quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Passado.



                                                                          
Vivemos sempre no passado...
Mas como? Estou aqui e agora. Como é possível tal afirmação? Este que vos escreve está delirando?  Com certeza não.


Quando observamos o brilho de nossa estrela mais próxima, o Sol, estamos na realidade vendo uma imagem de 8,3 minutos atrás, isto se não houver uma grande força gravitacional distorcendo a região do espaço que nos abrange desviando a luz emitida pelo astro. Considerando uma distância média de 150 milhões de quilômetros de nossa Terra ao Sol, a luz percorre esta distância em aproximadamente 8,3 minutos. (150 x 10 km * / 300.000 km/segundo ** ≈ 500 segundos ou 8,3 minutos). Imaginemos agora, por exemplo, as estrelas Alpha Centauri a 4,367 anos-luz*** e Sirius a 8,611 anos-luz de distância da Terra e chegamos facilmente a um passado de 4,367 e 8,611 anos atrás, isto é, estas estrelas podem até não estarem lá se algum cataclismo cósmico ocorreu.

Constata-se hoje, a visão do passado. A Galáxia de Andrômeda, a galáxia espiral mais próxima da Via Láctea está a 2.537.000 anos-luz da Terra, ou seja, estamos observando uma imagem de galáxia muito, mas muito antiga. Para nós, simples mortais, um tempo quase infinito. Por baixo umas 25.000 vidas consecutivas para chegar até lá viajando na velocidade da luz.

Um Universo tão vasto e nunca poderemos conhecê-lo de perto!

Bom, pelo menos empiricamente há solução para esta questão. Quem já assistiu o seriado "Star Trek" deve ter percebido uma tal de Velocidade de Dobra que o Capitão Kirk, comandante da USS Enterprise, ordena ao Tenente Sulu. Mas o que é isso? Do que se trata?

"No universo ficcional de Star Trek, a dobra espacial (ou warp drive em inglês) é uma forma de propulsão mais rápida que a luz (Faster Than Light ou FTL). Geralmente, ela é representada como sendo capaz de impulsionar uma espaçonave ou outros objetos a muitos múltiplos da velocidade da luz, ao mesmo tempo que evita os problemas associados a dilatação do tempo."

Descomplicando a leitura, diríamos que, através de um dispositivo específico que teria a propriedade de dobrar o espaço-tempo, unindo pontos extremamente distantes, poderíamos viajar a uma velocidade de dobra, que teoricamente poderia variar de 1 a 9, sendo velocidade de dobra 10 = velocidade infinita.

Velocidade Warp
Vezes Velocidade da Luz
Km / h
1
1
1.079.252.848,8
2
10
10.792.528.488
3
39
42.120.000.000
4
102
110.160.000.000
5
214
231.120.000.000
6
392
423.360.000.000
7
656
708.480.000.000
8
1024
1.105.920.000.000
9
1516
1.637.280.000.000

Recalculando: Em quanto tempo chegaríamos a Sirius em Dobra 9?

T (Sirius) = (8,611 anos-luz x 9,5 trilhões de km ) / 1.637.280.000.000 km/h
T (Sirius) = 49,95 horas da Terra.

Chegaríamos em pouco mais de dois dias de viagem.

Quanto maior a velocidade de dobra maior o consumo de energia para mantê-la, portanto, Warp 10 seria inalcançável, uma vez que, o consumo de energia também seria infinito.

Em velocidade infinita estaríamos em todos os lugares do Universo conhecido ao mesmo tempo, desaparecendo a figura do espaço-tempo e tudo seria o aqui e agora, nem futuro, nem passado, somente o presente!

No Universo há uma diversidade de existências e todas as conjecturas aqui dispostas consideram o transporte de corpos físicos terráqueos como os conhecemos. Para corpos etéreos, nas suas diversas gradações de sutileza, as leis que os regem nos levarão a resultados surpreendentes e inimagináveis.

Pensemos nisso...   


(*) - Distância média da Terra ao Sol = 149,6 milhões de quilômetros.
(**) - Velocidade da luz no vácuo =  299.792.458 metros por segundo.
(***) - Ano-luz = distância percorrida pela luz, no vácuo, em um ano 9,5 trilhões de quilômetros.




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