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domingo, 20 de novembro de 2016
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terça-feira, 15 de novembro de 2016
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Allan Kardec e os Druidas - Parte 1 - Introdução
Os druidas eram os sacerdotes do povo celta, uma etnia que
habitava várias extensões da antiga Europa.
Essa área compreendia Portugal e Espanha a oeste, a
Cordilheira dos Cárpatos a leste, a Bélgica ao norte e a Itália ao sul,
passando pela Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, França, Dinamarca,
Suíça, Áustria e Alemanha.
Os
druidas não limitavam sua ação à religião, acumulando a função de juízes,
professores, médicos, conselheiros militares e guardiões da cultura céltica. O
cargo não era exclusivo dos homens, pois também existiam druidesas.
Viviam
integrados na comunidade e podiam se casar. Estimulavam os homens a combater o
mal e a praticar bravuras e as mulheres a serem o ponto de união entre o céu e
a terra. Júlio César os perseguiu duramente porque insuflavam a resistência ao
domínio romano. Segundo o próprio Imperador, foi na Gália que ele viveu a mais
árdua de suas campanhas.
Os
celtas dominavam diversas áreas do conhecimento humano, como a fitoterapia, a
agricultura, a tecelagem, a mineração, a cerâmica, a pecuária, a metalurgia e a
astronomia. Inventaram a roda de madeira, o barril e a carroça.
No
campo artístico, cultivavam a música, a poesia, a escultura, a ourivesaria e a
joalheria.
O
que unia os povoados, vencendo as grandes distâncias que os separavam, não era
a obediência a um único rei, mas a língua, a arte e a religião.
A
filosofia religiosa dos celtas era muito avançada.
Acreditavam
numa Divindade única, que podia ser cultuada como homem (Deus ou o céu) ou
mulher (Deusa ou a terra). Como não admitiam templos, seus cerimoniais eram
realizados ao ar livre, nos campos e florestas, debaixo de grandes carvalhos.
Os
celtas não eram reencarnacionistas do mesmo modo que são os espíritas. Para os
celtas, a alma era imortal e podia viver muitas vidas, sim, mas não havia o
conceito de carma, recompensas ou punições como no espiritismo cristão. Para os
celtas não havia um julgamento e nem uma ênfase na necessidade de fazer
reparações ao reencarnar. A ênfase era em passar por novas experiências e o
impulso da alma não era o dever imposto por um carma, mas sim o desejo e a necessidade
natural de reviver até entrar em sintonia com o mundo dos deuses - lugar
perfeito em si.
Além
disso, criam no livre-arbítrio, na lei de causa e efeito, na evolução
espiritual, na inexistência de penas eternas, nas esferas espirituais, na
existência de elementais (duendes, fadas, gnomos, etc.) e na proteção dos
Espíritos superiores.
Um
celta não morria, pois a morte era apenas um ponto no meio da estrada.
Um
aspecto negativo da história: os druidas proibiram a palavra escrita como
instrumento de preservação da história céltica, por temerem que textos escritos
caíssem em mãos escusas.
Por
isso, todo o conhecimento desse povo era transmitido oralmente e se perdeu
muito no decorrer dos séculos.
A
Gália nos tempos de Júlio César (58 a.C.)
Com
a queda do grande chefe Vercingetórix, no ano de 52 a.C., toda a Gália acabou
rendendo-se, pouco a pouco, aos exércitos romanos, mais treinados e portadores
de armas mais leves e manejáveis. No final do Século I a.C., todos os domínios
celtas, exceto a Irlanda e a Escócia, estavam submetidos a Roma. A falta de unificação
política, geográfica e militar das tribos também colaborou para o sucesso de
Júlio César.
Com
a forte repressão política aos druidas, movida pelo Imperador, a cultura
céltica foi perdendo sua força e, no final do Século I d.C., a quase totalidade
dos celtas estava "romanizada" ou misturada à multidão de povos que
invadiu o continente europeu.
O
druidismo passou então a ser uma prática fechada e esotérica. Isso, porém, não
impediu que muitos druidas aceitassem as ideias de Jesus de Nazaré, quando o
Cristianismo primitivo chegou à Europa. No entanto, o nascente Catolicismo
romano não aceitou esse sincretismo e ajudou a perseguir os sacerdotes celtas.
Pode-se dizer que o desaparecimento dos druidas é diretamente proporcional ao
crescimento e fortalecimento da Igreja Católica.
Como
os grandes druidas eram conhecidos como as serpentes da sabedoria, São Patrício
regozijava-se de ter acabado com as "serpentes" da Bretanha.
A
vitória final teria sido de Roma se não existisse a reencarnação.
Utilizando-se
desse mecanismo natural, o druida Allan Kardec renasceu no Século XIX para dar
continuidade ao seu trabalho no campo científico, filosófico e religioso.
O local
escolhido foi a cidade de Lyon, na atual França, antiga Gália, no ano de 1804.
Seu novo nome seria Hippolyte Léon Denizard Rivail. Educado na Suíça, mudou-se,
depois, para Paris, capital cultural do mundo.
Durante
muitos anos, o ex-druida dedicou-se ao estudo e prática da Educação. Todavia,
aos 50 anos, atraído pelos fantasmagóricos fenômenos que invadiram o globo, sua
atenção voltou-se integralmente para as questões transcendentais da vida.
Convencido
que os estranhos acontecimentos eram produzidos por espíritos, Rivail começou a
fazer-lhes várias perguntas sobre as causas e características das coisas. Desse
material saiu sua primeira obra sobre o assunto, O Livro dos Espíritos,
lançada em 18 de abril de 1857. Estava inaugurada a nova
filosofia espiritualista, que ele chamou de Espiritismo.
Já sabendo
que era um druida reencarnado, através da revelação do Espírito Zéfiro, Rivail
preferiu assinar o Livro com seu antigo nome celta, a fim de separar seu
trabalho de educador do de autor espírita. Fechava-se, assim, um ciclo
palingenético*pessoal e histórico.
O
espírito Kardec/Rivail completava sua tarefa de condutor de almas e as grandes
teses druídicas ressurgiam no bojo da novel Doutrina Espírita. Tudo sobre o
mesmo solo gaulês. E eis aí uma questão a ser levada em consideração: Por que
dentro do mesmo solo gaulês?
Esses
fatos, porém, não aconteceram sem a resistência de uma velha inimiga dos
druidas. Os mandatários da Igreja Católica tentaram denegrir o Espiritismo de
várias maneiras, o que, dentro de um contexto maior, auxiliou na divulgação das
Obras de Kardec.
O Espiritismo prega a liberdade do ser frente a si mesmo podendo
agir de acordo com seu livre arbítrio e herdando as consequências de seus atos,
deixando de permanecer sob o jugo dos pseudo-detentores do Reino de Deus. A
reencarnação é fator de progresso do espírito, eliminando de vez a ideia das
penas eternas.
Hoje
em dia, os modernos druidas não possuem necessariamente etnia celta, da mesma
forma que não é necessário ser hebreu para seguir o judaísmo ou cristianismo, e
nem hindu para seguir o budismo.
Léon Denis (1846 - 1927), contemporâneo de Kardec, enfatiza em sua Obra "Le Génie Celtique et le Monde Invisible" - "O Gênio Celta e o Mundo invisível" - "Que os celtas se destacaram dentre todos os povos europeus por suas crenças espirituais. Convictos da imortalidade e da reencarnação, iam para as batalhas como para uma festa, sem temer a morte, que sabiam não existir. Seus sacerdotes, os druidas, possuíam conhecimentos iniciáticos elevados sobre a evolução da alma, os planos da existência, os astros e o Cosmo, que coincidem com a tradição da Sabedoria Oculta, inclusive na concepção do Deus único e da Lei do Carma. Não por acaso povoaram a Gália, e nela deixaram as sementes profundas dessas crenças, as energias imponderáveis de seus ritos sagrados, e a tradição mediúnica de suas sacerdotisas afeitas ao contato com o Além. Era a preparação para a futura chegada do espiritismo, cujos primeiros seguidores foram, na França, os antigos adeptos da doutrina céltica, que já traziam na alma a convicção das Leis Eternas que a doutrina dos espíritos veio restabelecer. Também por isso o Codificador adotou seu antigo nome druídico Allan Kardec - o druida-chefe, pontífice máximo de um povo."
domingo, 13 de novembro de 2016
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
terça-feira, 8 de novembro de 2016
domingo, 6 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
André Luiz e o Umbral.
Por que
André Luiz* ficou oito anos no Umbral, se, aparentemente, ele não fez nada de tão
grave?
Em
Nosso Lar é narrada a passagem de André Luiz pelo umbral, no qual permaneceu por
oito anos e foi chamado por outros espíritos que lá também habitavam de
suicida.
Lembremo-nos
de que o Umbral é uma estrutura plasmada e mantida pelos pensamentos das
criaturas que para lá são transportadas pela semelhança psico-vibratória de
mentes em desequilíbrio.
Depreende-se
de sua própria narrativa que ele era considerado um suicida inconsciente, pois,
mesmo sem o propósito de tirar a própria vida, a teve encurtada pela falta de
cuidado com a sua saúde física e moral. O livro deixa perceber que ele era dado
aos prazeres enquanto encarnado.
A
partir disso, alguns acham que ele bebia muito, ou que fumava e bebia, ou que
bebia e comia muito, ou que, além dessas coisas, era chegado às companhias
femininas sem muito discernimento. Talvez de tudo um pouco, lembrando que tudo
isso era plenamente aceitável para os padrões sociais da época. Não nos cabe
julgar sua postura.
Seja
como for, ao longo da série é possível perceber que André Luiz era mais do que
um simples homem do seu tempo, e se não demonstrou isso quando encarnado, sua
vida deve ter sido frustrante.
Fica
claro que André Luiz demorou-se oito anos no umbral principalmente pelo vazio
em que transformou a sua passagem pela matéria, desperdiçando as oportunidades
recebidas. Nascido em um lar de classe média, tendo recebido boa educação e
bons estudos, fez da sua vida uma vidinha comum, sem emoções ou sobressaltos,
sem nada de realmente construtivo e útil.
A
julgar pela sua inteligência e boa vontade demonstrados nas suas narrações,
teria muito o que oferecer aos que conviveram com ele.
É isso
o que a maioria de nós faz. Quase todos recebemos boas oportunidades. Mesmo as
dificuldades enfrentadas são às vezes grandes vantagens, por nos proporcionar
ver as coisas por ângulos diferentes, por forjar o nosso caráter e por nos
proteger de facilidades que nos enfraqueceriam o aspecto moral.
E o que
fazemos das oportunidades recebidas? O que oferecemos de nós mesmos aos outros?
Mal cuidamos da família, às vezes nem da família, ou nem de nós mesmos… E temos
as velhas desculpas da incompreensão, ou da pobreza, ou da falta de apoio, ou
da falta de condições ideais.
Não é para
isso que reencarnamos. Não é para nos arrastarmos cheios de queixumes e
revoltas que recebemos a dádiva preciosa da reencarnação. Não é para passar
contando os dias para que o domingo chegue e desmaiar em frente à televisão que
nós ganhamos a oportunidade de um novo corpo físico.
Temos
muito o que fazer, temos muito a oferecer, a contribuir, a dar de nós mesmos. E
a aprender, e a ensinar, e a amar e perdoar. E compreender, e crescer e ajudar
a crescer. É possível. Tudo isso é possível. E não é tão difícil quanto possa
parecer a quem nunca tentou. Nascemos bebês, moles e frágeis, e um dia temos
que tentar nos equilibrar sobre as pernas, e dar um passinho à frente do outro.
É um grande desafio, que nós só conseguimos porque tentamos.
Não
sabemos com certeza o que André Luiz fez ou deixou de fazer com o seu corpo. Particularmente,
acredito que devemos ter o máximo de cuidado com o corpo, que é o nosso veículo
de manifestação na matéria.
Mas
podemos asseverar que se ele tivesse tido uma vida mais plena, construtiva e
útil, sua passagem pelo umbral teria sido bem mais curta.
Pensemos
nisso...
* "Não se conhece
verdadeiramente a identidade da última encarnação de André Luiz, o que não
interfere em nada no conteúdo altamente verdadeiro, conciso, esclarecedor,
profundo e informativo de suas mensagens, entretanto, alguns indícios de
escritores respeitáveis nos levam a crer tratar-se de Carlos Chagas que faleceu
em 1934. Lembrando que a obra Nosso Lar foi publicada em 1944 com psicografia
de Chico Xavier. Outras hipóteses possíveis e também não confirmadas é de que
possa ter sido Oswaldo Cruz que desencarnou em 1917 ou Faustino Esposel que
desencarnou em 1931, sendo este último, talvez, o mais coerente, pois, quando
André Luiz chegou ao Nosso Lar lhe teriam dito que se tratava de agosto de 1939,
decorridos em torno de oito anos após seu passamento físico."
Texto base de Ana Maria Teodoro Massuci
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