terça-feira, 14 de abril de 2015

Perda de tempo na vida...

Ao nos percebermos na iminência de concluir uma etapa, de encerrar um período da vida, é natural que necessitemos de momentos para reflexões e análises.
Ao final de nossos ciclos, seja de um ano, seja depois de um período em uma empresa, ou ao nos mudarmos de cidade, quase inevitável refletir sobre o período que se encerra e analisar as perspectivas futuras.
Assim também ocorre quando percebemos chegar ao fim o ciclo da existência física.
Múltiplos são os relatos de experiências de profissionais que trabalham com pacientes terminais e o arrependimento mais comumente citado por estes pacientes é não ter tido coragem de expressar seus sentimentos.
Em uma breve análise de como nos relacionamos com nossos afetos, percebemos como isso é uma verdade marcante.
De modo geral, nos deixamos levar por falsas necessidades externas e acabamos esquecendo de escutar nosso coração, nossas necessidades internas.
Freqüentemente, nos preocupamos com nossa posição, nossa imagem perante os outros e a sociedade, permitindo-nos guiar pelo orgulho, que acaba ditando o nosso proceder, e calamos nossos sentimentos.
De outras vezes, nos embaraçamos com sentimentos menores, brigas e desentendimentos corriqueiros.
E fazemos isso de tal forma que concedemos importância e valor a esses pormenores, em detrimento do que efetivamente pulsa em nosso coração.
Como resultado, passamos nossa vida a valorizar sentimentos que, efetivamente, não são os mais significativos.
Quanto tempo gastamos na semana para discutir e reclamar com nossos filhos ou para pequenas brigas domésticas?
Porém quanto desse tempo é dedicado para lhes dizer como eles são importantes para nós?
Qual a freqüência com que nos pegamos criticando e analisando o comportamento, a ação de um amigo, de um ente querido?
Em contrapartida, quanto do nosso tempo investimos para lhes dizer como eles preenchem nossa emoção e nossos dias?
Quantas de nossas amizades se desfazem por uma conversa que não aconteceu, uma pergunta que não foi feita, um esclarecimento que não buscamos?
E quase sempre, isso ocorre porque nos deixamos levar pelo orgulho ou pela presunção, que dispomos em grande dose, e não agimos como nosso sentimento desejaria.
Com essas atitudes, ao longo dos anos, pouco daquilo que vive em nosso coração passa pelos nossos lábios.
Agindo assim é natural que, chegado o momento de concluir a existência, tenhamos profundo arrependimento de não ter dado vazão aos verdadeiros sentimentos.
Por isso, enquanto é tempo, pensemos o quanto conduzimos aos nossos lábios aquilo que efetivamente mora em nosso coração.
Utilizemos nosso tempo para buscar a reconciliação e o entendimento após a discussão, pequena ou de grandes proporções.
Não nos permitamos encerrar o dia em crise com nossas amizades, com nossos amores.
Logo mais, a vida, transitória, passageira, nos irá conduzir a outras paragens.
Pensemos nisso.


Texto modificado de a Redação do Momento Espírita.
Em 11.4.2015
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