Não digas que os outros são maus quando todos os seres são bons para
serem, um dia, perfeitamente bons.
Se já consegues doar algo de ti, procurando entesourar a bondade, não
acuses aquele que acumula os bens da vida, crendo assim enriquecer-se para
unicamente entregar, mais tarde, por mãos alheias, as vantagens que ajuntou.
A rigor, não existem espíritos absolutamente maus.
A vida nada cria para desequilíbrio ou delinquência.
A fonte é boa porque distribui generosamente os dons que lhe são
próprios, entretanto, o solo não é mau porque prenda a fonte a si mesmo.
A andorinha é um poema de beleza, volitando na altura, todavia, o
batráquio não pode ser interpretado por monstro porque esteja colado ao charco.
Não existe pomicultor capaz de condenar a planta recém-nata, na fraqueza
em que se caracteriza, simplesmente porque a veja, assim débil, ao lado de
árvore vigorosa em plena maturação. Protegerá uma e outra, considerando-lhes
tempo e valor.
Assinala-se cada ser por determinada problemática na escala evolutiva.
Observando os princípios que regem a natureza, se alguém te injuria por
não seres ainda um espírito tão bom quanto seria de desejar, não interrompas o
trabalho a que te afeiçoas para te mostrares, no futuro, tão bom quanto precisa
ser. Prossegue agindo e servindo, certificando-te de que ação e utilidade podem
transformar qualquer deserto em jardim.
Não reclames contra ninguém quando surjam aqueles que te não consigam
compreender e procura compreender a quantos te reprovem.
Segue adiante, ama e abençoa, auxilia e constrói, que para isso todos
fomos chamados a viver.
As diretrizes do entendimento e da misericórdia te facilitarão a romagem
no dia a dia e o dever cumprido falará por ti ao silêncio.
A força do Universo que mantém a floresta é a mesma que vitaliza a
semente diminuta.
Aprendamos a servir e esperar, a fim de que os tesouros da evolução se
nos revelem no grande caminho da imortalidade.
Toda criatura é um fruto divino na árvore da vida, mas todo fruto pede
tempo, a fim de amadurecer.
Vejamos:
Felizmente, esclarecidos das encarnações sucessivas, entendemos que Deus, O infinitamente Bom e Justo, jamais iria criar espíritos maus. O espírito foi criado à imagem e semelhança de Deus em forma singular, para que, o próprio espírito no domínio de si mesmo, alcance sua evolução plena.
Podemos dizer que os espíritos se apresentam, num exato momento, exclusivamente dentro dos padrões inerentes à sua evolução. “Vê e Julga” utilizando os recursos angariados no decorrer de suas experiências encarnatórias.
Deus, nosso criador, Soberano e Imparcial, cria a todos exatamente iguais e com as mesmas possibilidades de evolução. Cabe a cada um, utilizando seu livre-arbítrio, por enquanto, dispor daquilo que lhe foi doado.
Dado nosso esquecimento das vivências passadas, ignoramos, por dádiva Divina, nossas propensões, nossos desvios, iniciando a cada encarnação nova jornada para alcançar níveis mais altos de compreensão e entendimento. Portanto, devemos aproveitar nosso tempo, encarnados ou desencarnados, para aprimoramento de nossos dons espirituais, isto é, devemos mirar sempre nossa existência eterna, buscando a desmaterialização gradual e constante do corpo sutil. Leva tempo, porém, é uma realidade a que todos estamos imantados.
Finalmente, nesta escola chamada Terra
há alunos em diversos graus, alguns mais adiantados, outros mais atrasados,
mas o mais importante é que todos estão aprendendo de um jeito ou de
outro.