Os pés e Jesus

A lavagem dos pés dos discípulos pelas carinhosas mãos de Jesus por ocasião da Páscoa sempre trouxe novas interpretações a par do contexto do ato.

Sabia Jesus que poucas horas lhe restavam no corpo físico e que deveria aproveitar ao máximo as últimas horas, trazendo novos e proveitosos ensinamentos.

A visão mais comum é de que ali se verbalizava a humildade segundo as palavras do Mestre após a cerimônia: ”Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou”.

Jesus demonstrou a humildade e exemplificou a forma como todos deveriam servir uns aos outros.

Diferentemente digo: Jesus expurgou todas as impurezas de seus discípulos através do gesto da limpeza dos pés, purificando-os e, ao mesmo tempo impondo-lhes a tarefa de, a partir daquele instante, observar atentamente onde estariam apoiando seus pés e por onde viajariam seus pensamentos.

O espírito humano, no atual estágio evolutivo neste orbe, exige que, para alcançar novos estágios de desenvolvimento e entendimento, observações consistentes e críticas, obrigando-o apoiar seus pecíolos em base sólida e segura, evitando desde agora, novos desvios de conduta em escorregadios despenhadeiros de princípios duvidosos, frequentados assiduamente, porquanto o instinto ainda tem o domínio de seus pensamentos.

Pensamentos maduros e diligentes, simples e racionais, reconduzirá o homem terrestre à porta que o levará a felicidade e ao contato com os conhecimentos Divinos de pureza e luz.

Transpor esse umbral é responsabilidade exclusiva e inalienável e o esforço do portador é a medida de seu progresso.