De todos os tesouros que a divina Providência te confiou, um deles é a
piedade (clemência, comiseração, compaixão, dó, indulgência, misericórdia, pena) que podes liberar como um rio de bênçãos das nascentes do coração.
Pensa nas lágrimas que já se passaram pela existência e nunca derrames
fel na trilha dos semelhantes. Para isso é necessário raciocines e te enterneça
(adoce,
afrouxe, amoleça, comova), entre a luz da compreensão e o apoio da caridade.
Compadecemo-nos (apiedar, comiserar, condoer, enternecer) facilmente dos irmãos tombados em necessidades materiais, cujos
padecimentos nos sacodem as fibras mais íntimas, mas é preciso igualmente nos
condoamos daqueles outros que se sentam diante da mesa farta arrasados de
angústia, em face das provações que lhes desabam na vida.
Bastas vezes,
perdemos lições e oportunidades preciosas para a aquisição de valores da
Espiritualidade maior, tão somente por fixar a observação na face exterior de
situações e pessoas.
O entendimento fraternal, no entanto, é clarão da alma penetrando vida e
sentimento em suas mais ignotas (ignoradas, desconhecidas) profundezas.
À vista disso, seja a quem for, abençoa e auxilia sempre.
Diante de quaisquer desequilíbrios ou entraves que te venham a
surpreender na estrada terrestre molha a tua palavra no bálsamo (lenitivo,
curativo) da compaixão, a fim de que te desincumbas
dignamente do bem que te cabe cumprir.
Procedamos assim, onde estivermos, na certeza de que, referindo-nos à
maioria de nós outros – os Espíritos endividados da Terra -, todas as vantagens
que estejamos desfrutando, à frente do próximo, não chegam até nós em função de
merecimento que absolutamente não possuímos ainda, mas simplesmente em razão da
Misericórdia de Deus.
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