quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Sabedoria dos Povos Nativos


"Procure a si mesmo, por si mesmo. Não permita que outros façam o seu caminho. É a sua estrada, somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você."

Uma pergunta bastante significativa a mim mesmo é o por quê de Deus nos submeter a provações? Por que as pessoas têm problemas e deficiências? Não poucas vezes surge o assunto em minha mente e não há realidade que me leve a uma conclusão absoluta a respeito. Pelo menos até o momento. Naturalmente, nada é estático no Universo e talvez por lapso de tempo possa ter um "insight" e como que por milagre, tenha uma grande luz sobre meus pensamentos e possa chegar a uma conclusão convincente. Por ora fico conjecturando hipóteses e nada de sínteses. Sim, há explicações colocadas ao público pelas escolas religiosas, e muitas, contradizendo umas às outras e, não por acaso, digladiando sobre princípios estéreis e infundados. A verdade é que não conhecemos a verdade. Tudo é relativo. O princípio da vida é uma incógnita e por mais que queiramos nada concluímos.

Uma vez conscientes, o que por si só já é algo maravilhoso, é envergar o escudo da coragem e nos colocar em movimento e realizarmos o melhor de nós onde estivermos, enquanto é tempo. Neste ponto muito interessante observar o primeiro parágrafo da lição em foco: "Procure a si mesmo, por si mesmo" - Notem que não há menção a crenças, mitos, estudos, religiões, dogmas ou qualquer outro aspecto que influencie suas afirmações, tampouco sua fé. Descobrir-se a si mesmo, é o que prepondera. Nada de misticismos. Nada de mágico. Tome você por você e não tenha receio do próximo segundo.

Prosseguindo: "Não permita que outros façam o seu caminho." - Neste mundo muitos querem vender facilidades. Muitos querem fazer nossas cabeças, principalmente de princípios, muitas vezes duvidosos e incoerentes. Propagandas, anúncios, filmes, tudo no intuito de nos levar onde querem, desviando-nos do nosso caminho. E pergunto: Quem autorizou a esses tantos perpetrar verdadeira lavagem cerebral nos indivíduos? Lembram da frase: "A propaganda é a alma do negócio!" E é mesmo, aos desavisados e pouco afeitos ao raciocínio e à vigilância. "Falsos Profetas" dizia Cristo.

"É a sua estrada, somente sua." - Já imaginaram se não houvessem estradas para que pudéssemos caminhar e nos locomover e cada um tivesse que fazer a sua? Faríamos exatamente da forma que gostaríamos! Pensemos nisso. Não importa se de terra, de pedregulhos, de morro acima ou de morro abaixo. Faríamos a nossa estrada. Do nosso gosto. É isso que nos exorta este trecho. Esqueçamos o que foi feito por alguém e façamos o que nos importa. Quem vai caminhar sou eu e devo estruturar o caminho da forma que me convém. E nada mais.

"Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você." - Sim, há pessoas que compartilham dos mesmos anseios e princípios que você. Isto é normal em uma sociedade de múltiplos indivíduos e, naturalmente, muitas pessoas sentirão o desejo de caminhar com você. Deixe-as caminhar e não se intimide pelas opiniões e conceitos que não são os seus. Escute e silencie. Aproveite o que é de seu consenso.

O propósito é o princípio de tudo. Estejamos atentos às artimanhas e armadilhas colocadas em nosso caminho. Temos o discernimento e o livre-arbítrio para seguir o que quer que seja. No entanto, também temos a força de vontade e a fé, como fatores determinantes na construção da estrada onde desejamos colocar nossas sandálias. Pode parecer até estranho mas é possível repavimentar caminhos já percorridos com as nossas cores e perfumes. Esta é a Lei do Progresso em movimento.

O mais importante é trabalhar para fortalecer nosso espírito imortal, agregando sabedoria de vida a ele, para que possamos nos tornar cidadãos competentes, únicos e independentes.

O resto é pura ilusão...



sábado, 14 de janeiro de 2017

Faça a diferença.

As pessoas estão se sentindo impotentes diante de tantos episódios dantescos estampados na mídia moderna. Devemos compreender que esse tipo de notícia vende. Vende muito e é só o que interessa. Não há pudor nas reportagens. Não há ética e tampouco civilidade. O que mais chama a atenção é a quantidade de indivíduos que pensam ter o domínio da verdade e alardeiam seus "conhecimentos" como a mais pura verdade, quando não passam de usurpadores da ignorância e da fé alheia. Seja pastor de qualquer igreja. Seja jornalista de qualquer jornal. Seja político de qualquer partido. Seja fiel de qualquer religião. E não é só isso. Há uma quantidade imensa de outras pessoas que os seguem e comentam sobre o que não conhecem. Tenho percebido que assim como as notícias ruins chamam a atenção, comentários desairosos e preconceituosos ganham notoriedade parecendo que a humanidade perdeu o senso comum. Perdeu a capacidade de raciocínio. Perdeu a capacidade de compreender e analisar os fatos sem tomar em conta suas próprias deficiências. "Eu estou certo e todos os outros errados!" Este é o mote. Não quero dizer com isso que não devamos acompanhar certas personalidades e coisas que nos agradam. É muito natural que possamos expressar nossas tendências e carências. Mas até certo ponto. Passou do ponto já é caso da psicologia ou psiquiatria. Um descarrego também vai bem! O importante é saber se situar dentro dessa parafernália digital que nos entulham de informações o tempo todo, aporrinhando nosso cérebro com notícias nem sempre verdadeiras. Isso cansa. Isso estressa. Isso nos torna escravos de uma mídia "marrom" que vende o que for pelo preço combinado. E nós somos as cobaias do consumo desnecessário.

Voltando ao assunto do topo, todos nós podemos fazer a diferença para alguém! Não creio que seres inteligentes não possam de alguma forma aliviar essa carga excessiva que o homem atual leva consigo. Lembro que instituí em nosso local de trabalho há alguns anos uma rotina de leitura e interpretação de trechos de livros de elevado teor ético toda segunda feira antes do início das nossas atividades como uma forma de relaxamento no intuito de criar um ambiente favorável de relacionamento e elevar nossa autoestima. Dez minutos, no máximo, todas as segundas-feiras. Passado algum tempo, o grupo se dispersou, cada um de nós seguiu um caminho diferenciado mas, no entanto, as lembranças ficaram e muito tempo depois um dos participantes entrou em contato, externando a alegria de ter participado daquele grupo e o bem que aquilo fizera a ele num momento de dificuldade e que não sabíamos. Vejam que algo tão simples faz uma diferença enorme na vida das pessoas.

Portanto uma pequena gentileza, um pequeno favor, um pouco do seu tempo dispensada ao outro, uma palavra de consolo, um abraço fraterno pode parecer para quem oferece muito pouco mas para quem recebe faz uma diferença incrível!

Nesse ponto lembro-me da parábola da Estrela do Mar... (Autor Desconhecido)

"Era uma vez um escritor, que morava numa praia tranquila, junto a uma colônia de pescadores.

Todas as manhãs ele passeava à beira-mar para se inspirar e, à tarde, colocava-se a escrever.

Um dia, enquanto caminhava pela praia, viu a silhueta de alguém que parecia dançar.

Quando chegou mais perto, observou um jovem pegando as estrelas-do-mar da areia, uma a uma, jogando-as de volta ao oceano.

- Por quê você está fazendo isto? -, perguntou-lhe o escritor.

- Você não vê? -, respondeu o jovem. - A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas vão secar ao sol e morrer se ficarem aqui na praia.

- Mas meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pelas suas areias. Você joga umas poucas de volta ao mar. Que diferença faz?

A maioria vai perecer de qualquer maneira...

O jovem pegou mais uma estrela na areia, atirando-a de volta ao mar. Depois olhou para o escritor e lhe disse:

- Para essa, eu fiz a diferença!

Naquela tarde, o escritor não conseguiu escrever. Quando a noite caiu, também não conseguiu dormir.

Na manhã seguinte, o escritor voltou à praia e junto com o jovem começou a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano."


Melhore o mundo. Faça a diferença!



terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Allan Kardec e os Druidas - Parte 3 - Considerações Finais e Conclusão.


A palavra druida significa "muito sábio". Os antigos tinham ouvido falar deles desde o século IV A.C. e tinham profundo respeito por seus conhecimentos e sabedoria.

A síntese dos druidas se ergue do fundo das eras como um dos mais altos cimos que o pensamento filosófico já pôde atingir. Embora ensinada secretamente, traduzia-se com toda a nitidez nos conceitos e ações dos iniciados gauleses, e sobretudo nos cantos dos bardos, provocando nos autores gregos e latinos sentimentos de admiração e respeito.¹

O Druidismo, como todas as grandes doutrinas, tinha duas faces, dois aspectos. Um externo, feito de figuras, imagens e símbolos. Era a religião popular, ao alcance do povo. A outra, profunda e oculta, era a doutrina que revelava as grandes verdades a as leis maiores, reservada àqueles a quem o grau evolutivo tornava capazes de compreendê-las e apreciar-lhes a beleza. Por aí, essa doutrina se relaciona com as outras grandes revelações, budista e cristã, todas provindas, em sua essência, de uma mesma fonte, única e grandiosa. Nos países celtas , ela não era transcrita na língua comum, o que significaria entregá-la a qualquer um; entretanto, os druidas possuíam uma escrita simbólica vegetal, chamada escrita oghan ou ogham, e a utilizavam, porém só os iniciados lhe possuíam as chaves.¹






O ensinamento era basicamente oral, transmitido de boca a boca sob a forma de estrofes, em inúmeros versos, que foram mais tarde divulgados pelos bardos, que eram iniciados.¹

Na época em que as Triades passaram a ser escritas, o cristianismo já havia penetrado na Gália. É possível, como supõem alguns críticos, que isso tenha influído sobre a redação delas, nalguns pontos. No conjunto, essa obra-prima conserva sua poderosa originalidade, sobretudo na visão que oferece da ascensão da alma desde o fundo do abismo, annoufn, até as alturas sublimes de gwynfyd. O cristianismo silenciou a respeito da evolução dos seres inferiores e tudo que diz respeito à vida em todos os níveis abaixo do humano, e isso constitui uma lacuna considerável na explicação das leis da vida. ¹

Lógica Trinária

Muitos daqueles que estudaram os Celtas, Gaélicos ou outros, perceberam que entre eles havia outra forma de lógica. O que era esta lógica, só agora estamos começando a especular. Nós costumamos ver as coisas em termos de sim ou não: mesmo “talvez” tem a conotação implícita de que eventualmente o “sim” ou o “não” se aplicará ao caso. No entanto, nas Tríades, vemos o que parece ser um método onde é dado um exemplo, depois outro, depois um terceiro que parece ser o ponto-chave da questão.²

Observando algumas Triades e a semelhança de conceitos:

- Três coisas que mais beneficiam uma pessoa: pobreza, doença, e filhos; pois por meio deles se pode aprender muito que não seria conhecido de outro modo.

- Três coisas necessárias aos que cometeram erros: reconhecer seu erro, buscar a justiça, e oferecer reparação.

- Três raízes de todos os males: cobiça, falsidade, e arrogância.

De acordo com as Triades, existem três fases ou níveis de existência: em Annoufn, ou nível da necessidade, o ser começa nas formas mais rudimentares. Em Abred, ele evolui de vida em vida no seio das humanidades e adquiri a consciência e o livre-arbítrio. Enfim, em Gwynfyd ele goza da plenitude da existência e de todos os seus atributos, liberto das formas físicas e da morte. Eleva-se à mais alta perfeição e atinge o plano da felicidade.¹

A ideia básica do druidismo é a ideia de um Deus, único, eterno, infinito. A primeira Triade o expressa formalmente, e a noção de Deus se desenvolve nas seguintes:

1ª - Há três unidades primitivas, e de cada qual só pode haver uma única: um Deus, uma verdade; um ponto de liberdade, isto é, o ponto onde se encontra o equilíbrio de toda oposição.

2ª - Três coisas procedem de três unidades primitivas primordiais: toda a vida, todo o bem e todo o poder.

3ª - Deus é necessariamente três coisas, a saber: a parte maior da vida, a parte maior do conhecimento e a parte maior do poder.

4ª - Três coisas que Deus não pode deixar de ser: o que deve constituir o perfeito bem, o que deve querer o perfeito bem, o que deve realizar o perfeito bem.

5ª - Três garantias do que Deus fez e fará: seu poder infinito, sua sabedoria infinita e seu amor infinito, pois não há nada que não possa ser feito, que não possa se tornar real e que não possa ser determinada por esses atributos.

Tomando o Livro dos Espíritos (Kardec) vamos encontrar:

O que é Deus?

1 - Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.

E nos Atributos da Divindade:

13 - Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso e soberanamente justo e bom.

Incontestável a realidade de que Kardec encontrou campo fértil em terras francesas para florescimento do Espiritismo, de forma semelhante ao florescimento do Cristianismo que encontrou campo fértil nas terras da Palestina.

E por fim constatamos que há uma essência pura imutável que rege todo o progresso e evolução da criação Divina, independente do tempo e do espaço, dos fluidos pesados ou sutis, da matéria ou da anti-matéria, das sombras ou da Luz. Tudo tem um início e um fim na Sabedoria Eterna, no Amor Eterno, no Justo e no Bom.

(1) - León Denis - O Gênio Celta e o Mundo Invisível.
(2) -  Uma Coleção de Tríades, Leis, Costumes e Sabedoria Tradicional do Povo Celta Pré-Cristão do que é hoje Escócia, Irlanda e Gales - John F. Wright.





segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Transformação.


Pessoas estão externando demasiada preocupação com a situação do Brasil e do Mundo como se não houvesse solução para esta crise de identidade do ser humano. É verdade que transformações estão ocorrendo em uma velocidade que não estamos acostumados a conviver, no entanto, os sinais já foram amplamente divulgados e nós preocupados com nossos afazeres e problemas diários não nos atentamos para essas transformações que aos poucos foram acelerando o processo de renovação do mundo. Não nos cabe julgar se a humanidade tomou caminhos equivocados e impróprios, que certamente vistos do céu, poderiam, alguns deles, ser evitados.

O que se pode dizer é que as transformações são o resultado de paradigmas altamente nocivos à convivência pacífica e democrática desta sociedade que não reflete sobre as consequências de um consumo material acima da capacidade de regeneração da ecologia planetária.

Obviamente, terão aqueles que defendem os processos atuais de extinção dos recursos naturais como um caminho legítimo e racional e que o homem de posse dos conhecimentos científicos irá descortinar uma janela de salvação e recuperação dos estragos já provocados por esse assalto contínuo aos recursos limitados do planeta Terra.

Não é demais lembrar que a corrida para explorar outros globos está em plena atividade e podemos vislumbrar que alguma coisa não está caminhando como deveria. É viver para comprovar!

Qual a origem da crise senão a hipocrisia dos costumes e da ética?

Não só a materialidade está em crise. Muito mais as propensões e os sentimentos do homem. Mas, inclusive nesse caso, é necessário que a transformação chegue e resolva uma questão delicada para a existência do homem. É sua capacidade de discernir entre a manutenção dissimulada de um conjunto de ações altamente ilusórias e sua verdadeira opção pela sobrevivência estruturada em conceitos mais profundos e sustentáveis no aspecto de ser criado para vencer suas próprias deficiências num processo constante de aprendizagem e elevação.

Não há mais espaço para conversas e tergiversações em qualquer dos dois aspectos. As mudanças estão às nossas portas e é preciso entender que se trata de um amadurecimento e de uma renovação, um método natural do Universo para restabelecimento da ordem e do progresso. O homem no seu egocentrismo e orgulho pensa ser o progenitor da vida, ainda nos dias de hoje, apesar de todo o ensinamento e história deixados pelos que nos antecederam.

É tempo de renovação e a humanidade irá progredir sentindo as dores do parto, não em um dilúvio e sim na simplicidade. Óbvio que o formato vigente é agressivo e antidemocrático demandando urgentes alterações com ou sem a intervenção do homem.


Pensemos nisso...


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Fábula da Convivência

Há milhões de anos, durante uma era glacial, quando parte de nosso planeta esteve coberto por grandes camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram  indefesos por não se adaptarem às condições severas a que estavam submetidos.

Nesse ambiente, uma grande quantidade de porcos-espinhos, numa tentativa de se protegerem e sobreviverem começaram a se unir, aproximando-se, juntando-se mais e mais.

Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam uns aos outros, aqueciam-se mutuamente, enfrentando por mais tempo aquele frio rigoroso.

Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte e, afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes.

Esse espinhos doíam muito...causavam desconforto...aflição...

Mas essa não foi a melhor solução! Afastados, separados, logo começaram a morrer de frio, congelados.

Os que não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito, com cuidado, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem magoar, sem causar danos e dores uns aos outros.Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.


É fácil trocar palavras, difícil é interpretar o silêncio!

É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar!

É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!

É fácil apertar as mãos, difícil é reter o calor!

É fácil conviver com pessoas, difícil é formar uma família!