quarta-feira, 18 de março de 2015

Homem

Caminhava a ermo entre aqueles destroços humanos.

Não identificava sequer uma chama de esperança naqueles corações flagelados pela dor e desesperança.

Há quanto tempo trafegava nessas condições de semi-vida.

Muitas situações havia presenciado que até para seus padrões morais pouco desenvolvidos se apresentavam grotescas e violentas.

Onde procurar o termo dessa existência de dor e sofrimento?

Onde encontrar a porta da esperança que daria uma saída para sua situação de penúria e martírio?

Aquelas pequenas partículas de líquido acinzentado que lhe caía na face era um alívio ao escaldante redemoinho de insatisfações e desespero.

Acorda filho meu! Acorda...

Uma voz feminina distante tentava fazer com que a mente desequilibrada do jovem tomasse posse de seus pensamentos.

O acidente foi inesperado e a irresponsabilidade não pode ser agraciada pela providência.

Somos herdeiros de nossa semeadura. Somos herdeiros de nós mesmos.

Muito tempo ainda se passou em nosso padrão terrestre para que alguma recuperação de consciência pudesse ser observada junto àquele perispírito danificado pela desintegração dos centros nervosos.

A cada um segundo suas preferências.

Ainda neste momento é preciso buscar o equilíbrio das forças materiais e espirituais a fim de que nessa encarnação possamos obter o caminho salutar da renovação dos instintos e das propensões inferiores.

Claro é que o jovem se recuperou e por novos caminhos encontrou sua paz. Mas a que custo?

Cuidemos de nossos anseios e desejos.

O pensamento cria, constrói e destrói, alivia e penaliza, ama e odeia.


Boa noite e bons sonhos...



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