sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Lição do Perdão

O que você faria se, de repente, por uma circunstância qualquer, você tivesse em suas mãos a possibilidade de decidir a respeito do destino de uma pessoa que muito lhe prejudicou?

 Alguém que estendeu o manto da calúnia e destruiu o seu bom nome perante os amigos? Alguém que usurpou, com métodos desonestos, a sua empresa, fruto de seu labor de tantos anos?

 Alguém que tenha ferido brutalmente a um membro da sua família?

 Será que você lembraria a lição do perdão, ensinada por Jesus? Será que viriam à sua mente as palavras do Mestre Galileu: "bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia?"

 Recordaria a exortação a respeito de nos reconciliarmos ainda hoje com nosso adversário?

 A propósito, conta-se que um escravo tornou-se de grande valor para o seu senhor, por causa da sua honradez e bom comportamento.

 Desta forma, seu senhor o elevou a uma posição de importância, na qualidade de administrador de suas fazendas.

 Numa ocasião, o senhor desejou comprar mais vinte escravos e mandou que o novo administrador os escolhesse. Disse, contudo, que queria os mais fortes e os que trabalhassem melhor.

 O escravo foi ao mercado e começou a sua busca. Em certo momento, fixou a vista num velho escravo. Apontando-o para o seu senhor, disse-lhe que aquele devia ser um dos escolhidos.

 O fazendeiro ficou surpreendido com a escolha e não queria concordar. O negociante de escravos acabou por dizer que se o fazendeiro comprasse vinte homens, ele daria o velho de graça.

 Feita a compra, os escravos foram levados para as fazendas do seu novo senhor.

 O escravo administrador passou a tratar o velho com maior cuidado e atenção, do que tratava qualquer um dos outros.

 Levou-o para sua casa. Dava-lhe da sua comida. Quando tinha frio, levava-o para o sol. Quando tinha calor, colocava-o debaixo das árvores de cacau, à sombra.

 Admirado com as atenções que o seu antigo escravo dispensava ao velho escravo, seu senhor lhe perguntou por que fazia isso.

 Decerto deveria ter algum motivo especial: é teu parente, talvez teu pai?

A resposta foi negativa.

É então teu irmão mais velho?

Também não, respondeu o escravo.

Então é teu tio ou outro parente.

Não tenho parentesco algum com ele. Nem mesmo é meu amigo.

Então, perguntou o fazendeiro, por que motivo tens tanto interesse por ele?

Ele é meu inimigo, senhor. Vendeu-me a um negociante e foi assim que me tornei escravo.

 Mas eu aprendi nos ensinamentos de Jesus que devemos perdoar os nossos inimigos. Esta é a minha oportunidade de exercitar meu aprendizado.

O perdão acalma e abençoa o seu doador.

Maior é a felicidade de quem expressa o perdão. O perdoado é alguém em processo de recuperação. No entanto, aquele que lhe dispensa o esquecimento do mal, já alcançou as alturas do bem e da solidariedade.

 Quando se entenda que perdoar é conquistar enobrecimento, o homem se fará forte pelas concessões de amor e compreensão que seja capaz de distribuir.


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