terça-feira, 19 de março de 2013
Aruanda - Estudo 17 - Capítulo 10 - Goécia - Parte 1
O Goécia,
ou Goétia, é um dos cinco
livros principais do Legemeton, ou seja, as Chaves de Salomão
"O Mago".
'Goécia do bárbaro: "Arte gritada", devido aos antigos
evocadores, que tinham de gritar os nomes sagrados durante os rituais. O
sistema tem como base a invocação de 72 entidades que são arquétipos da
subconsciência do magista e que devem ser trazidos à tona para que seja feita a
absorção e equilíbrio destas forças ocultas e sombrias de sua psique.
Muito confundida com magia negra por parte de magistas que não praticam
o sistema salomônico, isto se deve ao fato do pouco ou nenhum conhecimento dos
demais livros e do sistema que submete o aspirante a rigorosos treinamentos
anteriores para que ele não sucumba aos desejos materias e carnais. As
entidades encontradas nos livros foram através do cristianismo denominadas
demônios, o que não é verdadeiro se comparado ao ponto de vista histórico, onde
as entidades foram deuses cultuados no passado por diversas culturas.
O Goécia é uma chave de libertação do magista de seus aspectos sombrios
recalcados em sua psique, que cedo ou tarde tendem a aflorar se não forem
trabalhados. A tradução do exemplar para o inglês se deu através de Macgregor
Mathers e Crowley, o que tornou mais acessível aos outros magistas as práticas
e o entendimento do sistema.
sábado, 16 de março de 2013
Especial – Exemplo de Trabalho de Exu / Guardião
Carlos se dirige a um
Centro de Umbanda aconselhado por um amigo, pois a sua vida está bastante
complicada. Sua mãe vive doente, já tendo ido a diversos médicos sem sucesso na
cura. O seu pai foi demitido da empresa que trabalhava há mais de 25 anos e
vive deprimido e chorando pelos cantos. Ele mesmo desempregado há três anos, vê
o seu filho adoecer sem condições de comprar os medicamentos. A sua esposa,
única ainda empregada, apresenta sérios indícios de fadiga mental e física.
Ao chegar ao centro
lhe informam que é dia de consulta com Preto Velho. O seu amigo Cláudio, vai
explicando a rotina da casa e como ele deve agir e pedir na hora da consulta.
Chega finalmente a sua
vez de se consultar, o seu pensamento está coberto de dúvidas, achando que
estava chegando ao fundo do poço ao se dirigir a um terreiro de “macumba”,
falar com uma pessoa que nunca viu antes na vida e abrir o seu coração, suas
dúvidas e temores.
Num primeiro momento
acha graça da posição do médium todo curvado e do jeito de falar, não consegue
se aquietar, mas o Preto Velho vai aos pouquinhos ministrando alguns passes e
por fim Carlos começa a se abrir.
O Preto Velho a tudo
ouve, manifestando de tempos em tempos palavras encorajadoras para o aflito
Carlos. Carlos não entende o porquê, mas enquanto ele fala, o Preto Velho vai
estalando os dedos em volta dele, olha discretamente para o copo d’água ao lado
da vela, joga para cima a fumaça de seu cachimbo, e assim vai firmando e passando
as informações para os guardiões que pertencem a egrégora da Casa, que através
dos Exus de trabalho partem com a velocidade do pensamento para a casa de Carlos.
Em dado momento, o
Preto Velho que está “preso” ao corpo carnal do médium e conseqüentemente com
sua visão limitada, utiliza alguns elementos magísticos e ritualísticos para
proporcionar alívio ao Carlos.
Diz no final da
consulta que irá trabalhar para ele e toda a sua família, dá algumas
recomendações sobre como rezar e elevar o pensamento a Deus e se despedem.
Carlos tem alguma
sensação de alívio, sente-se mais leve e confiante, mas ao mesmo tempo não
acredita que meia dúzia de estalar de dedos vai “resolver” o seu problema...
Incrédulo, mas não tão fraco retorna a sua casa sem nem imaginar que a batalha
está apenas começando.
O Preto Velho ao ver
Carlos se levantar e ir embora sabe que a essa altura toda a egrégora da Casa
já está se preparando para a batalha, e, apesar de ainda estar preso ao corpo
do médium pelo processo de incorporação, pôde perceber que será grande.
Mas ainda há o que ser
feito em terra... Precisa descarregar o seu aparelho e o terreiro. Terminado o sarava
ele parte indo se unir com os outros membros da egrégora.
Com o término dos
trabalhos, os médiuns começam a ir embora e no Terreiro de Umbanda se faz
silêncio. Mas um silêncio apenas aos ouvidos humanos, pois os sons ali emitidos
estão numa freqüência diferente dos sons conhecidos nessa Terra.
E os médiuns pensam:
“A gira terminou.” Não meus caros, a “gira” está apenas começando. A egrégora
da Casa está reunida dentro do terreiro aguardando o retorno dos Exus de
Trabalhos com as informações reais de cada consulta que foi realizada.
Os Exus vão
retornando, um a um. O Mentor da Casa assiste e faz intervenções quanto às deliberações
do Alto, e os Chefes de Linha estabelecem o famoso “quem vai fazer o que”. Tudo
isso ocorre em ambiente absolutamente harmônico e organizado.
Exus, Caboclos e
Pretos Velhos trocam impressões a respeito dos problemas apresentados e
deliberam.
Mas, voltando ao nosso
amigo Carlos. (Nesse momento vou dar nomes fictícios também as entidades envolvidas
nesse trabalho. Digamos que o Preto Velho que atendeu Carlos chama-se Pai
Benedito e o Exu de Trabalho chamado por ele foi Exu Marabô).
Quando Exu Marabô
retorna com as informações a respeito do que encontrou na casa de Carlos, o
diálogo que se dá é o seguinte:
Marabô: É Pai
Benedito, a situação lá está bem complicada.
Pai Benedito: Eu já
suspeitava. O que você viu?
Marabô: A casa do moço
Carlos foi totalmente absorvida por uma rede de energia que tem seres bem
grotescos mantendo-a firme. Segui buscando a origem dessa rede e me deparei com
uma construção logo acima da casa. Adentrando ao recinto vi uma inteligência
poderosa por trás disso, mas sem nenhuma relação direta com nenhum dos
envolvidos. Buscando entender a “trama” continuei procurando o porque daquilo e
encontrei uma mulher bastante dementada, com um aparelho acoplado em sua nuca e
pude “ler” seus pensamentos e “sentir” seus desejos que eram de vingança para
com o pai carnal do moço Carlos. Vi também que eles ainda não sabem que o moço Carlos
veio aqui no terreiro. Bem, em resumo: A inteligência envolveu essa pobre infeliz
e prometendo-lhe “devolver” o pai do moço Carlos pra ela e suga suas energias
que é retro-alimentada pelo sentimento de culpa que o pai do moço Carlos tem.
Parece que foi uma aventura dele na juventude, só não me preocupei em saber se
desta ou de outra vida, pois achei que os dados que tinha já eram suficientes
para podermos trabalhar.
Pai Benedito: Sim,
sim... Mais do que suficientes! Não estamos aqui para julgar ninguém. Isso cabe
ao Pai. Bem, nesse caso teremos que destruir essa construção, mas precisamos
primeiro recuperar a moça, e já que o pai de Carlos está involuntariamente
retroalimentando a construção, precisaremos de recursos para auxiliar os
familiares também.
Assim, Pai Benedito se
dirige ao Caboclo Flecha Dourada, responsável pela corrente de desobsessão daquele
terreiro e expõe a situação. Imediatamente o Caboclo determina que a Pomba Gira
Figueira irá utilizar os seus elementos magísticos para que a equipe de resgate
da Casa recupere a moça e quem mais tenha condições de tratamento e a “equipe
de força” destrua a construção e todos os equipamentos dentro dela.
Tarefas distribuídas,
eles partem para a construção. Caboclos, Pretos Velhos e Exus guardam certa distância
da construção e observam a Pomba Gira Figueira assumir uma configuração
praticamente transparente. Ao chegar perto da construção percebe-se sair de sua
boca uma espécie de fumaça enegrecida que começa a tomar conta do ambiente.
Logo atrás dela,
homens empurram uma espécie de carrinho, que lembram os carrinhos usados em
minas de escavação de carvão. Conforme a Sra. Figueira vai entrando no ambiente
tomado por essa fumaça negra, os seres que lá estão caem em profundo sono,
sendo resgatados pelos homens e colocados dentro dos carrinhos. A ação dela é
rápida.
Ninguém percebe a sua
presença. Quando todos são resgatados, a Sra. Figueira começa a manipular a
energia dos instrumentos dentro da construção mudando sua forma, plasmando
outras energias e transformando os instrumentos em bombas autodestrutivas. Finalmente
sai da construção e os Exus que compõe a “tropa de choque” ou “equipe de força”
passam a detonar a bomba e a destruir a construção e a malha que envolve a construção
material na Terra e a prender os seres grotescos que dão sustentação a malha no
ponto da construção material.
Caboclos e Pretos
Velhos começam a tratar ali mesmo as inteligências retiradas da construção,
colocando-os em macas e direcionando aos locais adequados aos tratamentos que
irão receber, sob os olhos atentos dos Exus Guardiões, Amparadores e de
Trabalho.
Outros partem para a
construção material e começam o trabalho individualizado entre os membros da família.
Exus fazem o trabalho de limpeza e descarga, resgatando os “perdidos”, para
serem encaminhados para os trabalhos de desobsessão da Casa de Umbanda, abrindo
espaço e dando condições vibratórias para o trabalho dos Caboclos e Pretos
Velhos que é o de inspirar pensamentos de perdão ao pai de Carlos, de esperança
no próprio Carlos, saúde e bons eflúvios na esposa e mãe de Carlos. Através de
passes magnéticos Caboclos e Pretos Velhos transformam o campo vibratório da
casa e cuidam de seus moradores.
Enquanto tudo isso
ocorre a casa dorme, e todos são tratados em espírito.
Enquanto isso os
médiuns daquele terreiro também dormem em suas casas, mas alguns estão doando ectoplasma,
auxiliando nos trabalhos de transmutação energética. Uns participando
ativamente e outros observando e aprendendo, através do processo de desdobramento,
assistem a boa parte dos trabalhos.
Após o trabalho
realizado o Mentor da Casa sorri.
Todos estão
conscientes que de agora em diante é de acordo com o merecimento de cada um, de
cada membro dessa família, tudo dependerá do quanto cada um irá lutar para
melhorar, mas agora sem as “amarras” ou interferência do Astral Inferior.
A Umbanda através de
uma ação conjunta dos componentes da egrégora de uma Casa de Umbanda pôde proporcionar
alívio, conforto e libertação aos membros da família e auxílio aos irmãos
perdidos nas trevas da ignorância, do ódio, do rancor, do remorso e da culpa.
Mesmo que Carlos nunca
mais volte ao terreiro para agradecer a melhora, ou que nunca desperte para a
ajuda que recebeu, mesmo que o pai de Carlos nunca se perdoe, a Umbanda se fez
presente em Caridade e Amor!
Com sinceridade, após
ler tudo isso você ainda acha que Exu é o Diabo?
Acha que importa
ficarmos discutindo se Exu, a Umbanda e seus Orixás vieram da Atlântida, da
África ou do quintal da sua casa?
Se ainda resta alguma
dúvida eu afirmo a minha certeza: a Umbanda nasceu do Coração de Zambi em Sua Infinita
Misericórdia por nós!
Especial - Exus e Guardiões
Iassan Ayporê Pery –
Dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery.
Umbanda é religião e
Candomblé é culto. Essas linhas são absolutamente distintas e, guardam muito
mais diferenças que semelhanças.
É o mesmo que comparar
a religião Católica com a Evangélica.
Os nomes de alguns
Orixás são os mesmos, mas o entendimento do que seja e, principalmente a forma
de culto a esses Orixás é absolutamente diferente.
Com Exu não poderia ser diferente. O
Candomblé o entende como sendo Orixá ou ainda nas palavras de Pierre Verger:
“Exu é a figura mais
controvertida dos cultos afro-brasileiros (Umbanda não é culto afro-brasileiro)
e também a mais conhecida. Há, antes de tudo, a discussão: se Exu é um Orixá ou
apenas uma entidade diferente, que ficaria entre a classificação de Orixá e Ser
Humano. Sem dúvida, ele trafega tanto pelo mundo material, onde habitam os
seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do
sobrenatural, onde trafegam Orixás, entidades afins e as Almas dos mortos
(eguns).
”Como a nossa
discussão não diz respeito às interpretações do Candomblé, visto se tratar de
outra linha de atividades vamos nos ater à Umbanda onde Exu não é Orixá. Não é
Orixá porque Orixá é energia emanada de Zambi (Deus), representada na terra
através das Forças da Natureza.
Orixá é potencia de
Luz.
Origens
A título de curiosidade apenas, ressalto
que existem várias correntes que afirmam diferentes origens para a palavra Exu:
"A primeira
corrente afirma que a palavra Exu seria uma corruptela ou distorção dos nomes
Esseiá/Essuiá, significando lado oposto ou outro lado da margem, nomenclatura
dada a espíritos desgarrados que foram arrebanhados para a Lemúria, continente
que teria existido no planeta Terra.
A Segunda corrente
assevera que o nome Exu seria uma variante do termo Yrshu, nome do filho mais
moço do imperador Ugra, na Índia antiga. Yrshu, aspirando ao poder, rebelou-se
contra os ensinamentos e preceitos preconizados pelos Magos Brancos do império.
Foi totalmente dominado e banido com seus seguidores do território indiano. Daí
adveio a relação Yrshu / Exu, como sinônimo de povo banido, expatriado.
A terceira corrente
afirma que o nome Exu é de origem africana e quer dizer Esfera.
“Saliente-se que entre
os hebreus encontramos o termo Exud, originário do sânscrito, significando
também povo banido.” (Retirado do site de Jurema de Oxalá)
Como disse
anteriormente, é apenas a título de curiosidade, pois nada disso interfere no
trabalho de Exu nos terreiros de Umbanda.
Mitos
Interessante
esclarecer alguns pontos que são mitos dentro da Umbanda. Mitos que foram criados
por pessoas que não entendiam o verdadeiro trabalho de Exu na Umbanda, aliás,
não entendiam o verdadeiro trabalho da Umbanda.
A Umbanda em sua
dinâmica básica lida com espíritos dos mais variados graus de evolução. As entidades,
guias e mentores que se apresentam nos terreiros exercem um trabalho incansável
contra as forças trevosas.
A origem de qualquer
coisa em uma religião tem a ver com a função dela dentro da mesma.
Na Umbanda a origem de
Exu está em função da necessidade de existirem guardiões, encaminhadores e combatentes
das forças trevosas. Trabalho básico da Umbanda. Por isso se diz que “Sem Exu
não se faz nada”. Não porque Exu não deixa, porque é vingador, traíra ou voluntarioso
como querem fazer pensar algumas lendas sobre Exu, mas sim porque não há como
combater forças trevosas sem defesa e proteção.
Então pode vir a
pergunta: “Então nossos guias (caboclos e pretos velhos) não nos protegem e
defendem?”
Claro que protegem e
defendem, entretanto cabe a Exu o primeiro combate, o combate direto contra as
energias que circulam no Astral Inferior. Esta é a especialidade de Exu, pois
conhece profundamente os caminhos e trilhas desse ambiente energético. É a sua
função primeira, assim como a dos Caboclos e Pretos Velhos é a de nos orientar
e aconselhar.
Tudo na Umbanda é
organizado, coerente e lógico. Tendo isso em mente, um segundo mito a ser desfeito
diz respeito à confiabilidade de Exu. Como disse anteriormente, Exu não é
traíra! Qual a lógica de Orixá e entidades de luz o colocar como guardião,
defensor se ele fosse “subornável”, se ele não fosse confiável?
Seguindo o mesmo
raciocínio outro mito que não tem base alguma é: “Exu tanto faz o mal quanto
faz o bem e depende de quem pede. Nós é que somos os maus na história”. Não
existe “defesa” pior para Exu do que esta, pois se trata de outra incoerência!
Se uma criança sabe diferenciar o bem do mal, como Exu, conhecedor de segredos
de magia, manipulador de magia, defensor, combatente de forças trevosas possa
ser tão incoerente a ponto de não diferenciar o bem e do mal e o que é pior trair
a confiança de Caboclos e Pretos Velhos? E ainda por cima não ter nenhum tipo
de aspiração evolutiva, ou seja, ficar sempre entregue a mercê de nossa vontade
nunca aspirando evoluir?
Aí vem outra pergunta:
“Mas eu fui num terreiro e disseram que o trabalho contra mim foi feito por um
Tranca Ruas”.
Resposta: o trabalho
foi feito por um obsessor se passando por Tranca Ruas. Aliás, obsessor se passa
por tudo, inclusive por enviado de Orixá, como Caboclo e Preto Velho.
E por que isso
acontece? Por causa de médiuns invigilantes. Médiuns pouco compromissados com o
Astral Superior, médiuns e dirigentes mal informados e despreparados. Médiuns e
dirigentes que buscam os terreiros de Umbanda para satisfazer as suas baixas
aspirações, como válvulas de escape para fazerem “incorporados” o que não tem
coragem de fazer de “cara limpa”! Médiuns de moral duvidosa que gritam, xingam,
bebem, dançam de maneira grotesca para uma casa religiosa e imputam a Exu esses
desvarios. Caso estejam realmente incorporados estão na realidade é sofrendo a
incorporação de kiumbas (que são espíritos moralmente atrofiados ou que buscam
apenas tumultuar o ambiente).
Nunca um Exu ou Pomba
Gira de verdade irá se prestar a um papel desses.
Outro ponto que gera
muita confusão diz respeito à incorporação de Exu, pois já ouvi a pergunta: “Se
ele é guardião, quando está incorporado não está “guardando” nada.” Novamente a
lógica e a coerência devem falar mais alto do que a ignorância e a
incredibilidade.
O Exu Guardião não é o
que incorpora nos terreiros. Os que incorporam são Exus de Trabalho (como eu
costumo chamar), de defesa pessoal do médium. Esses Exus também participam dos
trabalhos junto aos Exus Guardiões e Amparadores no combate as forças do Astral
Inferior, mas os Exus de Trabalho tem outro tipo de compromisso que é com a
Banda do médium e para com a Casa a qual o médium está. Por isso respeitam o
templo religioso e não induz o médium a embriaguez, algazarra ou a comportamentos
chulos e deselegantes.
São espíritos de luz
em busca de evolução. Que estão altamente compromissados com as esferas superiores,
com os guias e protetores do médium e com toda a egrégora de luz da Casa na
qual o médium está inserido.
Trabalhando
diretamente com esta egrégora eles auxiliam no combate e encaminhamento dos
espíritos que são atraídos pela corrente de desobsessão do terreiro que fazem
parte. A exemplo de Nossa Casa os Exus de Trabalho de cada médium participam
diretamente dos trabalhos realizados pela Corrente de Desobsessão e Cura de Caboclo
Pena Branca.
Entretanto, cabe
lembrar, que o estágio evolutivo de Exu de Trabalho está abaixo de Caboclos e
Pretos Velhos. Isso não significa que não sejam evoluídos apenas, encontram-se
num estágio abaixo. Sua energia é mais densa.
Conseqüentemente a sua
vibração ou energia de incorporação está mais próxima (ou mais similar) a
vibração de terra, exigindo do médium um nível de elevação diferenciado do que
quando vai incorporar um Caboclo ou Preto Velho ou até mesmo outro enviado de
Orixá. Ou seja, quando o médium se prepara para a incorporação, ele tem que se
concentrar e elevar a sua própria vibração, enquanto a entidade incorporante
baixa a sua. Quanto mais evoluída for a entidade incorporante, mais sutil é a
sua energia e mais exigirá do médium concentração e elevação para a incorporação.
Outro aspecto a
ressaltar é que esse estágio evolutivo não impede Exu de trabalhar conjunta e harmoniosamente
com entidades mais evoluídas, até porque além de trabalharem sob as suas
ordens, ou seja, sob as ordens de enviados de Orixá, a questão “hierarquia” é
muito bem resolvida no Astral Superior. Lá não existem “disputas” pelo “poder”
ou se questiona quem “manda”.
Todos estão
conscientes de seus papéis e do trabalho que precisa ser realizado, além de
trabalharem com um mesmo objetivo, a Caridade!
A palavra de ordem de
Exu é “compromisso”! Por tudo isso ele não é e nem nunca foi traidor ou do
“mal”.
Sobre a Incorporação de Exu
Exu e Pomba Gira
quando incorporados em seus médiuns, podem se apresentar de duas maneiras
básicas: alegres ou sérios. Mas mesmo na alegria não há desrespeito ou
comportamentos inadequados a um templo religioso.
E ainda vou mais
longe, e o que vou dizer agora visa justamente desmistificar outro mito ligado
a Exu. Quando o Exu é deselegante o médium também o é, só que disfarça quando
não está “incorporado”. Esse médium invigilante e portador de moral duvidosa ao
receber a energia de incorporação de Exu (que começa a se dar através da
aproximação do mesmo), por ser uma energia bastante similar a nossa e
justamente por estar mais próxima a crosta terrestre, onde o combate com o
Astral Inferior se dá, passa a dar vazão aos seus sentimentos menores,
influenciando e interferindo diretamente na incorporação do Exu, que assiste a
tudo desconsoladamente. Transferindo para Exu sentimentos e comportamentos que
são seus. Isso não chega a ser mistificação, ou seja, fingimento, porque existe
a energia de Exu ao lado ou perto do médium.
A mistificação envolve
o fingimento puro e simples, sem envolvimento de energia ou proximidade de entidade
alguma. Mas trata-se de animismo.
A incorporação de Exu
e Pomba Gira envolve a manipulação energética de chacras inferiores, e o que acontece
no caso descrito acima é que o médium deliberadamente utiliza mal essa energia.
Digo deliberadamente, porque isso envolve intenção moral e mau aproveitamento
da energia de Exu.
Com a continuidade da
insistência do médium em se utilizar dessa energia para a manifestação de seus
desejos e aspectos menores, em pouco tempo há a queda do médium... O Exu se
afasta e fica o que? Kiumba que assume o nome do Exu e aumenta os desvarios...
E o médium não percebe porque no fundo usa a influência do Kiumba (aliás, um
usa o outro) para brigar com a mulher, encher a cara de cachaça, falar
palavrão, fazer pedidos de oferendas nas encruzilhadas da vida, matança de
animais e outras aberrações.
Cabe à direção da Casa
coibir veementemente esses comportamentos no seu nascedouro, ou seja, no médium
e assim que começam acontecer, chamando-o à realidade, orientando e
desestimulando atitudes desse tipo. Tentando recuperar o médium. Mas se for o
caso não deve pestanejar em tomar medidas drásticas para a solução do problema.
Sobre a capacidade de manipulação energética de Exu
Voltando a questão
energética de Exu, já falamos que ele é um grande manipulador de energias, transfigurando-se
em formas diferenciadas de acordo com o ambiente em que está.
Observamos Exus se
apresentando aos obsessores que irão combater em configuração que desperte medo
e/ou respeito. Ele não poderia se apresentar a um “inimigo” como se fosse uma
linda Cinderela... Isso não assustaria ninguém, então ele assume sim formas rudes,
entretanto ele o faz por estratégia e não por serem deformados, e muito menos eles
têm chifres, rabos e pés de bode como são tão mal retratados nessas imagens que
encontramos em casas de artigos religiosos.
Como Exu manipula
energias para assumir outra configuração “física”? Em primeiro lugar há que se dizer
que a forma original de Exu é humana, nada tem de partes de animais, porque os
espíritos que compõe a falange de Exu são espíritos como nós, muitos são
contemporâneos inclusive.
Então Exu tem dois
braços, duas pernas, uma cabeça, dois olhos, enfim... Assim como nós. Foram
homens e mulheres normais das mais variadas profissões.
Em primeiro lugar em
função do trabalho que irá executar ou da “batalha” que irá travar, os Exus
estudam o ambiente que irão adentrar, em seguida vibrando numa faixa bem acima
do meio que irá desenvolver as atividades, estudam os seus “adversários”, suas
intenções, seus planos, seus graus de compreensão, seus medos, etc.
Estabelece uma
estratégia e assume a configuração que irá atingir o ponto fraco da maioria do
grupo que irá combater.
Lembrando que Exu não
trabalha sozinho, isso é feito em agrupamentos sob a supervisão direta de um enviado
de Orixá.
Com isto vemos outra
capacidade de Exu, vibrar em faixas diferentes de energia. E detalhe
importantíssimo: tudo isso sem a necessidade de sacrifícios de animais e
despachos em encruzilhadas, porque quem “recebe” tudo isso é Kiumba!
Lembrando ainda que
isso dentro do Ritual de Umbanda!
sexta-feira, 15 de março de 2013
segunda-feira, 4 de março de 2013
Elementais - Outras interpretações
Robson Pinheiro / Espírito Joseph Gleber – Obra: Além da Matéria – Uma ponte
entre ciência e espiritualidade.
Elementais Artificiais
Ao se falar em criações mentais,
contaminações fluídicas e formas-pensamento, não poderíamos deixar de abordar
um tema tão importante como a atuação de elementais em vários aspectos da vida
psíquica. Esses seres são muitas vezes contatados pelos médiuns e sensitivos de
todas as épocas e têm um papel preponderante na vida dos seres pensantes.
Muitas vezes, encontra-se na gênese de certos problemas a atuação de forças
elementais artificiais ou naturais, que podem ser confundidas com entidades
pensantes do reino humano.
Durante certos períodos da
história do homem na Terra, o mundo conheceu a atuação de magos do pensamento,
cientistas da mente ou magos negros. Principalmente na época recuada da Atlântida,
do Egito e da Mesopotâmia, certas forças ocultas foram manipuladas no mundo com
objetivos contrários ao progresso. Ainda na atualidade se conhecem certas
lendas e contos relativos a maldições em lugares considerados sagradas. Essas
antigas maldições, que na realidade são p produto da manipulação de certos elementais, causaram grande comoção nos
meios científicos e no mundo esotérico-religioso, devido ao desconhecimento a
respeito do assunto.
Elementais Naturais
Chamamos assim aqueles seres mais
conhecidos como espíritos da natureza. São
princípios inteligentes em processo
de individualização e despertamento da consciência. Os seres que estagnaram por
longos períodos nos reinos da natureza que antecedem o tronco humano, mas que
ainda não tiveram ingresso, pela reencarnação, na humanidade, se agrupam de
acordo com suas afinidades. São elementais porque estruturaram uma espécie de
corpo ectoplásmico, de natureza híbrida, com elementos da dimensão mental.
Trazem na aparência certa semelhança com o ser humano, porém guardam traços muito
estreitos com o elemento natural com o qual se afinizam.
Esses seres não têm consciência e
noções de moral, ética ou razão. Estão em fase de aprendizado no grande
laboratório da natureza, ensaiando nas experiências que antecedem o seu
ingresso na fase humana.
Essa primeira oportunidade de experienciar a realidade
humana não ocorre na Terra. Para esses ensaios dos seres elementais no reino
dos homens, existem mundos apropriados, já que terão de passar por uma
elaboração do princípio inteligente, de suas formas e roupagens fluídicas e
mentais e, naturalmente, pelo despertamento da razão. Coordenando esse processo
delicado de transição, encontra-se Jesus. Esses seres acordarão um dia sob a
presença do Mestre – e somente dele – que os auxiliará na posse da razão, evento
que selará definitivamente seu ingresso no reino humano.
Até que ocorra esse avanço
evolutivo, os elementais permanecem vinculados aos elementos naturais, como
matas, cachoeiras, mares e outros reinos, sempre conduzidos pelas mãos sábias
de entidades mais esclarecidas. Nos fenômenos naturais, milhões e milhões de
seres participam como elementos divinos a serviço do progresso do mundo.
Leni W. Saviscki – Vovó Benta – Obra: Natureza – Onde reinam os orixás.
Quanto aos elementais ou espíritos da natureza, estes são naturalmente puros,
sem discernimento do bem e do mal, desprovidos que são do senso intelectual
humano, agindo apenas sob a ação da sintonia com os elementos da Natureza.
Predominam neles a inocência e a ingenuidade cristalinas e por isso estão
prontos a servir, acorrem solícitos ao nosso chamamento, desejosos de executar
nossas ordens. Desta forma muitos magos os utilizam em tarefas menos dignas, ou
a serviço de interesses mesquinhos e aviltantes, retirando-os de seu habitat
natural. Claro que a lei de ação e reação tornará tais pessoas responsáveis por
aquilo que os elementais fizerem de errado, enganados por eles. O que refluirá
inevitavelmente em prejuízo do mandante.
Os humanos materializados não
acreditam na existência dos seres da natureza justamente porque alegam não
serem visíveis. A invisibilidade desses seres é explicada pelo fato de serem
formas etéricas, habitantes de planos energéticos com múltiplas graduações, não
perceptíveis aos olhos humanos.
Carlos A. Baccelli / Espírito Paulino Garcia – Obra: Espíritos
Elementais.
Os Espíritos Superiores que
participaram da Codificação informam que elementais,
ou seja, as criaturas de natureza mais primitiva que a nossa, se reúnem em “massas
inumeráveis” e se transformam nos agentes das Leis que regulam certos fenômenos
do mundo físico: as chuvas, a reprodução das espécies, as nevascas, os
terremotos.
Os elementais também agem, digamos, como executores da Vontade
Divina, que, por sua vez, se determina através de seus Ministros em todos os
quadrantes do Universo; o verme que se arrasta no subsolo está cumprindo a
trajetória que lhes foi assinalada... Somos, sim, intermediários uns dos outros.
Todavia cabe uma ressalva: não nos esqueçamos de que, mesmo entre os animais,
nossos irmãos inferiores da escala, iremos encontrar uns de índole mais dócil
do que outros.
Entidades elementais com base nas
emanações do pensamento das criaturas encarnadas têm provocado os transtornos
ambientes que assolam a Humanidade. Seres de índole negativa que, a serviço das
trevas organizadas, sem suspeitarem que, no fundo, concorrem para a obra de
aperfeiçoamento da Criação, pretendem, manipulando os fenômenos atmosféricos,
precipitar acontecimentos que induzam o homem à guerra.
Existem seres elementais dotados de melhor sentimento que muitos homens encarnados.
sábado, 2 de março de 2013
O Homem e a oportunidade de progresso espiritual.
O Homem, ser completo e dotado de inteligência, em nada alterou
seu jeito de caminhar no último milhão de anos. Continua observando o sexo
oposto, lutando pela sobrevivência e usando a força para impor sua cultura.
Ficamos sim mais sofisticados! Nessa época bisbilhotamos a vida
alheia com parafernálias eletrônicas e nos ocultamos com endereços falsos na
web.
Continuamos exatamente os mesmos! Nosso umbigo ainda é nosso rei.
Onde erramos? Caminhamos à esquerda quando deveríamos caminhar à
direita?
Nossos olhos acostumaram-se em demasia aos preceitos dos mais
antigos e esqueceram-se de que são livres e desimpedidos para observar novos
horizontes.
Poderíamos estar voando, no entanto vagamos sobre o solo dessa
Terra tentando nos desvencilhar dos vícios e defeitos, num ir e vir sem começo
nem fim.
O tempo de mudanças é sempre o hoje!
Abrigamos no íntimo a possibilidade e a vontade do reinício.
Um reinício mais efetivo, direcionado e consciente!
Absolutamente ninguém poderá tomar o rastro do outro como amostra
de sucesso.
Cada um de nós grava na pedra de seu espírito palavras indestrutíveis
e nos ares de seus pensamentos sons inalteráveis, inflexíveis e permanentes.
O espírito humano, semente do Divino, hospede a mágica do descobrimento
de si próprio e a energia progressista incessante que o leva em direção à luz,
ao entendimento e ao conhecimento do Universo!
Na grande escada, o degrau imediatamente superior aparece quando
se está pronto para transformá-lo em apoio para seguir adiante.
Nada nessa existência se perde ou se apresenta ausente de sentido.
O progresso espiritual do homem é lento e as oportunidades de
amadurecimento aparecem quando o ser está preparado para se lançar à frente sem
o receio de retornar ou estacionar indefinidamente.
O Homem é herdeiro de si mesmo!
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