Enquanto o doce fruto se
desenvolve respeitando leis imutáveis, uma camada externa protetora impede que
seja danificado por insetos, percevejos e pelas intempéries.
No casulo protetor ocorre a
transformação dos elementos da natureza, o carbono, o oxigênio, o nitrogênio e
outros tantos, em matéria comestível e sustentadora da vida física.
Neste ambiente terrestre
enfrentamos quanto espíritos encarnados as mesmas transformações e somos
compelidos a, no devido tempo, nos desprover das vestimentas mais densas,
robustecendo os atributos elevados da alma, fazendo desabrochar nossa pérola de
luz interior.
Há necessidade de buscar no fundo
do oceano Divino os elementos constitutivos do espírito superior, demonstrando
sempre vontade férrea para nos desvencilhar das toscas e velhas coberturas,
apesar de imprescindíveis a cada momento vivido pelo espírito.
O tempo, senhor das
oportunidades, pacientemente aguarda nossa disposição de continuarmos na
direção da luz, alterando molecularmente nossa constituição grosseira para uma
mais leve e sutil, conseguinte nossa “mentalização” da moradia que desejamos
estruturar.
A desintoxicação interna de nossa
organização física e espiritual tendo por orientação comportamentos éticos e
pensamentos moralmente oportunos e admissíveis e a desintegração gradual dos
elementos espúrios assimilados por tempos imemoriais que efetivamente aderem
aos tecidos etéreos de nossa gênese, fundamentada na prática da fraternidade e
caridade, levará o indivíduo a pairar sobre suas dúvidas, proporcionando-lhe
uma escolha mais lúcida e uma percepção mais límpida das veredas ainda a
percorrer.
Não tema, o caminho é longo,
porém iluminado, mesmo que não possamos admirá-lo em toda a sua grandeza.