Muitas pessoas passam muito tempo dos seus
dias reclamando da correria de suas vidas.
Acham que têm compromissos demais e culpam a
complexidade do mundo moderno.
Entretanto, sem o saber, inúmeras delas
multiplicam suas tarefas sem real necessidade.
A verdade é de que viver com simplicidade é
uma opção que se faz. É colocar o livre-arbítrio em movimento.
Dirão: É muito difícil nos dias de hoje. A
vida exige capacitação. A vida exige envolvimento.
A vida exige predestinação. A vida exige
comprometimento.
A vida exige... A vida exige...
E o que exigimos de nós mesmos?
Muitas das coisas consideradas
imprescindíveis à vida, na realidade, são supérfluas.
A rigor, enquanto buscamos coisas, esquecemos
da vida real. Aquela que realmente trás satisfação de viver. Aquela que nos dá
tempo à reflexão.
Angustiados por múltiplos compromissos, não
refletimos sobre nossa realidade íntima.
Esquecemos do que gostamos. Não pensamos no
que nos trás paz, enquanto nos sufocamos em busca daquilo que está na moda.
Daquilo que querem nos vender pela mídia.
De que adianta ganharmos o mundo atual e não
nos encontrarmos?
Se não tomarmos cuidado, “ter” e “parecer”
podem tomar o lugar do “ser”.
Ninguém necessita trocar de carro
constantemente, ter incontáveis sapatos, sair todo final de semana.
É possível reduzir a própria agitação, conter
o consumismo e redescobrir a simplicidade? Com certeza.
O simples é aquele que não simula ser o que
não é. Aquele que não dá demasiada importância à sua imagem e ao que os outros
dizem ou pensam dele.
A pessoa simples não calcula os resultados de
cada gesto, não tem artimanhas e nem segundas intenções.
Ela experiencia a alegria de ser, apenas.
Não se trata de levar uma vida inconsciente,
mas de reencontrar a própria infância.
Mas uma infância como virtude, não como
estágio da vida.
Uma infância que não se angustia com as
dúvidas de quem ainda tem tudo por fazer e conhecer.
A simplicidade não ignora, apenas aprendeu a
valorizar o essencial.
Os pequenos prazeres da vida, uma conversa
interessante, olhar as estrelas, andar de mãos dadas, tomar um sorvete...
Tudo isso compõe a simplicidade do existir.
Não é necessário ter muito dinheiro ou ser
importante para ser feliz.
Mas é difícil ter felicidade sem tempo para
fazer o que se gosta.
Não há nada de errado com o dinheiro ou o
sucesso.
É bom e importante trabalhar, estudar e
aperfeiçoar-se.
Progredir sempre é uma necessidade humana.
Mas isso não implica viver angustiado,
enquanto se tenta dar cabo de infinitas atividades.
Se o preço do sucesso for ausência de paz,
talvez ele não valha a pena.
As coisas sempre ficam para trás, mais cedo
ou mais tarde.
Mas há tesouros
imateriais que jamais se esgotam.
As amizades genuínas, um amor cultivado, a
serenidade e a paz de espírito são alguns deles.
Prestemos atenção em como gastamos nosso
tempo.
Vamos fazer uma análise profunda das coisas
que valorizamos.
Talvez muitas delas seja apenas um peso
desnecessário em nossa existência.
Há a necessidade de experimentar desapegar-se
dos excessos.
Ao optar pela simplicidade, talvez tenhamos a
felicidade de redescobrir a alegria de viver..., e o planeta agradece!
Pensemos nisso.
Texto base: Momento Espírita.
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