“Há muitas moradas
na casa de meu Pai” – Esta afirmação de Jesus despertou e continua despertando
no espírito humano interrogações e múltiplas reflexões e assertivas.
Verdade é que sob a
visão espiritualista os mundos físicos e as moradas sutis são complementares e
interligadas não havendo hiato entre uma e outra e, não há porque ser diferente
uma vez que o Universo é uno e indivisível.
Nesta época em que
muito se fala na transformação do globo em um mundo de regeneração, segundo a
mensagem Espírita, balizada nas comunicações dos espíritos, que se multiplicam
pelos continentes, é interessante lembrar como se processa a evolução dos
mundos, porque há quem entenda, mesmo nos dias de hoje, que o progresso de um
planeta como a Terra depende tão-somente do desejo do Criador.
Ora, a evolução de
um planeta, seja no campo intelectual, seja no campo moral ou espiritual, é consequência
direta do progresso individual daqueles que nele habitam. Se dependesse da vontade
de Deus, é claro que a Terra estaria num estágio evolutivo muito mais
acentuado, entretanto os mundos foram criados no intuito de auxiliar os
espíritos através de suas experiências e habilidades, atingir a perfeição
presciente de Deus.
Acresce
ainda lembrar que o chamado progresso individual não consiste apenas no
desenvolvimento da inteligência ou na aquisição de determinados conhecimentos.
Tal não é senão uma parte do progresso, que não conduz necessariamente ao bem,
uma vez que se vêem homens instruídos fazerem uso inadequado do seu saber.
O progresso de uma
pessoa consiste, fundamentalmente, no seu aperfeiçoamento moral, na depuração
do seu Espírito, na extirpação da má índole que nela exista. E é esse o
progresso capaz de assegurar a felicidade da Humanidade, porquanto é, em
essência, a própria negação do mal. O homem mais avançado em inteligência pode
fazer muito mal; aquele que é avançado moralmente não faz senão o bem. Eis por
que existe interesse para todos no progresso moral da Humanidade.
É indispensável,
portanto, que ao conhecimento e à técnica se alie o esforço de moralização do
indivíduo e dos costumes, não sendo difícil compreender que os ensinamentos de
Jesus, contribuem de modo efetivo para que isso se dê.
No Sermão da
Montanha encontramos o Divino ensinamento de como o homem pode, através do
esforço próprio, encontrar o essencial para praticar a solidariedade e a
fraternidade, trazendo para dentro de si mesmo toda a possibilidade de abraçar
e praticar o bem como ideal de sua existência.
Com efeito,
convencido de que existe um futuro para todos nós e que nossa vida não se
restringe ao acanhado momento atual, o círculo das idéias necessariamente se
alarga e o progresso espiritual passa a ter um objetivo, uma utilidade efetiva,
nascendo daí, de forma natural, o sentimento de amor a todas as criaturas.
Cientes
do que acima foi dito, não nos é difícil compreender que nossas atitudes e
nosso comportamento nos mais diferentes momentos da vida são importantes, e
mesmo fundamentais, na evolução do planeta em que vivemos, evolução essa que é
naturalmente lenta porque também é lento o amadurecimento dos Espíritos.
O esforço de cada um no sentido de levar o planeta
Terra a uma condição mais feliz e equilibrada será a herança que deixaremos aos
nossos descendentes e porque não a nós mesmos, vez que múltiplas oportunidades
ainda ensaiaremos no solo deste planeta, hoje na condição de provas e expiações,
amanhã de regeneração.
Somos herdeiros de nós mesmos e tanto melhor será nossa
morada quanto maior nosso esforço de aprimoramento do espírito através dos
caminhos planificados por Jesus.
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