Quantas
e quantas vezes não somos convidados a doar um pedacinho de nós e nos recusamos
por falta de discernimento e mesmo por falta de desapego.
Talvez
até por excesso de zelo.
Somos
tão apegados ao “eu” que esquecemos que vivemos em um mundo limitado, fechado e
que as pessoas ao lado fazem insistentemente parte de nossas vidas.
Particularidade
muito forte do ser humano, o apego, chega a camuflar o que realmente somos e
sentimos. É uma barreira ao amadurecimento.
Por
vezes, é doloroso perceber que podemos nos desfazer de certas crenças e alguns
mitos e nada perdemos. Uma derrota para nosso egocentrismo pífio e descolorido.
Mas até lá, preservamos nossa alma como se
fossemos submergir no próximo instante.
Mais
que isso, quando nos dispomos a nos dividir chegamos a escolher minuciosa e
detalhadamente de qual fragmento vamos nos desfazer.
Na
impossibilidade de prever o futuro, nos tornamos pegajosos e insuportáveis.
Viver
para o mundo sentindo a presença do “Sublime” é decorrência do esforço daqueles
que já superaram seu próprio ego e passaram a conviver pacificamente com suas
dúvidas e equívocos.
Deveríamos
sim, alicerçados pela fé, cuidar para que pudéssemos ser mais humanos e menos
instinto.
Dedicar
alguns momentos de nossas vidas para reflexão das tendências asfixiantes do próprio
espírito, com certeza, trará alegria de viver e luz no caminho e, assim quem
sabe, aprendamos a nos dividir e doar pedacinhos de nós mesmos sem sustos e
surpresas.
Pensemos
nisso.