segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Os iguais - Crônica


Gostaria de ser como os iguais... Acreditar em Papai Noel, correr atrás do nada e me alegrar com as ilusões. Gostaria de ter o olhar daqueles que acreditam que a vida é somente comer, trabalhar, dormir e procriar. Gostaria de torcer, de chorar, de me chocar com a violência, de receber presentes e me alegrar. Escutar as mesmas piadas de sempre e gargalhar. De tomar cerveja, Whisky, aguardente e quando "borracho", cair na sarjeta, na poltrona ou no sofá. Ouvir as mesmas histórias e chegar às mesmas conclusões, sempre. Parece mesmo que seguimos o movimento do mundo e correntemente nos encontramos no mesmo ponto de partida e chegada. É a síntese da impraticidade e da perda de tempo. Coisa séria é conta em banco, emprego de status, aplicações de alto rendimento, vestuário fino, relógios de ouro, gravata borboleta e a ética no lixo. Comprometimento com as "Metas" é o tom do momento, até para vender pão na padaria. Macho é fêmea e fêmea é macho? Devo acreditar que será por sorteio. Substituíram o cérebro por um chip pré programado e com defeito. Mas existem as pessoas normais, bem escondidas, difíceis de encontrar. Elas estão aí em algum lugar, no passado talvez, ou no futuro quem sabe? Uns vão, outros voltam, fazendo exatamente as mesmas coisas. Vamos criar um fato novo... Vamos explodir uma bomba ou fazer uma exposição de homens pelados acompanhados de crianças e suas respectivas mães, por que não? É o mundo do tudo pode! E quem acredita que assim é, continue a viver sua vidinha de sonhos e crendices e elogiando o dólar ou o euro, a Mercedes ou o Audi. Vamos ser sinceros... Dá muito trabalho ser certinho e seguir as regras e é melhor e mais prazeroso tocar a vida na bagunça e sem leis. Vamos... que vamos... A morte dá pontos nas pesquisas enquanto a vida dá sono. Gostaria de ter a paciência e a inocência para poder assistir a esses débeis programas apresentados na televisão brasileira e ainda externar uma opinião que não seja ofensiva, depreciativa e arrasadora. Gostaria de assistir a essas séries de origem americana do norte onde há 2.000 tiros por minuto e mais de 50 mortos e achar que tudo é normal, mas não é - isso é um lixo empurrado para os países subdesenvolvidos e aceitos sem reflexão. Estou cansado dessa política rasteira, desse padrão de comportamento podre, dessa hipocrisia doentia, dessa ética de pocilga, dessa hombridade de estrebaria, dessa honestidade de vaso sanitário e principalmente desse patriotismo comprado com dinheiro sujo - sujo da fome, sujo das doenças, sujo do desemprego, sujo da dor e do desamor. Gostaria mesmo é de voltar a ser criança, para poder continuar acreditando que este mundo maravilhoso é habitado por pessoas maravilhosas!


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