Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; [...]. (Mateus, 13:30)
Nem sempre as separações significam encerramento de ciclos.
A separação iminente e certa do espírito do corpo
físico é o cerne do Espiritismo. Toda evolução do espírito está na
possibilidade da reencarnação como fator de ajustes às Leis Divinas.
Para a maioria de nós, as doenças que nos separam da saúde, as falências
que nos separam da opulência, os divórcios que nos separam a vida conjugal, as
tragédias que separam pela morte, e outras tantas desvinculações, nada mais são
que trombetas soando aos nossos ouvidos espirituais para acordarmos de velhas
ilusões.
Vejam: segundo os ensinamentos, todo e qualquer
desajuste deve ser objeto de reparação em algum momento da existência do
espírito, agora ou daqui a mil anos. Para aqueles que já despertaram para a
vida espiritual, mais fácil se torna compreender que todas as provas são oportunidades
de crescimento e desvinculação de comportamentos inadequados de vivências
passadas,
As separações, no entanto, serão ocorrências que inevitavelmente trarão
transformações e novos aprendizados.
Observem que, em face de um acontecimento, nos
tornamos mais atentos, e assim, mais preparados para evitar os mesmos tropeços.
O apego, nessa hora, quase sempre responde por nossas perturbações em
não aceitar o que precisa ser renovado ou pela rebeldia em não acolher a ideia
de que não podemos controlar a vida e fazê-la ser aquilo que queremos.
Rebeldia é falta de amadurecimento. Já diz o ditado
popular: "A vida ensina". E ensina mesmo. Parece que toca exatamente
no ponto mais sensível e que mais nos desequilibra. Dá o que pensar...
Quanto mais você se recusar a aceitar as separações, mais se afastará de
encerrar, como deveria, os ciclos de amadurecimento para os quais a vida
conclama.
A Lei do Progresso atinge a todos de forma
idêntica, a cada um as lições necessárias e adequadas ao seu nível de
adiantamento. Provas amenas para os menos preparados. Provas mais
significativas aos mais preparados. Deus nada oferece em demasia. É necessário
humildade para aceitar que há um Ser Maior dirigindo nossa existência imortal.
Sob os desígnios de Deus, na Sua impermanência, o contínuo ciclo de vida
comanda, sem cessar, o destino da existência, sobre a qual você não tem a menor
chance de gerenciar. Ele inicia e encerra ciclos, promovendo a libertação e o
progresso.
Exemplo - Buda, em o esboço de uma vida verdadeira, apresenta o
seguinte ciclo: o nascimento, a maturidade, a renúncia, a busca, o despertar e
a libertação, o ensino e a morte. Ao morrer, a
mente se desprende do corpo físico e renasce em outro corpo.
O Pai, para transformar cada ciclo em frutificação e avanço, age
permanentemente na guarda do bem, da dignidade e do amor por meio da manutenção
das Leis Naturais.
Leis Naturais ou Leis Divinas são imutáveis e
permanentes, isto é, todos estão sob a guarda da Bondade Divina.
Siga-lhe a atitude sábia para fazer de cada mudança no caminho uma fonte
de estímulo, iluminando a visão e dilatando a compreensão.
Não devemos nos sentir culpados, arrependidos ou
desajustados porque em algum momento nossa consciência nos alertou de termos
tomado um caminho tortuoso. As lições, quaisquer que sejam, serão repetidas
incansavelmente até que o bom proveito seja natural ao nosso espírito.
Tudo no universo se junta almejando uma colheita proveitosa. Juntos,
ficaremos com esse objetivo. Do contrário, os ciclos suplicam renovação e
recomeço.
Como preceitua outro ditado popular: "Pelo
amor ou pela dor"!
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