Certa vez, em
grande evento comemorativo de data importante daquela cidade, chama o
governante para distribuir “As Chaves da Cidade”.
Em mesa ricamente
decorada dispuseram muitas chaves de diferentes tamanhos, materiais e brilhos.
Havia douradas,
cintilantes, as bem trabalhadas e aquelas esquecidas.
Passaram diante
daquela mesa todos os habitantes do lugar em ordem de riqueza, poder e
importância.
Cada personagem retirava
a chave que lhe convinha, sem preconceito ou crítica.
Todas foram
retiradas, inclusive uma de madeira muito tosca e de acabamento rústico.
Para surpresa,
desceu à cidade para as comemorações daquele ano a Rainha de todo o povo. Em sua mão
trazia cuidadosamente um objeto em forma de coração onde se notava uma
fechadura.
“Cidadãos, eis
aqui o tesouro mais valioso de nossa pátria”, disparou a Rainha.
Aquele que dentre
vós portar a chave do segredo, receberá o pergaminho da vida.
Muitos e muitos
tentaram e não obtiveram sucesso experimentando suas chaves preciosas e bem
decoradas.
Apresentou-se
então um senhor muito querido pelos familiares e amigos com aquela chave de
madeira, feia e mal acabada.
Com natural receio,
tentou e abriu a estranha caixa e de seu interior retirou um pergaminho de
couro de carneiro.
Instado a ler a
escrita, lágrimas caíram-lhe dos olhos: “Herdará a Terra aquele que antes de
tudo valoriza as coisas do espírito. As portas do coração se abrem com as
chaves da humildade e da resignação”.
Pensemos nisso.
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