terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Problemas & Soluções

Pessoas são interessantes. Aguardam soluções externas para seus problemas e esquecem que toda solução nasce dentro de nós mesmos.

Aqui a perda de um emprego, ali uma separação de casal, acolá um filho que se perdeu no consumo de drogas.

Culpa-se, naturalmente, o ambiente, as amizades, os amigos incompreensíveis e até mesmo os inimigos. 

Ah! Esses inimigos!

O maior inimigo é o meu próprio “EU”.

Se conseguirmos controlar esse “EU”, todos os problemas estarão em curso de solução.

Muito natural, em razão de nossa pouca madureza espiritual, colecionarmos problemas. Já as soluções... Dependem exclusivamente de nossa capacidade de aprendermos a nos colocar em posição de perceber a solução. Nem sempre é muito fácil.

Esquecemos corriqueiramente ser a imagem e semelhança de Deus e nos lembramos com insistência que somos somente “corpo”.

E esse corpo exige.

Exige conforto.

Exige consumo.

Exige algumas pequenas alucinações.

Exige novidades, constantemente e nem sempre saudáveis.

Exige satisfação, mesmo que rápida.

Permanecemos rodeados de expectativas e chamados passageiros, quando deveríamos ficar mais atentos ao que é duradouro – As coisas do Espírito – que o tempo não corrói.

A solução para cada um de nossos problemas é resultado de um processo demorado e trabalhoso que cresce no âmago do espírito humano.

O ideal é que estivéssemos preparados de pronto.

Primeiro, e mais importante, para não atrairmos problemas e segundo, caso haja necessidade, sermos capazes de formular soluções razoáveis e duradouras, evitando dessa forma o ciclo interminável das quedas.
 
“EU”, não deve ser o problema e sim a solução.





Pena de Morte

Ética, Moral ou simplesmente uma moda da presente situação de nosso mundo? Nem levantaremos, neste momento, a questão dos seres mais inferiores ao homem.

Qualquer abreviação da vivência do corpo físico, ou da presente personalidade, sem a devida “autorização” Divina é um sério comprometimento diante da individualidade espiritual.

A vida é concebida por Deus e somente ele tem o poder de desintegrá-la, devolvendo seus ingredientes excepcionais ao “Todo”, e não o faz.

Explicando melhor: Ninguém tem o direito de abreviar a vida material sem que haja consequências futuras. O ato é da consciência de cada um, entretanto, a colheita é obrigatória.

A individualidade (espírito) foi instituída pelo Amor Divino para participar da grandiosa e misteriosa jornada da consciência de si mesmo em meio a um turbilhão de eventos singulares do Cosmos.

Nesta Terra ainda adormece o espírito da fraternidade entre seus habitantes e, portanto, ocorrências de extermínio de vidas preciosas ainda fazem parte de comunidades não afeitas ao conhecimento da continuidade da vida sutil e eternidade do espírito, sendo naturais e apoiadas em leis locais.

Jesus já adiantava que deveríamos perdoar setenta vezes sete vezes.

A educação do espírito voltada para a Ética Cósmica é ainda alguma coisa que vemos bastante distante na presente época em que vivemos, com leis absolutamente obsoletas e tendenciosas, premiando o orgulho e a vaidade dos seres humanos.

A Pena de Morte é o fim de uma caminhada tortuosa e deficiente da compreensão das Leis Divinas e o mundo não deixará de aplicá-la conquanto mentes e corações endurecidos no erro e na irresponsabilidade se deixarem envolver por soluções fáceis e fracas em seus princípios.

Se nosso espírito não estiver em conformidade com a “VIDA”, pouco nos resta e continuaremos a assistir periodicamente o instinto sobrepujar a razão.

Aplicar a Pena de Morte é equiparar-se a Deus.




segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O que as águas não refletem... na superficialidade não reside.

Quando estava entre nós, Ele costumava contemplar-nos e ao nosso mundo com um olhar de admiração, pois os véus dos anos não velavam Seus olhos, e tudo o que via era claro à luz da juventude.

Embora conhecesse o belo em toda sua profundidade, a paz e a majestade da beleza jamais deixaram de surpreendê-lO, e esteve diante do mundo como o Primeiro Homem estivera diante do primeiro dia.

Nós, com os sentidos já embotados, ficamos à plena luz do dia, mas não vemos.

Aguçamos os ouvidos, mas não ouvimos; estendemos as mãos, mas não chegamos a tocar.

Não vemos o lavrador em seu retorno do campo ao findar o dia; nem ouvimos a flauta do pastor que conduz seu rebanho para o curral; nem estendemos os braços para tocar o pôr do sol, e nossas narinas não mais anseiam pelas rosas...

Não, não veneramos um rei que não tenha um reino; nem ouvimos o som de uma harpa sem que haja uma mão a dedilhar-lhe as cordas; tampouco vemos uma pequena oliveira na criança a brincar em nosso olival.

E é preciso que cada palavra surja dos lábios carnais de uma boca, senão julgamo-nos mudos e surdos.

Na verdade, fitamos, mas não vemos; atentamos, mas não ouvimos; comemos e bebemos, mas não saboreamos.

E é aí que reside a diferença entre nós e Jesus de Nazaré.

Todos os Seus sentidos se renovavam continuamente, e o mundo para Ele era sempre novo.

Para Ele, o balbucio de um bebê não era menor do que o clamor de toda a Humanidade, enquanto para nós nada mais é do que um balbucio.

O que as águas não refletem é que para Ele, a raiz de um botão de flor era um anseio por se aproximar de Deus, enquanto para nós não passa de uma raiz...


Redação do Momento Espírita, com base no cap. Um filósofo, do livro Jesus, 
o Filho do Homem, de Gibran Khalil Gibran, ed. Associação Cultural Internacional Gibran.
Em 10.1.2015.