quiçá, mundos mais sutis e aprazíveis onde os Sóis coloridos infringem aos espíritos autóctones vibrações de fraternidade e alegria.

Absoluta certeza não prospera nesta paisagem, entretanto, como o espírito é curioso e pensa ser letrado em desvendar mistérios, as buscas persistem e quem sabe em algum lugar e tempo encontremos a resposta mais adequada e assertiva. No momento, somente os arrepios no cangote nos sugerem energias diferenciadas do meio energético daquela realidade ou irrealidade.

Quem viver, verá.



(*)  Japamala - Rosário de 108 contas.



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