Apontamentos, apartes e elucidações da obra "Tudo Tem Uma Razão de Ser" da autora Suzane Northrop - Editora Pensamento-Cultrix Ltda.
“Tudo Tem Uma Razão de Ser”
aborda essencialmente a comunicação entre os planos material e espiritual, onde a
autora procura, através da sua experiência e trabalho, estabelecer relações de
entendimento mútuo para a resolução de pendências entre os encarnados e
desencarnados.
Entendo que a autora tenha
desenvolvido grande esforço para, dentro dos limites, transmitir de forma amena
as relações inter-mundos. Nem sempre ocorrem dessa maneira.
O Livre-arbítrio é conceituado
como um comportamento ético onde não há interferências indesejadas de parte a
parte, o que, considerando o público a que se destina este livro, já é um
grande progresso.
Vejamos.
“O Programa de Limite é um protocolo baseado no respeito, que significa
que ninguém deste ou do plano espiritual pode entrar nas vibrações de outra
pessoa sem a permissão dela”.
“Os desencarnados baseiam-se nos seus sentimentos para saber se devem ou
não fazer contato e, se você ainda está traumatizado ou emocionalmente abalado,
eles sabem que você não tem condições ainda de receber as suas comunicações”.
“Pode haver ocasiões em que precisemos muito de um tipo de ajuda ou de
informação que o desencarnado, por causa dos protocolos do Programa de Limites,
não tem autorização para nos dar”.
“Se a trajetória da nossa jornada anímica é determinada pelas escolhas
que fazemos antes e durante a vida, não deve ser difícil entender que o
livre-arbítrio não acaba quando deixamos este plano e que os nossos entes
queridos do mundo espiritual não podem desrespeitar o nosso livre-arbítrio
fazendo alguma coisa que interfira na nossa jornada”.
Diz-nos o Livro dos Espíritos que
os espíritos têm a liberdade de pensar e agir segundo o desenvolvimento das
suas faculdades morais e intelectuais.
O respeito é bom e todos o querem
e desejam, mas considerar que as relações inter-mundos sejam na sua maioria de
amor vai uma grande distância, pois, sabendo que este nosso mundo é de provas e
expiações, haverá grande possibilidade de antagonismos e animosidades, o que certamente
terá múltiplas consequências e desdobramentos que demandarão tempo e compreensão
para uma solução adequada e proveitosa.
Os Espíritos pertencem a
diferentes classes e não são iguais nem em força, nem em inteligência, nem em
saber, nem em moralidade.
As relações entre os espíritos
são complexas e normalmente não se restringem a uma encarnação. Há muitos
eventos que transcendem muitas encarnações e as demonstrações da autora são
superficiais e “resolvem”, se realmente acontecem, as relações da encarnação
presente.
A possibilidade de comunicação com os desencarnados é um “Dom”. Suzane
Northrop
Não deixa de ser um “Dom”, mas o
Espiritismo coloca de maneira clara que os médiuns sérios e sinceros
compreendem a santidade do mandato que Deus lhes confiou e evitam até as
aparências do que poderia fazer pairar sobre eles a menor suspeita de cobiça e
reprovam qualquer lucro advindo de suas faculdades.
Dai de graça o que recebestes de
graça.
A mediunidade é uma das
ferramentas que Deus disponibiliza aos espíritos para, se utilizada de forma
adequada e dirigida à aquisição de experiência e conhecimento, exercitar a
benevolência e a fraternidade tendo como objetivo fim buscar a evolução e o crescimento
de si mesmo. É uma dádiva Divina.
Lei Universal do Trabalho agindo
conjuntamente com a Lei do Progresso.
“A alma não tem começo e nem fim”. Suzane Northrop.
“Somente Deus é eterno, imutável,
imaterial, todo-poderoso e soberanamente bom e justo”.
O espírito é infinito, isto é,
teve um começo quando criado por Deus e não terá fim até onde podemos
compreender. Há mistérios que são velados aos homens em razão da sua
infantilidade espiritual.
Espírito não é energia e se assim
o fosse estaria submetido às leis que regem o mundo material. Espíritos
pertencem ao mundo espiritual, submetidos a regras e leis singulares.
Dando continuidade, gostaria de ampliar
os horizontes restritos enfocados pela autora no livro “Tudo Tem Uma Razão de Ser” - Suzane
Northrop.
.
Ninguém é de ninguém! As relações
espirituais são dependentes e necessárias nos mundos onde ainda perdura a
ignorância às Leis Divinas. Uma vez que os espíritos se tornem lúcidos e
perfeitos desaparecerá qualquer figura de egoísmo e dependência. Nesse padrão vibratório
sutil todos serão capazes de amar indiscriminadamente. Todos serão um só em
pensamento.
Espiritismo (neologismo) é a Doutrina Espírita codificado por Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, 03 de outubro de 1804 - Paris, 31 de março de 1869), fundamentada em cinco obras:
- O Livro dos Espíritos, Princípios da Doutrina Espírita, publicado em 18 de abril de 1857;
- O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, em janeiro de 1861;
- O Evangelho segundo o Espiritismo, em abril de 1864;
- O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, em agosto de 1865;
- A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, em janeiro de 1868.
Sessão Espírita é aquela que
adota os princípios Cristãos de amor e dedicação em favor dos espíritos mais
necessitados, encarnados ou desencarnados, sem perspectivas de retorno de
qualquer natureza a não ser da melhora das condições do atendido, trazendo a
ele a possibilidade de resgatar seus erros e iniciar nova caminhada pautada nos
ensinamentos de Jesus.
O caminho mais adequado para que
os homens superem suas dificuldades e determinem um ponto de restauração para
sua caminhada em direção a Deus ou Poder Superior, como coloca Suzane, é o que
chamamos de “Reforma Íntima”.
Reforma Íntima é a exclusão dos
vícios em nossas vidas e a troca de defeitos por virtudes, ou a aquisição de
virtudes em substituição a defeitos.
As perfeições espirituais nada
mais são do que as virtudes do homem de bem e que se desenvolvidas dia a dia,
pela repetição de atitudes virtuosas, até que se tornem o hábito e se incorporem,
definitivamente, no patrimônio espiritual da criatura humana como conquista,
elevação moral e educação do espírito, levam a individualidade a apropriar-se
de si mesmo, compreendendo a grandeza da Criação Divina e sua responsabilidade
de crescimento diante da oportunidade oferecida às criaturas para participarem
da Luz Universal onde todo o conhecimento e amor estão contidos no Ser Onipresente,
Onisciente e Presciente que é Deus.
Para melhor entendimento e
crítica aguçada desta obra “Tudo Tem Uma
Razão de Ser”, recomendo ao menos o estudo das cinco obras fundamentais da
codificação do Espiritismo e leitura dos dezesseis livros da série de André Luiz
psicografada por Francisco Cândido Xavier.