Lá pelos anos 50, milênio
passado, nascia na cidade de São Paulo, um menino ainda sem pretensões e muito
menos conhecedor dos corredores da vida.
Muito cedo para a capital
paranaense foi mudado e devido a pouca idade nada lhe foi perguntado.
Cresceu naquelas paragens
de fala cantada ouvindo as Gralhas Azuis multiplicar os pinheirais de
Araucária.
Escotismo... Ah! Que tempo
interessante no convívio com a natureza e íamos todos acampando em gramados e
pequenas matas desconhecidas desbravando nossas próprias capacidades e
amenidades e porque não algumas perversidades.
Cidade cosmopolita que
ainda guardava os costumes do interior, hoje toda a vida de infância em museus
de toda sorte se acomodou.
Bela cidade que para trás ficou
e novamente sem ser consultado para São José dos Campos foi mudado e dos amigos
de infância feliz lembranças ainda guardo sem mágoa e nem irritação.
Dedos no piano quis dar
andamento, mas, no entanto, professora à altura não se encontrou e para lá
ficou. Uma pena...
Hoje em dia até penso em
enfrentar novamente, não com os dedinhos de antigamente, aquele patamar branco
e preto e quem sabe de lá tirar acordes esquecidos nas camadas mais profundas
de minha breve convivência com o instrumento.
Mudança de ares, diz a
crença popular, fazem bem para o espírito, quem sabe..., a história é contada
através de fatos consumados e nunca sonhados.
O tempo foi passando, o
menino foi crescendo, a timidez envolvendo, as experiências acontecendo, o ferro
foi modelando e a vida ensinando.
Nem tudo ocorrendo da
forma mais feliz, mas é Deus que traça os contornos do homem e surpresas
aparecendo e se todas de uma vez só ocorressem me salve Nossa Senhora... Já
teria ido embora desse mundo há muito tempo e sem demora.
Muitas coisas ainda podem
ser contadas sem que corado fique, mas uma coisa deve ficar para a eternidade e
que fique bem guardada nos corações dos amigos de jornada que as lições
aprendidas nunca são lições acabadas e que continuam a ser forjadas nas mentes
dos inquietos e despertos.
Hoje, observando o caminho
num olhar de soslaio, percebo os rastros de luz e sombra por onde meus pés passaram.
Mais luz que sombras para agradecimento de minha alma.
Em alguns momentos medo
arrepiava minha nuca e forças estavam quase faltando quando Deus, o escritor
dos caminhos, por graça ou pena, auxilio mandava em forma indefinida para
verificar se aquele que já tinha sido menino, caminhar conseguiria sem tropeços
ou surpresas, tomando novamente as rédeas da vida sem sufoco ou apreensão.
Se soubesse o homem de
suas reais possibilidades e habilidades, ainda nesse tempo de vivência, muito
mais fáceis e planos seriam os desafios colocados por vontade escolhida nos
terrenos de sua vida.
E nesse molho todo sem
querer e de repente aparece Elisabeth... Parte da história a ser contada de uma
forma diferente para que nada fique pendente, propositadamente mais para
frente.
Bom... Já vou indo porque
a história não para e para cada palavra decifrada surgem muitas outras que na
mente vêm revelar que momentos vividos, vão e voltam com facilidade, num jogo
de tempo muito peculiar e o que hoje é realidade amanhã será emoção.
Bom dia...