Narra-se
que um monge que vivia da mendicância, sem abrigo, recolheu-se numa gruta para
o repouso noturno em bela paisagem banhada de luar.
Adormeceu,
veio um bandido e lhe furtou a capa de que se utilizava como agasalho.
O
frio da madrugada despertou-o e, dando-se conta do infortúnio, porém fascinado
pela claridade da lua, aproximou-se da entrada da gruta e, emocionando-se com o
que viu, exclamou:
Que
bom que o ladrão não me furtou a lua!
E
sorrindo, pôs-se a meditar...
Há
dias que temos uma verdadeira impressão de que chegamos ao fim do caminho. Ou
não é assim?
Olhamos
para frente, olhamos para os lados e para trás e não vislumbramos uma saída.
Parece
que tudo pelo que lutamos foi levado para bem distante e estamos sem a possibilidade
de atingir os objetivos anteriormente estabelecidos.
Mas
há duas formas de encarar esta realidade que se apresenta momentaneamente.
Uma
forma é entrar em desespero e se entregar à desesperança.
Outra
forma, e a mais aconselhável, é acreditar em você mesmo, acreditar que nada é
definitivo e que tudo que ocorre em nossas vidas tem o propósito de nos tornar
mais fortes e mais resistentes para suportar outras experiências.
E de
repente, como acontece com a natureza, aquela paisagem que nos parecia agressiva
muda. O tom acinzentado cede lugar às cores. É a esperança.
Quando
a chama da esperança reacende nosso íntimo, nossos sonhos desfeitos são
substituídos por outros mais elevados e consistentes, e modificando os
objetivos, o entusiasmo invade a alma e a luz ilumina os pensamentos.
Jesus,
o Sublime Galileu, falou-nos da esperança no Sermão da Montanha, com o suave
canto das bem-aventuranças.
Se a
desesperança acercar-se de nós, lembremos o Amigo Celeste a nos dizer: Meu fardo é leve, meu jugo é suave.
Se
Seu jugo é suave, por que não O aceitamos?
Se
Seu fardo é leve por que não O conduzimos?
Assim,
em qualquer circunstância, deixemos que a esperança invada nossa alma,
confiantes de que não há mal que sempre dure.
Com
Jesus, desesperar jamais!