domingo, 4 de setembro de 2016

Compaixão - Nobre Sentimento.


Compaixão: O que é e qual sua importância?

"Gostaria de explicar qual é a importância da compaixão. É importante saber o que é compaixão. Algumas vezes pensamos que é pena, mas isso não é compaixão. Compaixão é o senso de preocupação, mas mais do que isso, é a noção clara de que todos os seres têm exatamente o mesmo direito à felicidade. Essa compreensão é que nos traz a compaixão." (Dalai Lama)

Todos os seres têm o direito à felicidade, independentemente de sua situação espiritual. Acreditamos que em certo momento de sua existência eterna, depois de sua depuração, terá sim o direito à felicidade completa e irreversível. Temos a nítida impressão, quase sempre, devido nossas tendências pouco afeitas ao universalismo, de que aquele que está mais próximo é merecedor de mais atenção do que os demais, o que não é verdade considerando que todos os seres têm os mesmos direitos. Ainda nos encontramos nesta fase embrionária, egocêntrica,  mas é possível com muito esforço interior alterar esse aspecto íntimo e instintivo de nossos espíritos infantis e primários.

"Também um outro aspecto que costuma ser confundido com compaixão é a sensação de proximidade, de ligação que temos com amigos e parentes. Mas isso não é compaixão verdadeira, porque este sentimento está ligado ao apego." (Dalai Lama)

Nós, os seres humanos, confundimos inúmeros sentimentos e emoções. Não há uma receita comum que tenha validade para todos. Cada um de nós, no seu grau evolutivo, encara diferentemente as situações que lhes são apresentadas e reagem a elas de maneira própria e singular. A reflexão e a meditação, creio eu, são ferramentas que levarão o indivíduo a se conhecer melhor e mais profundamente, trabalhando e estruturando seu íntimo para um discernimento mais efetivo e correto, controlando suas emoções e dispensando ao universo pensamentos assertivos. Pratique-as.

"Muitas vezes, nosso senso de preocupação com o outro depende da atitude que ele adota. Se a pessoa age de forma negativa, nosso senso de compaixão desaparece. Mas um senso de compaixão verdadeiro é o que nos leva a ver o outro como tendo exatamente o mesmo direito que eu à felicidade. A compaixão que se assenta no apego não se sustenta. A que se baseia na compreensão da igualdade de todos os seres é desprovida de apego e é verdadeira." (Dalai Lama)

Nos defrontamos diariamente com pessoas que exalam seus sentimentos, umas positivamente e outras negativamente. No meio que circulamos vamos encontrar um acúmulo de umas ou de outras. O importante é verificar que independe do sentimento dos outros a atitude que iremos tomar em relação a elas. A Compaixão não depende dos outros e sim de nós mesmos. É um sentimento inerente a cada ser.

"Qual o benefício da compaixão? Ela nos traz força interior. Geralmente temos um senso de "eu,eu,eu", e nossa mente centra tudo em nós mesmos. Então, todas as experiências negativas, mesmo pequenas, se tornam muito dolorosas, enormes. Mas quando pensamos nos outros, nossa mente se amplia e os nossos pequenos problemas se tornam realmente pequenos, e as coisas negativas não prejudicam nossa mente." (Dalai Lama)

Isto nos faz lembrar daquela história do menino que machucou o dedo e dizia que doía muito e logo em seguida dá uma topada e arranca uma unha do pé esquecendo-se totalmente do dedo. Todos somos assim. Enquanto estivermos focados em nossos problemas eles realmente serão problemas, e enormes. Entretanto, basta desviarmos nosso olhar um pouquinho em direção aos problemas do outro e pronto! Como num passe de mágica os nossos se tornam bem menores do que pensávamos.

Mas de que forma nos traz força interior? Vejam. A partir do momento que esquecemos dos próprios problemas e enxergamos os do próximo, estamos agindo positivamente e criando uma atmosfera próspera em nosso entorno que afasta os pensamentos deletérios formando uma barreira psíquica às vibrações de baixo teor que ainda são bastante abundantes nesse mundo em que vivemos, nos propiciando "ver, agir e pensar" de forma correta.

"Alguns, quando experimentam tragédias que são involuntárias, se sentem enterrados em uma montanha de sofrimentos. Mas, por outro lado, quando se pensa voluntariamente nos problemas dos outros, se procura aliviá-los de seus sofrimentos, essa atitude voluntária traz uma abertura para o ser. Dessa maneira, mesmo em meio a problemas pessoais, isto traz uma base de clareza, e a pessoa será capaz de se sustentar." (Dalai Lama)

Perfeito! É o retorno do: "Faça aos outros o que queres que lhes faça"! É uma ação consoladora de sentido duplo. O que vai, retorna exatamente com as mesmas características físico-psíquicas. Se entregamos ao universo pensamentos e ações de auxílio, naturalmente receberemos o mesmo.

"Quando se pensa em compaixão por outras pessoas, alguns perguntam se isso não seria sinônimo de auto-sacrifício. Não, não é. Porque não se deve ser negligente em relação a si mesmo. E, baseado em minha própria experiência, acredito que se deve ser compassivo (sentimental, apiedado, enternecido) em benefício próprio." (Dalai Lama)

Ser portador de sentimentos nobres e edificantes é próprio de espíritos esclarecidos e daqueles que estão de fato de bem com a vida e consigo mesmos. O importante é não se deixar envolver negativamente pelo sentimento de compaixão. Deve ser saudável para surtir os efeitos benéficos de auxílio e solução dos problemas e nunca o de acrescentar dúvidas novas as já existentes. A postura é de facilitação e não de complicação!

"Um exemplo: uma vida feliz precisa de amigos, apoio. Há amigos do dinheiro, amigos do poder, mas para esses indivíduos, se o dinheiro acaba ou o poder se vai, a amizade também acaba. Mas os amigos verdadeiros ficam. Então, como criar amigos verdadeiros? Se você tiver um sentimento de compaixão, terá mais amigos verdadeiros. Mostre sentimentos gentis e sorria, e terá bons amigos, Porque essa atmosfera pacífica será a sua base, que irá criar as condições para a amizade." (Dalai Lama)

Compreendamos que os sentimentos dispensados aos outros sem almejar qualquer retorno nos predispõe a aceitar os defeitos e os erros que incorrem sem que nos sintamos magoados ou ressentidos e muito menos nos causam melindres de qualquer ordem. É aquele sentimento que se satisfaz por si mesmo e nos traz paz e serenidade ao coração.

"A prática da compaixão também é extremamente benéfica para a saúde. De acordo com a medicina, os que tem mais compaixão, os que são mais interessados pelos outros, geralmente são mais saudáveis quando comparados com pessoas egoístas. Os egoístas sofrem mais freqüentemente de enfartes e outras doenças. A mente mais egoísta, mais voltada para si mesma é muito ruim para a saúde. A mente mais compassiva, mais voltada para o próximo traz mais tranqüilidade, resultando por isso em saúde muito melhor." (Dalai Lama)

Há uma verdade incontestável que reflete o quanto a saúde do corpo físico depende da saúde mental e espiritual uma vez que é o espírito que define o corpo e não o inverso. Neste sentido, não há doenças e sim doentes. Os comportamentos da individualidade (corpo eterno - espírito) é que determinam uma personalidade (presente encarnação, por exemplo), externando o quanto este espírito já avançou no campo da reforma íntima e integralidade universal. Portanto, quanto mais avançado é o espírito nos quesitos das virtudes, maior preservação do corpo físico.


Boa reflexão...




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