Não esperes que o bem surja entre arroubos, a fim
de se anunciar.
Essa é a condição precípua (indispensável) do mal.
O mal tem a necessidade de arrebatar sempre e de se
fazer notar onde age.
Quando desponta, o faz em diversos lugares e em
muitos corações a um só tempo. Assola como calamidade e vem, de forma
convincente, dizer que está no domínio do mundo.
Neste ponto, devemos observar o que as mídias vendem. Quanto espaço é
ocupado para informar todos os tipos de infortúnios que ocorrem na Terra?
Aqueles cujos olhos não são bons, cuja alma está
descrente, cuja mente está vazia, cujas mãos repousam no prazer do ócio,
deixam-se levar por essa afirmação. Dizem que o bem os abandonou e nada fazem para
combater o mal.
Perguntam onde está Deus nos momentos em que o mal
se abate sobre a Terra.
Esquecem-se que Deus está dentro de cada um,
respeitando as escolhas que fazemos, mesmo que isso represente um caminho de
dor estabelecido em nossa caminhada.
O bem é sutil. Tão sutil que nos adentra, muitas
vezes, a alma, desanuviando as sombras que lá existem, sem que possamos
perceber.
Dissipa, pois, a investida do mal que te iria
estiolar (debilitar, enfraquecer), sem que nada sintas.
O bem sempre está onde, aparentemente, nada
acontece, pois sua tarefa é impedir o avanço do mal. (Deus age silenciosamente através de seus emissários).
Quantas vezes, seguindo o trajeto diário, por um
instante de aparente distração, ausentamo-nos da rota prevista e, sem nos darmos
conta, é o bem que atua silencioso, desviando-nos de um incidente, às vezes de
graves proporções. (Muitas vezes, as
consequências são minimizadas).
O bem é capaz de criar atrasos que, aparentemente,
inconvenientes, se transformam em verdadeiras bênçãos. (Quantas vezes já não ouvimos pessoas relatarem que perderam voos por
frações de segundo e salvaram-se de acidentes fatais).
Intervém silencioso nas conjunturas de nosso
organismo, erradicando vírus e bactérias antes que pudessem agir a nosso
prejuízo, sem que lhe experimentemos, nem sequer, os primeiros sintomas.
Na maioria das vezes, a inexistência do mal é a
própria ação do bem que nos passa despercebida.
(O bem age onde lhe dão acesso).
Que possamos fugir das praças da ostentação e do
orgulho, da inveja e do desamor onde o mal se anuncia vencedor.
Que possamos mergulhar na prece ao encontro do bem,
engrossando suas fileiras silenciosas, mas ativas.
Assim, mesmo que o mal tente se assenhorear de
nossos dias, que a convicção do bem não nos permita o desespero e nos
possibilite a certeza de que, de forma anônima e sutil, o bem permanece agindo
em nós, a todo instante.
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