Décima Quarta Lição de Vida (Dalai Lama)
"As grandes
mudanças começam em cada pessoa; a base para a paz mundial
é a calma interior e a paz no coração de cada
indivíduo. Cada um de nós pode contribuir."
Vejam como é simples - "As
grandes mudanças começam em cada pessoa." - Aqui não se exigem
soluções coletivas, soluções de massa ou soluções mirabolantes de conjunto. Chama
a atenção única e exclusivamente para a possibilidade de pessoas comuns darem
início a uma transformação do paradigma atual em algo relevante para a
humanidade. Neste ponto, vamos buscar alguns ensinamentos que revelam a
necessidade do homem estabelecer consigo mesmo um propósito de mudanças úteis
para atingir um fim, que, de acordo com suas tendências, podem levá-lo ao cume
ou ao vale.
Importante não superestimarmos nossas forças estabelecendo a
obrigatoriedade de alterações de comportamento e atitudes num descompasso com
as reais possibilidades de nosso espírito, criando oportunidades para a
decepção e a angústia. Tudo na natureza segue uma harmonia e serenidade no seu
crescimento e frutificação. Não há grandes saltos e nós humanos como partes
dessa natureza não devemos usurpar suas leis.
Quando Dalai se refere às "Grandes
Mudanças", não está absolutamente nos informando que devemos promover
um estrondoso afluxo de alterações em um curto espaço de tempo. Nos diz que
devemos iniciar um processo interno lento e gradual de amadurecimento das
nossas pequenas ações que certamente irá contaminar nosso entorno e provavelmente
multiplicará essa vontade, tornando-a um vetor de grandes mudanças.
Nossos pensamentos são de tal forma indisciplinados que necessitamos
afinar suas cordas quase que diariamente para colocá-los em harmonia com o
Universo. E o autor propõe uma autoeducação espiritual para a captura de
conceitos que nos auxiliem a progredir a partir de qualquer estado que nos
encontremos. Não exige qualquer tipo de preparação. Diz-nos somente para "começar".
"A base para a paz mundial é
a calma interior e a paz no coração de cada indivíduo!"
A indicação é clara e simples: "Promover um estado mental interior
de tranquilidade e serenidade para alcançarmos nossa paz interior" - No
entanto, para encontrarmos a paz interior, é importante estarmos cientes de
nossas forças e nossa dose de recursos, e qualquer caminho tem que começar de
nós mesmos: "Antes de mudarmos o
que não gostamos no mundo, mudemos o que não gostamos em nós mesmos”. (Taoísmo)
Melhor usar pantufas do que tentar colocar tapete no mundo. (Taoísmo)
Necessário ver e sentir que
somos nosso verdadeiro e próprio refúgio, nosso próprio santuário, nossa
própria salvação. (Buddha)
Dalai - Atitude é essencial: "Se pudermos sustentar a paz em nossa
própria mente, até mesmo forças ou acontecimentos aparentemente hostis não nos
tirarão o equilíbrio".
Adotar um modo de vida correta nos auxilia a obter a calma interior e
paz no coração. Nesse aspecto enfatizamos a necessidade de afastar toda e
qualquer tendência de pensamentos negativos, contrapondo um a um com
pensamentos positivos no intuito de domar nossa própria mente e afastá-los com
firmeza.
Recomendo a leitura, estudo e reflexão do conteúdo dos seguintes volumes
no intuito de auxiliar na harmonização dos sentimentos e emoções da mente e do
coração: Cirurgia Moral de João Nunes
Maia ditado pelo espírito Lancellin, Renovando
Atitudes de Francisco do Espírito Santo Neto ditado pelo espírito Hammed e
das Agendas para Reforma Íntima da
Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza.
Finalmente, "Cada um de nós
pode contribuir”!
Contribuir para o quê? Contribuir
para que sejam criadas as condições de progresso da humanidade e para isso o
homem como ser mais inteligente da criação desta Terra deve estruturar um
ambiente de serenidade que o levará à paz tão desejada, cumprindo assim os
preceitos da Lei do Progresso - "As
humanidades, em seus diversos aspectos, estão submissas às Leis Divinas e nada
e ninguém pode obstar a evolução das espécies".
Nossa contribuição deve limitar-se às nossas possibilidades de momento a
cada tempo, fluindo os ventos da evolução na medida exata do crescimento
intelectivo e de proveito para o homem. Nada passa despercebido.
Para criar o ambiente propício a esse crescimento faz-se imperativo que os
seres se respeitem e incitem uns aos outros ao respeito, exemplificando e
agindo ética e moralmente no sentido de todos em um e cada um no todo.
Muitos profetas, pensadores e filósofos ensaiaram pensamentos carregados
de emoções em seus momentos de contato com o saber superior, visualizando
interiormente a atitude adequada primordial para o homem alcançar a vida real.
Lançamos mão da "Regra de
Ouro" que é um princípio ético de comportamento presente em quase
todas as culturas e religiões considerado como o Synderesis, isto é, uma
verdade evidente, simples, de fácil compreensão intelectual, inclusiva, eficaz
e persuasiva. É um princípio que não se exaure nunca, como uma "luz inextinguível" que
permanece sempre na pessoa, e para a qual é um ponto de esperança e dignidade
de cada ser humano. Ajuda a promover a empatia, ou seja, a capacidade de
compreender a situação do outro, aquele que deseja, que necessita, portanto
reconhecer e valorizar quem está ao seu lado. Se vivida bem, gera sempre a
reciprocidade, e, portanto, a fraternidade.
Antigo
conceito egípcio de Maat - na religião egípcia, a deusa da verdade, da justiça,
da retidão e da ordem - que aparece na história de O Camponês Eloquente, que
data do Império Médio (2040 a.C. – 1650 a.C.)
"Agora este é o comando:
faça ao outro uma coisa tal que ele, ao fazer a você, seja semelhante àquela
coisa."
Tales de
Mileto - Filósofo grego (624 a.C. – 546 a.C.)
"Evite fazer o que você
condenaria que os outros fizeram."
Lao-Tsé (Século VI a.C.)
"Não faça aos outros o que não
gostaria que fizessem a você."
Lord Mahavira - 24º Tirthankara (599a.C. - 527a.C.) - Jainismo
"Na felicidade e no
sofrimento, na alegria e na dor, deveríamos ter cuidado de todas as criaturas
como temos cuidado de nós mesmos."
Buddha
(563a.C – 483 a.C.)
"Não ferir os outros em maneira que
você não deva se reencontrar ferido."
Confúcio (551 a.C. - 479 a.C.)
"Não faça aos outros o que você não
quer que seja feito a você."
Sócrates
- Filósofo grego (470 a.C. – 399 a.C.)
"Tem sido demonstrado que
ferir aos outros não é algo justo em lugar nenhum."
Krishna-Dwaipayana Vyasa (Século
IV a.C.) - Hinduísmo
"Esta é a soma do dever: não fazer
aos outros aquilo que causa dor se feito a você."
Rabin
Hillel (60a.C. – 9 d.C.)
"Aquilo que para você é
odioso não faça ao seu próximo. Esta é toda a lei."
Jesus -
Evangelho segundo Mateus 7:12.
"Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei
e os Profetas."
Profeta Muhammed - Maomé (571 d.C.
- 632 d.C.)
"Nenhum de vocês é um crente até
que ame seu próximo como ama você mesmo."
Provérbio
Ruandês
"Aquilo que você dá (ou faz)
aos outros, isto será dado (ou feito) a você."
Finalmente, podemos afirmar que, para se proceder a uma assepsia da
Psicosfera Planetária e mantê-la asseada, isenta de detritos deletérios e
formas-pensamento inferiores, é imperioso seguir as recomendações de nossos
anfitriões recém-mencionados, procedendo a uma limpeza individual e
responsável, sem que o todo fique contaminado por suas partes.
Percebam que nada nasce por acaso e repentinamente, sepultando a errônea
ideia de que tudo apareceu recentemente, o que não é verdade. Os homens
progridem, apesar de suas contradições e contratempos. Essa é a Lei.
Importante observar que, apesar de muitos filósofos,
pensadores e profetas haverem se expressado de maneira semelhante a respeito da
postura do ser humano em relação ao restante da “criação”, Jesus, depois de Moisés em 1.500 A.C.(?) - Levítico 19:18 (Velho Testamento), utilizou a palavra “Amar o próximo” em sua máxima. Maomé mais de 500 anos
depois de Jesus entendeu o significado da intenção e utilizou o mesmo termo.