quinta-feira, 25 de junho de 2015

A procura...

Toda a humanidade almeja a felicidade. É uma procura constante e às vezes chega aos limites da insanidade.

Despreparada para elevar seus conceitos de cidadão do universo, submete-se indiscriminadamente a um constante envolvimento com fórmulas mágicas de sabedoria duvidosa.

O círculo vicioso da conquista de elementos que lhe parecem satisfazer o ego lhe trás imensas decepções e perda de identidade.

Para se chegar a nosso interior iluminado, sem fazer uso de muitas mirongas e sem a necessidade de utilizar-se de fenômenos extranaturais, é simples e fácil.

Vamos à receita:

       um pacote de amor, em pó, para que qualquer brisa possa espalhar às pessoas que estiverem perto ou longe de você;

       um pedaço generoso de fé, em estado rochoso, para que seja inabalável;

       algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa entender as intuições que recebe;

       um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada, sem retribuição, para não “desandar” a massa.

Junte tudo isso em um jarro feito com o barro da resignação e da determinação e reze a seguinte prece:

“Pai recebe esta humilde oferenda dada com a totalidade da minha alma. Revigora o meu corpo físico, meu espírito e principalmente meu coração para que eu possa ser um perfeito veículo dos teus desígnios, procurando dentro de minhas possibilidades visualizar o caminho do bem, do amor e da fraternidade universais. Amém”.

Pronto, se cada um de nós, habitantes desse efêmero planeta azul assim proceder, bem antes que possamos imaginar, estaremos convivendo imersos na harmonia, na serenidade e na completude espiritual de Deus.


Pensemos nisso.



terça-feira, 23 de junho de 2015

Uma pessoa melhor...

Qual terá sido a experiência de vida que nos transformou em alguém melhor?

Um encontro? Um desencontro? Mesmo uma doença? Ou uma surpresa?

Diversos tipos de experiências podem ter levado cada um de nós a se tornar uma pessoa melhor.

Lembro a história de uma jovem no dia em que o pai recebeu o diagnóstico de câncer e veio contar à família.

Pediu que não ficassem tristes, pois, caso não conseguisse a cura, aproveitaria mesmo assim a oportunidade para se transformar em alguém melhor.

O homem buscou perdão e reconciliação com familiares, amigos e mesmo aqueles a quem considerava inimigos.

 Ao ouvir de alguém a expressão doença maldita, rebateu dizendo: Para mim, ela é bendita!

Apesar de todos os esforços, dois meses depois veio a falecer.

A filha, emocionada, afirma que não só ele se transformou em alguém melhor, mas mudou para melhor a vida de todos ao seu redor.

O exemplo de coragem e desprendimento contagiante é lembrado até hoje e sua conduta sempre será referência para aquele núcleo familiar.

Podemos não acreditar, mas a vida tem o costume de nos surpreender.

De repente, sem alarde, aparece alguém que, com uma palavra, com um gesto, abre nossos olhos.

Há também os acidentes de percurso que acabam nos apontando outros rumos e direções.

Quando menos esperamos, mesmo seguindo algo já programado, eis que surge um contratempo e transforma nossas vidas.

De maneira nenhuma temos o controle absoluto de nossos destinos, e é a soma de eventos assim, belos e gratuitos, que nos faz melhores, mais fortes, mais maduros e solidários.

Pode ser uma soneca no ônibus, um encontro com um desconhecido, um raio que clareia tudo ou a proximidade da morte.

O que importa é olhar para essas experiências e reconhecer que elas nos ensinam e, do seu jeito, nos fazem mais felizes, mais receptivos, mais abertos.

Sem pedir nada em troca, são pequenas graças plantadas no cotidiano, como se fossem sinais, apontando para lugares onde podemos ser mais leves, alegres e completos.

Então, quando olhamos para trás e enxergarmos o caminho percorrido, só nos resta agradecer, do fundo do coração, à vida, que nos fez uma versão melhor de nós mesmos.

Todas as forças da natureza nos impulsionam para frente, rumo ao progresso inevitável.

Progresso da alma, que vai se tornando mais sensível, mais amorosa, mais madura.

Progresso também da mente, mais esclarecida, com capacidade de tomar decisões com mais segurança e acertadamente.

Vamos aproveitar esses momentos de reflexão, onde estivermos para lembrar que experiências boas ou ruins sempre fazem de nós alguém melhor se soubermos aprender com os acontecimentos da vida.

Avaliar positivamente os efeitos dessas provas já demonstra que alcançamos maturidade.

Cada um de nós, independente de nossa vontade, irá passar por tribulações que dentro de si, trazem o objetivo de depurar nosso Espírito aprendiz, e, portanto, necessário reconhecer que nada ocorre sem a presciência Divina.

E perguntamos: Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?

Pensemos nisso.





quinta-feira, 11 de junho de 2015

As chaves

Certa vez, em grande evento comemorativo de data importante daquela cidade, chama o governante para distribuir “As Chaves da Cidade”.
Em mesa ricamente decorada dispuseram muitas chaves de diferentes tamanhos, materiais e brilhos.
Havia douradas, cintilantes, as bem trabalhadas e aquelas esquecidas.
Passaram diante daquela mesa todos os habitantes do lugar em ordem de riqueza, poder e importância.
Cada personagem retirava a chave que lhe convinha, sem preconceito ou crítica.
Todas foram retiradas, inclusive uma de madeira muito tosca e de acabamento rústico.
Para surpresa, desceu à cidade para as comemorações daquele ano a Rainha de todo o povo. Em sua mão trazia cuidadosamente um objeto em forma de coração onde se notava uma fechadura.
“Cidadãos, eis aqui o tesouro mais valioso de nossa pátria”, disparou a Rainha.
Aquele que dentre vós portar a chave do segredo, receberá o pergaminho da vida.
Muitos e muitos tentaram e não obtiveram sucesso experimentando suas chaves preciosas e bem decoradas.
Apresentou-se então um senhor muito querido pelos familiares e amigos com aquela chave de madeira, feia e mal acabada.
Com natural receio, tentou e abriu a estranha caixa e de seu interior retirou um pergaminho de couro de carneiro.
Instado a ler a escrita, lágrimas caíram-lhe dos olhos: “Herdará a Terra aquele que antes de tudo valoriza as coisas do espírito. As portas do coração se abrem com as chaves da humildade e da resignação”.
Pensemos nisso.



quarta-feira, 10 de junho de 2015

Escolhendo a simplicidade


Simplificar a vida não significa renunciar a tudo que conquistamos.

No momento atual, ainda estreitamos ligações muito fortes com o elemento denso e somos envolvidos por ele a todo instante, lugar e situação.

Ser simples vai muito além das questões materiais. É um estado de espírito, um jeito de ser que carregamos no íntimo.

Simplificar a vida é aprender a ser feliz com pouca coisa e dar mais valor às nossas necessidades essenciais.

É contentar-se com aquilo que a vida nos oferece a cada instante.

É ter uma vida exterior comedida, sem exageros e uma vida interior rica de valores elevados.

É aprender a concentrar nossos esforços e dedicar o tempo e os ganhos financeiros no que realmente tem valor para cada um de nós, pois, muitas vezes, mantemos o foco em detalhes sem importância.

Constantemente somos levados a acreditar que qualidade de vida tem a ver com um padrão econômico elevado.

Verdadeira armadilha social.

Porém, ter um alto poder aquisitivo, muitas vezes leva as pessoas a um consumismo exagerado, onde passam a buscar a felicidade nos objetos e, com isso, se afastam do que realmente traz qualidade para a vida.

Não precisamos desempenhar papéis que a sociedade nos impõe e nem buscar sempre consumir o que existe de melhor.

Os excessos de toda ordem, sejam eles de consumo, de alimentação, de trabalho e outras tarefas, nos fazem perder a leveza e complicam o nosso dia a dia.

O bom não nos serve mais. A obsessão atual é pelo melhor. Tudo tem que ser o melhor.

A melhor marca, o melhor emprego, o melhor computador, o melhor marido, a melhor esposa e por aí vai.

Nessa busca incessante pelo melhor, o bom passou a ser pouco, o que gera uma eterna insatisfação e impede que desfrutemos do que já conquistamos.

Desaprendemos que ter menos, por vezes, é mais do que suficiente.

Há tanto a ver e sentir em tão pouco tempo que, apressado, o homem deixa de usufruir do melhor que Deus lhe propiciou: a vida sem exigências desmedidas.

Podemos não ter a melhor casa, mas ela pode ser um lar acolhedor, que nos dá segurança e tranquilidade.

Podemos não ter o melhor emprego, mas com ele temos alegrias e sustento.

Podemos não ter ao nosso lado os melhores companheiros, mas são os que nos compreendem e nos fazem felizes.

Talvez já não tenhamos o corpo perfeito, por não ser mais tão jovem e trazer as marcas do tempo, mas é esse corpo que nos serve à caminhada terrena e conta belas histórias de uma vida.

A mensagem sempre lúcida e atual de Jesus estimula nossas mentes e corações a dar valor ao amor e às coisas simples da vida.

Leva-nos a viver de forma digna e de acordo com as reais necessidades.

Não importa como nos apresentemos ao mundo. Seja sob os tecidos que demonstram projeção econômica ou não, vamos nos manter sóbrios, preservando a simplicidade.

Necessitamos, ainda mais uma vez, acreditar que Deus proporciona sempre o melhor caminho para nossa elevação espiritual, apesar de toda incompetência que nos é própria de compreendê-Lo.

Pensemos nisso.