Vivemos sempre no passado...
Mas como? Estou aqui e agora. Como é possível tal afirmação? Este que vos escreve está delirando? Com certeza não.
Quando
observamos o brilho de nossa estrela mais próxima, o Sol, estamos na realidade
vendo uma imagem de 8,3 minutos atrás, isto se não houver uma grande força
gravitacional distorcendo a região do espaço que nos abrange desviando a luz emitida
pelo astro. Considerando uma distância média de 150 milhões de quilômetros de
nossa Terra ao Sol, a luz percorre esta distância em aproximadamente 8,3
minutos. (150 x 10⁶
km ⁽*⁾ /
300.000 km/segundo ⁽**⁾ ≈
500 segundos ou 8,3 minutos). Imaginemos agora, por exemplo, as estrelas Alpha
Centauri a 4,367 anos-luz⁽***⁾ e
Sirius a 8,611 anos-luz de distância da Terra e chegamos facilmente a um
passado de 4,367 e 8,611 anos atrás, isto é, estas estrelas podem até não
estarem lá se algum cataclismo cósmico ocorreu.
Constata-se
hoje, a visão do passado. A Galáxia de Andrômeda, a galáxia espiral mais
próxima da Via Láctea está a 2.537.000 anos-luz da Terra, ou seja, estamos
observando uma imagem de galáxia muito, mas muito antiga. Para nós, simples
mortais, um tempo quase infinito. Por baixo umas 25.000 vidas consecutivas para
chegar até lá viajando na velocidade da luz.
Um
Universo tão vasto e nunca poderemos conhecê-lo de perto!
Bom,
pelo menos empiricamente há solução para esta questão. Quem já assistiu o
seriado "Star Trek" deve ter percebido uma tal de Velocidade de
Dobra que o Capitão Kirk, comandante da USS
Enterprise, ordena ao Tenente Sulu. Mas o que é isso? Do que se trata?
"No
universo ficcional de Star Trek, a
dobra espacial (ou warp drive em inglês) é uma forma de propulsão mais rápida
que a luz (Faster Than Light ou FTL). Geralmente, ela é representada como sendo
capaz de impulsionar uma espaçonave ou outros objetos a muitos múltiplos da
velocidade da luz, ao mesmo tempo que evita os problemas associados a dilatação
do tempo."
Descomplicando
a leitura, diríamos que, através de um dispositivo específico que teria a
propriedade de dobrar o espaço-tempo, unindo pontos extremamente distantes,
poderíamos viajar a uma velocidade de dobra, que teoricamente poderia variar de
1 a 9, sendo velocidade de dobra 10 = velocidade infinita.
Velocidade Warp
|
Vezes Velocidade da Luz
|
Km / h
|
1
|
1
|
1.079.252.848,8
|
2
|
10
|
10.792.528.488
|
3
|
39
|
42.120.000.000
|
4
|
102
|
110.160.000.000
|
5
|
214
|
231.120.000.000
|
6
|
392
|
423.360.000.000
|
7
|
656
|
708.480.000.000
|
8
|
1024
|
1.105.920.000.000
|
9
|
1516
|
1.637.280.000.000
|
Recalculando: Em quanto tempo chegaríamos a Sirius
em Dobra 9?
T (Sirius) = (8,611 anos-luz x 9,5 trilhões de km )
/ 1.637.280.000.000 km/h
T (Sirius) = 49,95 horas da Terra.
Chegaríamos em pouco mais de dois dias de viagem.
Quanto maior a velocidade de dobra maior o consumo
de energia para mantê-la, portanto, Warp 10 seria inalcançável, uma vez que, o
consumo de energia também seria infinito.
Em velocidade infinita estaríamos em todos os
lugares do Universo conhecido ao mesmo tempo, desaparecendo a figura do
espaço-tempo e tudo seria o aqui e agora, nem futuro, nem passado, somente o
presente!
No Universo há uma diversidade de existências e
todas as conjecturas aqui dispostas consideram o transporte de corpos físicos
terráqueos como os conhecemos. Para corpos etéreos, nas suas diversas gradações
de sutileza, as leis que os regem nos levarão a resultados surpreendentes e
inimagináveis.
Pensemos nisso...
(*)
- Distância média da Terra ao Sol = 149,6 milhões de quilômetros.
(**)
- Velocidade da luz no vácuo = 299.792.458 metros por segundo.
(***) - Ano-luz = distância
percorrida pela luz, no vácuo, em um ano ≈ 9,5 trilhões de quilômetros.
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