terça-feira, 5 de setembro de 2017

O Homem & Deus.


Sinceramente, gostaria de entender, dentro das possibilidades de que sou portador, o porquê de Deus ter criado o homem e tudo mais. Não sendo o próprio Deus, não visualizo conscientemente uma brecha que me proporcione responder a esta questão cáustica sem que fosse necessário responder a tantas outras que consequentemente surgiriam no decorrer do "brainstorm" a que estaria submetido. Diz-se que para que participasse de sua criação, entretanto, quem afirma tal intenção senão o próprio homem cercado pela idolatria que lhe é pertinente? Victor Hugo escreve que "Cada homem é um livro que o próprio Deus escreve". Se Deus escreve, porque somos tão falíveis e incoerentes? Onde a caneta de Deus deixou de sulcar as linhas do papel e o homem demandou? Percorremos séculos e séculos de pensamentos, invenções e criações, uma após outra, e ainda teimamos em afirmar que há um objetivo primordial para a criação dos seres em geral e principalmente aquele que é portador de uma inteligência superior que lhe confere a capacidade de reconhecer a si mesmo. Mero acaso ou um determinismo asseverado pelos dogmas e afirmações religiosas que por si só não confere credibilidade às suas próprias afirmações? Há muito tempo reconhecemos que não somos de modo algum algo fora do comum e tempestivo. Somos o geral, estamos inseridos num todo muito maior e abrangente, onde nossa consciência ainda não alcança. Carregamos conosco um temor quase doentio de que um dia tudo acabe e nada mais reste para expressar a odisseia dos humanos nos planetas fartamente habitados e distribuídos por todo o Universo observável. A questão fundamental é aquela que expressa a existência eterna do Criador que sobrevive a tudo e a todos, sem distinção. O homem, este ser dotado de capacidade cognitiva, que em outros mundos necessariamente terá outra denominação, não sobrevive sem Deus, já o inverso, é uma verdade incontestável. Quantas descobertas e modos de observar a esta criação ainda serão apresentados? Quantas formas e estruturas ainda serão descortinadas e trarão certamente surpresas e suspiros? Um dia ainda perguntaremos como pudemos sobreviver aos nossos pensamentos tão destrutivos e corrosivos em relação ao convívio harmonioso de que poderíamos desfrutar? Quanto tempo perdemos com mesquinharias baratas e intrigas bisonhas? Com certeza ainda permanecemos estacionados no degrau inferior da Consciência e da Ética Cósmica. Como o homem se vê? Em que contexto se insere neste universo estranho e confuso? Por enquanto somos unidades de carbono intencionando descartar as imperfeições e assumir uma outra estrutura inteiramente nova e desconhecida em seus princípios criativos, dotadas de capacidades totalmente inimagináveis, podendo, talvez, viajar nos próprios pensamentos e aspirações. Um mundo totalmente novo onde os princípios físicos, químicos, matemáticos, e todo o conhecimento adquirido nesta dimensão seja descartado ou mesmo elementar e insipiente. Neste vai-e-vem de dúvidas e questionamentos, por enquanto fiquemos com Leon Tolstoi: "Aquilo que foi e que será, e até mesmo aquilo que é, não somos capazes de saber, mas quanto àquilo que devemos fazer, não apenas somos capazes de saber, como também o sabemos sempre, e somente isso nos é necessário."


Pensemos nisso...



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